Allan de Kard
22° Encontro Estadual de Espiritismo de 01 a 03 de novembro de 2024
Hotel Fiesta Bahia - Salvador - Bahia
Desde que entendeu o valor da vida grupal e que o composto familiar se constitui em importante célula da sociedade organizada, os indivíduos de formação humanística elaboraram procedimentos, leis e estudos, e fomentaram movimentos no sentido de conceder aos grupos humanos aspectos positivos de vida cidadã, e nos registros históricos da humanidade encontraremos inúmeras anotações em torno do esforço do homem para lograr as chamadas reformas sociais.
Movimentos sociais libertários se destacaram na história, a exemplo da Revolução Francesa (1789), cujo lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, se constitui em trilogia de ideias reformistas e de bem-estar do indivíduo.
Após as grandes guerras mundiais as nações do mundo buscaram unir-se na conquista das soluções para as disparidades sociais, da crise da fome, da violência, do abuso do poder. Em 1948, surgiu a ONU / Organização Mundial das Nações Unidas, e posteriormente, outras instituições, com notáveis finalidades de alcance social, inclusive na preservação do meio ambiente, muitas vezes afetado por ações precipitadas e egoístas do homem.
Congressos, simpósios, encontros, conclaves, têm sido realizados, com debates calorosos e participação de estudiosos, de intelectuais, de especialistas, de cientistas e de dirigentes governamentais, elaborando-se documentos e anais, enriquecidos com metas e estatísticas voltadas á conquista do bem-estar e da segurança para o habitante terrestre.
Contudo, todo esse esforço, para alcance das reformas sociais têm sido muitas vezes alvo do fracasso, para desilusão dos idealistas e da população mundial.
Em várias partes a fome domina e graves enfermidades dizimam milhões de seres; a violência parece estar em toda esquina das grandes metrópoles; o meio ambiente é afetado por gases tóxicos em face do descontrole no uso dos recursos naturais ou industrializados; a corrupção domina mentes contaminadas pela febre do poder , vitimando homens públicos e promovendo a revolta do homem simples, que se sente lesado e traído em sua boa fé.
Muitos perguntam: como solucionar tão graves questões?
Entendemos que enquanto se procurar a reforma social sem a indispensável e profilática reforma moral inúteis serão os esforços.
E a alavanca da reforma moral chama-se... educação.
Allan Kardec, o insigne codificador da doutrina espírita, em O Livro dos Espíritos, enfatiza a importância da arte de educar, considerando-a como " o conjunto dos hábitos adquiridos ". Com essa assertiva compreendemos, então, que as raízes das atitudes comportamentais individuais e grupais atormentadoras são originárias do modo de ser adquirido em outras vidas, que teria de ser " reformado" ou "reeducado".
Para tanto, somente a educação logrará êxito.
Estudiosos da pedagogia esclareceram, e o relatório da comissão especial da UNESCO, sob a coordenação do educador francês Jacques Débora (1925 - 2023), intitulado Educação, um Tesouro a Descobrir, valioso documento norteador para pessoas , instituições e nações que veem na ação educacional o caminho do real progresso das sociedades em particular e da humanidade aprontou os quatros pilares de uma educação para o século XXI: Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver e Aprender a Ser visando á revolução social, á renovação social que o mundo deseja.
A educação espírita, fazendo uma analogia com essas propostas, pode oferecer, igualmente, os seus quatros pilares para uma educação espírita para todos os séculos e que poderão vencer os desafios das transformações almejadas:
1 - Aprender a conhecer a existência de Deus, a sua ação providencial no mundo e a amá-lo acima de todas as coisas;
2 - Aprender a fazer o destino, conhecendo a lei da Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito;
3 - Aprender a conviver com a influência dos Espíritos encarnados e desencarnados, amando o próximo como a si mesmo;
4 - Aprender a ser um Espírito Imortal em evolução.
Fonte: texto de Adilton Pugliese