A “Morte do Autor “
Por Lilian Morais
O paradoxo da arte contemporânea é que ela busca a originalidade ao mesmo tempo que questiona a própria noção de autoria.
O questionamento da noção de autoria na arte contemporânea envolve uma crítica à ideia tradicional do artista como um indivíduo isolado e genial, responsável por criar obras únicas e originais. Nessa abordagem, a ênfase é deslocada do autor individual para outras questões, como o contexto social, político, cultural e histórico em que a obra é produzida, bem como as influências e referências que ela pode incorporar.
A arte contemporânea muitas vezes explora a ideia de que a autoria é uma construção social, e a figura do "autor" é apenas uma maneira particular de organizar e atribuir significado às obras de arte. A arte colaborativa e a apropriação de materiais, imagens e ideias de outras fontes são exemplos de como a autoria individual é problematizada e questionada na arte contemporânea.
Um autor que fala sobre esse questionamento é o filósofo e teórico francês Michel Foucault. Embora não seja um teórico exclusivamente da arte, suas ideias influenciaram muitos pensadores da arte contemporânea. Foucault abordou a questão da autoria em relação à produção de discursos e obras em geral. Ele argumentou que a noção de autoria é uma construção histórica e que a autoria é moldada por normas e poderes sociais que determinam quem tem o direito de falar ou criar arte.
Além de Foucault, outros teóricos da arte contemporânea também abordam esse questionamento. Por exemplo, Roland Barthes, outro pensador francês, escreveu sobre a "morte do autor", sugerindo que o significado de uma obra de arte não deve ser limitado à intenção original do autor, mas sim ao leitor ou espectador que a interpreta e lhe confere significado.
Lilian Morais
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