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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

O SEGREDO DA PIRÂMIDE


Galeria Allan de Kard

O SEGREDO DA PIRÂMIDE.
       
Por Beto Magno 

Com esse curioso título, certo site intitulado "MAUS SERTÕES", certa época  Inicia uma insólita viagem com o claro objetivo de desmerecer o trabalho do talentoso Artista Allan de Kard, o que passo a analisar a seguir, pois quando se trata de injustiça não podemos nos calar. Reproduzo aqui o mesmo título de referida reportagem, com o intuito de trazer a lume a nefasta intenção do escritor, e em seguida analiso ponto por ponto o que me conduz a esta conclusão. 
                   
QUEM É ALLAN DE KARD?                      Allan Kardec Cardoso Lessa, nasceu em Itapetininga Ba, no dia 13 de fevereiro de 1964, mudando para.Vitoria da Conquista aos 15 dias de vida, filho de Antonino Meira Lessa e Silene Teles Cardoso Lessa, é o terceiro dos 9 filhos do casal. Ambos professores primários, tiveram suas energias voltadas para a criação de tão grande prole, com tão parcos recursos. As dificuldades financeiras serviram como estímulo para todos que logo cedo encontram cada um a seu turno, os caminhos do sucesso. E não foi diferente com o nosso Allan de Kard que ainda menino se aventurava pela feirinha do Bairro vendendo picolés, engraxando sapatos, pegando carrego de feiras e tudo mais que lhe rendesse alguns trocados para atender suas necessidades de vestuário, diversão etc.  Criança inquieta, e com padrões suigeneres de aprendizado parecia ver o mundo ao averso, só mais tarde iria saber que era portador de dislexia. Assim mergulhava nos seus quintais imaginários e lá vivia um mundo de sonhos e realizações no campo das criações artísticas e questionamentos filosóficos inimagináveis. Era um mundo absolutamente confortável, pois ali ele era o senhor absoluto das realizações, porém em seu íntimo sabia que em algum momento haveria de abandonar seus Quintais imaginários, para o contato com o mundo e seus desafios, tais como estudo, profissão, família.  A arte sempre presente na sua vida desde a infância, na construção de seus brinquedos foi redescoberta em 1995, quando teve um seu trabalho premiado no segundo salão de Arte Moderna da Bahia. Em 1982 ingressou no Curso de Agronomia da UESB até 1987, quando conheceu sua Esposa Solange, e constituiu uma grande Família de 5 filhos, 3 biológicos e 2 adotivos.  Espírito empreendedor, edificou do zero várias empresas nos ramos da indústria Gráfica, de embalagens, industria, e imobiliário, construindo com muito suor e trabalho uma base econômica sólida suporte de suas realizações no campo das artes na atualidade. Nas duas décadas deste século,  Allan de Kard consciliou as atividades profissionais, religiosas e artísticas com muita sabedoria, tendo sucesso em todas elas.  Em 2016, fato extremamente doloroso, quando a situação com um vizinho saiu do controle resultado em agressões causando prejuízos financeiros de parte a parte. Tendo setores da imprensa convenientemente manipulado os fatos, Allan se viu completamente execrado pela opinião pública, fato que o conduziu a retomar um trabalho de assistência aos presidiários, que já fazia desde 1997, nesta volta que ocorreu durante o ano sabático de 2017, Ele fez ali diversas ações, como Criação de uma pequena Biblioteca, um jardim no pátio, assistência nas necessidades individuais etc.  Ali foi também gestada a ideia da Construção do Museu de Kard, projeto ao qual tem se dedicado de corpo e Alma. Ao ponto de renunciar a condição de Empresário para dedicar-se exclusivamente a Arte.  Homem de hábitos simples, no agir e no vestir, comumente é confundido com um dos operários do Museu, fato que é encarado por ele com muito bom humor. A ponto dos historiadores Durval Menezes e Antônio Ernesto Viana dizer que Allan tem uma simplicidade Franciscana.  Sua inspiradora História de sucesso, admirada e reconhecida por toda parte, tem despertado em algumas mentes doentias o despeito e a inveja, que não se cansam em tentar desmerecer, descartar e cancelar o nosso talentoso artista.                             Feito esse breve relato, procuremos encontrar as razões por traz, da perseguição contumaz sofrida pelo artista por uma minoria recalcada.   É sabido e notório que o Sucesso dos sábios incomoda os medíocres. Assim Saliere não suportava a genialidade de Mozart.  A genialidade dos Judeus que detém 25% dos prêmios Nobel, mesmo representando 0,2 % da população mundial, seu sucesso econômico e Científico, fez nascer uma nefasta cultura anti- semita que atravessa os séculos. Assim o sucesso, a generosidade a genialidade de Kard incomoda terrivelmente uns poucos adeptos da cultura vitimista tão em volga nos dias atuais.                             O aventureiro das letras inicia sua peça literária repleta de mensagens subliminares e menções maliciosas com a clara intenção de diminuir o valor do grande equipamento cultural que é o Museu de Kard, apartir do título da matéria. O SEGREDO DA PIRÂMIDE, na tentativa de despertar a curiosidade do Leitor e prende-lo até o final do pífio texto que não consegue se sustentar por si só, logo mais veremos o que efetivamente está por trás deste despretensioso título. Em seguida tenta desqualificar a localização do Museu, como faz uma criança que gostaria que o Museu fosse localizado no quintal de sua Casa. Reclama do endereço, Ba 262 km 2 Zabelê, demonstrando inteiro desconhecimento da existência do importante Bairro Zabelê, só explicado pelo fato de que algumas pessoas que residem na zona leste de Vitória da Conquista, achar que a cidade se encerra na Avenida Integração. E esquece de mencionar que existe uma linha de ônibus Urbano que passa pela frente do Museu. Esse fato é perfeitamente compreensível, pois naturalmente o repórter nem aventa a possibilidade de tomar um transporte coletivo. Chega ao cúmulo culpar o Museu pelo fato de alguns motoristas de Uber cobrar um preço exorbitante para o traslado.  Alega que o horário anunciado não corresponde com a realidade, fato inverídico, pois o Museu encontra-se aberto de domingo a domingo, eu mesmo pude comprovar. Acredito que essa menção foi feita porque o Artista não estava disponível para atender um visitante que demandaria de seu tempo, sem prévio aviso.  Mesmo sabendo que tão incrível equipamento é obra de um único indivíduo, sem nenhum apoio público, faz cobranças como criança exigente que almeja perfeição em tudo sem nada contribuir para isto. Allan de Kard dedicou duas horas de seu precioso tempo, segundo ele mesmo confessa em sua matéria, para gentilmente apresentar o espaço, e ao final ele ainda reclama que o anfitrião teve que se ausentar para um compromisso previamente agendado. O observador atento, irá notar a baixa qualidade das fotos utilizadas na reportagem, porém esse expediente é proposital, pois o objetivo da materia é desqualificar e o Museu.Diante da grandiosidade do que lhe foi apresentado, só lhe restava desqualificar o trabalho apelando para o fato de que o artista era também empresário, e se da ao trabalho de enumerar os empreendimentos do artista como se tal fato fosse algo imoral, próprio da cultura vitimista vigente. E por fim lança o que ele provavelmente acha que é a cereja do bolo,  o incidente com seu vizinho, fato completamente desmistificado pelo escritor Durval Menezes em sua obra Allan de Kard, vida e Obra que será brevemente lançada. Enfim, sou testemunha de primeira hora da Construção do Museu de Kard e acredito ter autoridade Moral para falar deste.  Vejo ali um artista que se deixa confundir com cada operário, pois ali está de Sol a Sol, tem abdicado dos prazeres mundanos, em nome de um projeto coletivo que tem encantado a quantos que amantes das artes se propõe a visitá-lo, sua empatia é hipnotizante, fala com um Amor contagiante sobre tudo, sua cultura ampla, o faz transitar pelos mais variados assuntos, uma alegria quase infantil, e ao mesmo tempo uma seriedade dos homens sábios.    O tempo, Juiz de todas as questões saberá colocar este ilustre artista no pedestal reservado aos heróis de um Povo.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

CONSCIÊNCIA E AÇÃO ECOLÓGICA.

 CONSCIÊNCIA E AÇÃO ECOLÓGICA.


Por Beto Magno


Allan de Kard 

Mesmo não me encontrando em tempo pleno em Vitória da Conquista, não deixo de observar os movimentos construtivos e edificantes de nossa amada Cidade. Tive a oportunidade de observar o que pouca gente notou.  Na providencial revitalização da Lagoa das Bateias promovida pela Prefeita Sheila Lemos, com a limpeza completa, restabelecendo a visão da  lâmina d'água, proporcionando para o cidadão conquistense um belo espaço de lazer. Isso certamente todo mundo notou.  


Beto Magno 

O que quase ninguém sabe é da sacada genial da secretária do meio ambiente, Ana Cláudia, que está utilizando o espurgo da lagoa, material riquíssimo em macro e micro nutrientes, para revitalizar um solo degradado no Museu de Kard, uma vez que esse material seria descartado, é sem dúvidas uma saída muito inteligente, dando ao mesmo uso pratico. 


Beto Magno 


sexta-feira, 8 de julho de 2022

Depoimento Museu de Kard - Eugênio Avelino (Xangai) Secretário de Cultur...

 

Neste depoimento sobre o Museu de Kard, o Secretário de Cultura e Cantador Xangai ( Eugenio Avelino ) fala sobre sua emoção e encantamento com o museu, convidando a todos para uma visita, localizado em Vitória da Conquista, na Bahia.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

COMEMORAÇÃO AOS 100 ANOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922


Título: Café Di Cavalcanti
Técnica: Acrílica sobre painel
Ano:2021
Dimensão: 174 x 120 cm
Artista plástica: 
V. Vidigal

 Di Divalcanti 

No ano de 1954, o artista plástico Emiliano Di Cavalcanti criou, com exclusividade para o Instituto Brasileiro do Café, IBC, cartaz que enaltecia o café do Brasil. 

Em fevereiro próximo, comemoramos o centenário da Semana de Arte Moderna. 

Minha contribuição foi criar esta releitura da obra de Di Cavalcanti – tributo ao grande artista e um dos principais idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. 

Minha homenagem, de forma bem brasileira: acrescentei, na parte inferior, detalhes da bandeira brasileira e do símbolo do IBC. 

Di Cavalcanti ( *1897 - +1976 )

Valéria Vidigal (1968...)

 

A releitura de arte é a criação de uma nova obra sem se desviar por completo do original, é um exercício de conhecimento e criatividade, recheado de alta intelectualidade.

E,muitas vezes, a releitura é melhor do que o original...
parabéns
Valéria Vidigal! grande inspiração, linda homenagem.

 

domingo, 6 de junho de 2021

VITÓRIA DA CONQUISTA E A GERAÇÃO QUE VIVEU TUDO...

 
Uita Mamola - Caricatura de Kleber Trajano

Wilton Amorim ( Uita Mamola ) nasceu no dia 28 de fevereiro de 1950, no município de Vitória da Conquista, na Bahia. Filho de Helvécio Amorim e Eponina Santos de Amorim  e neto de José Manoel de Souza e  Benvinda Amorim de Souza (  avós paternos  )   e de  Manoel Alves dos Santos  e Eufrozina Amorim dos Santos ( avos maternos ).  Foi criado com os pais e com o irmão, Ubiratan Amorim, aqui em Vitória da Conquista, onde fizeram o curso primário.  Logo depois, os irmãos  foram transferidos para Salvador onde cursaram até o ginásio e  depois, retornaram a Vitória da Conquista,  após o falecimento do pai.  Já adultos continuaram os estudos e assumiram a administração das fazendas da família, focando nas atividades agropecuárias. Os dois irmãos,  Ubiratan Amorim, conhecido como “Bira bigode” e Wilton Amorim, mais conhecido como “ Uita Mamola”,   criaram gado e cavalos, chegando a criar uma raça de cavalo PO chamado “birawita” e assim, começando a participar de grandes exposições agropecuárias, inclusive no Texas nos EUA. Posteriormente mudaram da pecuária para agricultura na qual foram grandes cultivadores de café.  Wilton Amorim, que tinha 3 filhos um homem e duas mulheres, após sua separação, foi morar em Porto Seguro / BA.

De volta a Vitória da Conquista, sua terra natal, mergulhou nos estudos. Em seu escritório - home office - fez grandes descobertas e reflexões: ouvia músicas de excelente qualidade (amava  as rádios russas e americanas), fazia cursos por correspondência, escrevia crônicas e artigos para jornais, etc. Cinéfilo pesquisador e filósofo, Mamola contribuiu  imensamente para cultura  de Vitória da Conquista.  Foi membro  junto com seu irmão, do "Magnatas" um time de futebol e um grupo onde reuniam inúmeros amigos que alegravam e davam vida  a cidade. Um figura folclórica desta terra! 

Wilton era um homem que, na juventude, viajou muito pelo Brasil e pelo mundo. Teve a vida desregrada com seus horários, sim! Mas, a partir de uma certa idade começou a ser disciplinado e religioso,  ficou mais  recluso, resumindo a sua vida social à pouquíssimos amigos e frequentando apenas poucos  estabelecimentos, como a  Chame Chame, mercearia Gloria e o bar do Paulinho - onde ia com mais frequência. Mas, como era uma figura notívaga, atendia os amigos nas madrugadas e cotidianamente conversava com professores universitários, médicos, jornalistas, boêmios, filósofos, filólogos e qualquer um que o procurasse em sua casa. Tínhamos  longos papos ao telefone durante toda a madrugada, como era proveitoso!

Além de inúmeros fatos e episódios inusitados e engraçados, eu mesmo pude presenciar inúmeras facetas deste grande representante da cultura, da sociedade e da produtividade cultural conquistense, chamado Wilton Amorim, o nosso Uita “Mamola”.  

 Eu cheguei a homenageá-lo em 2002 fazendo um singelo filme curta metragem para ele o “MEMÓRIAS DE UM PERDULÁRIO ”.  Uita era uma pessoa extraordinária e única sob todos os aspectos. Vai ser impossível encontrar outro “Mamola”, até no nome ele foi diferente...Uita Mamola...muito mais do que Wilton Amorim... quem é Wilton Amorim perto de “Uita Mamola”?  Ele foi dois e para sempre será. Sabe-se lá onde estão agora.         

 Beto Magno. 

 VM FILMES.

sábado, 29 de maio de 2021

MORRE, AO 85 ANOS, O DIRETOR DE CINEMA MAURICE CAPOVILLA, ( Capô )


 Maurice Capovilla ( Capõ )

A nota triste deste sábado (29) é a morte de Maurice Capovilla, aos 85 anos, em decorrência de uma doença pulmonar. Capô, como todo mundo carinhosamente o chamava no meio cinematográfico, foi diretor de talento. Entre seus vários filmes, destacam-se documentários como Subterrâneos do Futebol (1965) e ficções como Bebel, Garota Propaganda (1967), O Profeta da Fome (1970) e O Jogo da Vida (1977).

Teve também extensa carreira como produtor, ator e docente de cinema. Trabalhou no projeto original do Instituto Dragão do Mar, núcleo cinematográfico criado pelo governo do Ceará, em Fortaleza, uma fugaz fonte de inspiração para o nosso cinema.

Bebel, Garota Propaganda é adaptado do romance de Ignácio de Loyola Brandão, e O Jogo da Vida, de Malagueta, Perus e Bacanaço, de João Antônio. São filmes muito bons.

Talvez seu trabalho mais marcante e original seja o incisivo, estranho e corrosivo Profeta da Fome, estrelado por ninguém menos que José Mojica Marins, o Zé do Caixão. O personagem vive de exibir-se como faquir e acaba, involuntariamente, por criar uma seita, na qual seria o guru e salvador. Mas o espírito iconoclasta da figura tão bem interpretada por Mojica impede a seita de prosperar.

Na avaliação da obra de Capô, o crítico hesita em colocar Profeta da Fome ou Subterrâneos do Futebol como a obra-prima do diretor.

Subterrâneos, com seu corte sociológico, talvez ainda a melhor radiografia do nosso esporte mais popular. Esporte, por falar nisso, ao qual Capô sempre esteve muito ligado, tendo passado perto de se tornar atleta profissional em sua juventude, quando saiu de sua Valinhos natal para treinar no Fluminense. Vale rever esse filme.


Fonte: ISTOÉ GENTE

quinta-feira, 27 de maio de 2021

VADINHO BARETO ( PROJETO QUINTAS DE MAIO ) VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA

Vadinho Barreto


 LEGITIMO REPRESENTANTE DA CULTURA, UM "HERÓI DA RESISTÊNCIA"!

Conheci Vadinho Barreto durante um show dele, numa noite de 1985, no "Cascas Bar". Ao fim do show seguimos pra Uma "esticada" na noite, paramos no "Massa Rara"... Estávamos eu, uma namorada minha, Nenê ( Carlos Zepelim ), Vadinho Barreto, seu empresário e alguns novos amigos que acabamos de conhecer no ultimo bar. Todos juntos, na farra, numa camionete que eu tinha! Foi a primeira de várias que estavam por vir! Lá no "Massa Rara", inevitavelmente. Vadinho teve que da uma canja...Ah, a festa estava só começando! Foi uma noite inesquecível! Depois não parou mais...lá estávamos nós, Eu e Vadinho... por varias vezes entre canjas e goles nas maravilhosas  noites frias de Vitória Conquista, no "Dose Dupla", no "Taquara Drink Som", "A Chácara," "Portugal", "Boate Cafezal", "Boate Carrascão", "Ali Bar", "Cio da Terra", "Saloon", "Mistura Fina"," Bar Cai 1" "Bar Cultura", "Acalanto", "Mocófaia", "Raízes, Luar do Sertão", "Bareta", "Esquina de Massú", "Luar", "Largo da Carioca", "Barão Bar", "Scala", "Bar do Sabino", "Castelo do Vinho", "Privê dos curtidores", "Bar Doce Bar", "Panela de Barro", "Arnaldo's", "Ponte de safena", Ali Bar", "Primavera". Antes não havia lojas de conveniência então o point dos notívagos, boêmios e poetas eram: ( Bareta, Bar 24 horas e um tal Brasa de Ouro). E muitos outros que de tanto tempo já me falha a memória . Em cada lugar desses pude ver meu amigo cantar, sorrir, poetizar e, assim, a minha admiração por este artista obstinado pelo ofício de cantar foi crescendo. Hoje, assisto ao resultado de tanto talento e determinação concretizado no seu projeto QUINTAS DE MAIO que de forma pungente apresenta e revela os grandes nomes da MPB Nacional e Regional. Sempre no A.A.B.B e no aconchegante "Cultura Bacana".

Parabéns, Vadinho Barreto, pelo esforço, dedicação e empenho pessoal para manter e sustentar um projeto artístico-cultural dessa magnitude por longos 16 anos só com muito empenho e apoio de grandes parceiros.  E você sempre com alegria, garra e vontade conseguiu cair nas graças da sociedade Conquistense, profissionais liberais, empresários e o próprio poder público. Sem contar os inúmeros artistas geniais que nossa cidade oferece.

Eis aqui um fã de seu trabalho e de sua arte.

Beto Magno.

( VM FILMES ).

domingo, 16 de maio de 2021

MEMÓRIAS DE UM PERDULÁRIO ( O FILME )


Beto, gostei dessa homenagem a Uita, uma pessoa extraordinária e única sob todos os aspectos.
Vai ser impossível encontrar outro Mamola... até no nome ele foi diferente... Uita Mamola... muito mais do que Wilton Amorim... quem é Wilton Amorim perto de Uita Mamola?
Ele um foi dois para sempre.
Sabe-se lá onde estão agora.

Gostei. 
Luiz Edgar Ferraz de Oliveira.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

WILTON AMORIM (MAMOLA)

Uita Mamola
 

“Quem são os homens mais do que a aparência de teatro? A vaidade e a fortuna governam a farsa desta vida. Ninguém escolhe o seu papel, cada um recebe o que lhe dão. Aquele que sai sem fausto, nem cortejo, e que logo no rosto indica que é sujeito à dor, à aflição, à miséria, esse é o que representa o papel de homem. A morte, que está de sentinela, em uma das mãos segura o relógio do tempo. Na outra, a foice fatal. E, com esta, em um só golpe, certeiro e inevitável, dá fim à tragédia, fecha a cortina e desaparece”
Matias Aires.

domingo, 4 de abril de 2021

DR. CLOVIS ASSIS (1945/2021)

Beto Magno e DR. Armenio Santos

Por Armenio Santos*


Dr. Clovis Assis, na década de 70, jovem médico e professor, chega em nossa Cidade e logo se destaca.
Entusiasta em praticar o bem, politicamente descoberto e estimulado por Raul Ferraz, foi Secretário de Saúde de nossa Cidade (78/82), ao qual tive a honra de suceder na função no Governo J. Pedral (83/87).
Vocacionado para o bem, juntamente com Dr. Wellington Borba fundaram a CUPE – CLÍNICA DE URGÊNCIAS PEDIÁTRICAS, estabelecimento que lhe deu notoriedade maior, quando ajudou a salvar muitas vidas, haja vista a total facilidade que eles criavam no atendimento infantil, sem BOLODORO ou QUALQUER DISCRIMINAÇÃO.
Quando eu e minha esposa, com recursos próprios, mantínhamos 28 crianças carentes na CRECHE SANSHARA na Rua Joao Miguel Lourenço no Alto Maron, utilizávamos muito dos préstimos da CUPE e da AMIC (Dr. Fabio Ferraz) e, em todos momentos éramos atendidos e estimulados a retornar quantas vezes necessário fosse.
Posteriormente, por questiúnculas politiqueiras, a CUPE sofreu o tremendo baque de exigências sanitárias intransigentes e “exacerbadas”, levando ao fechamento desta estrutura de atendimento pediátrico de nossa Cidade e, sem o apoio e o reconhecimento das suas utilidades e as altas exigências “sanitárias”, foi definitivamente “lacrada” acabando com parte da nossa história e com os benefícios para a população carente.
Recentemente Clovis Assis e toda a Cidade depositaram esperanças na reabertura da CUPE, o que foi drasticamente frustrado.
Foi DEPUTADO FEDERAL E VICE PREFEITO, terminando por ficar refém da sua própria dignidade e intransigência para a “prática do bem sem olhar a quem” no exercício com vocação, das funções e ações públicas que exerceu.
Vá em paz amigo, a certeza dos grandes benefícios praticados em favor da nossa população, o deixa com muito crédito junto a Deus para continuar sua missão de vida.
Este é um reconhecimento e homenagem do seu colega, amigo e cidadão,

* Dr .Armenio Santos é Medico Oftalmologista, 
Ex Secretário de Saúde de Vitória da Conquista - BA
 e Politico por vocação.


segunda-feira, 22 de março de 2021

HERZEM GUSMÃO


 Dr. Valdir Barbosa e Herzem Gusmão
Por Valdir Barbosa

HERZEM GUSMÃO
Penso que quase na mesma época, diferença de poucos anos, como ocorre em relação a nossas idades cronológicas, começamos as carreiras que abraçamos em cidades bem próximas e justo estes desideratos aos quais estivemos entregues, desde a década de setenta haveriam, de certa forma, de nos aproximar, respeitar e admirar em reciprocidade fazendo, afinal, com que privássemos de amizade imorredoura.
Sempre que considero acerca de encontros e desencontros que acontecem nesta vida do agora, me permito referir que este passeio do presente reflete situações de eras distantes, onde os personagens do cenário atual atuaram interagindo de maneira que lhes possibilitou o reencontro, no claro objetivo cósmico de resgatar equívocos ou cristalizar acertos visando o crescimento espiritual de todos os viventes, em busca de atingir a plenitude, na esteira de seus atos e ao exercício do livre arbítrio, grande dádiva Divina que assim faculta a ascensão do ser humano, por conta dos seus próprios méritos.
Destarte haveria eu, soteropolitano nato, de ensaiar meus primeiros passos como homem de polícia, em meados do ano de setenta findo, na distante Itapetinga, enquanto a voz potente e firme de Herzem Gusmão começava a ecoar com brilho, nas plagas conquistenses, para se tornar adiante, na marca de um dos mais respeitados homens da imprensa falada, não só da terra que lhe viu nascer, como de resto da Bahia e mesmo do seu país.
A região que guarda como cidade polo, Vitória da Conquista, me recebeu desde então, seja em função da própria atividade a qual me dediquei, por quatro décadas, até estar aposentado, seja porque tanto Itapetinga, como a cidade serrana me premiaram com afetos resultando destes, amigos fraternos e amores quais jardins floridos que me ofertaram colheita farta de filhos e netos. Certo é, já em meados de oitenta assumi a Delegacia Regional, hoje Coordenadoria, com sede em Conquista, de certa foram me estabelecendo no cenário em definitivo findando por escolher o lugar como minha segunda urbe.
A despeito de haver ocupado cargos dos mais distintos, na Instituição Policial Civil do Estado, até alçar o posto de Delegado Geral, isto nos idos de 2003, apesar de ter corrido os quatro cantos do país e até militado fora dele, em busca de solucionar questões das mais diversas, a interesse da segurança pública baiana, até pouco mais de dez anos atrás quando optei voltar para Salvador, por conta dos interesses profissionais e acadêmicos de Roberta, companheira mais que vintenária e do filho caçula, o repouso deste guerreiro guardava os contornos da Suíça Baiana, da Serra do Periperi, seu povo hospitaleiro, seu clima de montanha, sua energia contagiante exposta nas cores alaranjadas do sol poente, quando o astro rei se debruça, além das montanhas, para as banda do oeste.
Além disto, voltei algumas vezes aos palcos conquistenses, não para reabastecer baterias, sobretudo, nos anos noventa convocado para atuar em situações anormais, na condição de delegado especial, a exemplo do sequestro trágico de D. Gilenilda Alves e do motim mais longo da história dos presídios baianos, o antigo Nilton Gonçalves.
Feitas estas considerações volto ao topo dos escritos, vez que eles pretendem falar do meu reencontro, neste plano que ontem para ele se findou, cumprindo seu ciclo, com o grande homem, portanto, admirável, Herzem Gusmão. Por obvio, a minha atividade pública e o apelo nela encerrado haveria de nos colocar frente a frente, ele e seus repórteres de polícia, à cata da notícia, enquanto eu o detentor da informação privilegiada que interessava ao seu público.
Então, na esteira do falado reencontro que a organização cósmica nos impõe, no leito das responsabilidades assumidas diante da sociedade, cada um de nós em seu desempenho, afirmo, os últimos trinta e cinco anos, pelo menos, serviram de esteira para que estreitássemos nosso conhecimento, dentro do maior respeito e consideração, potentes vetores que criam amalgama capaz de forjar amizades verdadeiras.
Sou testemunha da sua dedicação pela carreira, sempre fui admirador da sua capacidade de recrutar profissionais capazes de garimpar a notícia com celeridade e exatidão, da excelência por conduzir como ancora um dos programas mais ouvidos da rádio Conquistense - RESENHA GERAL - que ia ao ar meio dia, direto dos estúdios postados, a início, na Praça Barão do Rio Branco, em seguida no prédio que abriga o Shoping Itatiaia, onde várias vezes tive o privilégio de ser seu entrevistado.
Fã incondicional de sua voz indefectível, do argumento incisivo, da sua coragem pessoal, mas, sobretudo, do seu amor pela terra mater, pelas suas origens, pelos seus conterrâneos, pelos forasteiros que como eu resolveram chegar, para ficar na terra frio, dona de um povo de coração em brasa, assim como o dele.
Eu, que aprendi a conhece-lo de perto, tanto nos campos laborais, como nas vagas calmas de instantes prazerosos e informais do cotidiano, junto a velhos amigos, tais quais o Dr. Ubirajara Brito e os saudosos Humberto Flores e Paulinho Baiano, apenas a título de exemplo, atesto sua honestidade, postura ilibada e retidão de caráter, homem de fé no seu Deus misericordioso.
Induvidosamente, voltando a referir ao grande amor que ele dedicava a sua terra e o desejo enorme que guardava de servir seu torrão, digo que isto se tornou a mola propulsora capaz de fazê-lo aceitar os desafios da vida pública, por isto, depois de muita luta, foi representante do povo de Conquista na Câmara Estadual, onde atuou com independência e competência.
A partir destas atuações, se fez credenciado a disputar a prefeitura municipal da cidade de seus quereres e após árduas disputas, depois de ter sido derrotado por duas vezes, finalmente suplantou a hegemonia do PT, em 2016 e, em seguida, conseguiu a reeleição apesar de toda máquina governamental do Estado ter sido usada, no afã de vê-lo derrotado.
Porém, quis o destino que Herzem não pudesse realizar o propósito de continuar as obras marcantes que mudaram o desenho da cidade e distritos, decerto razões que o conduziram à última vitória, mesmo que muitos dos seus mais próximos temessem não pudesse vir, diante das circunstancias aparentemente desfavoráveis.
Sabe-se da sua intenção de continuar os trabalhos de revitalização da cidade, mas, se conhecia sua pretensão em atuar com ênfase nas áreas sociais, da saúde da educação e da segurança que decerto continuarão a ser prioridades de sua grande substituta, a vice Sheila Lemos, que agora assume em definitivo.
Lamentável perda, do homem do amigo, do profissional, do político, do líder, todavia, os desígnios de Deus são insondáveis e indiscutíveis. Encerro lembrando de um dos últimos encontros formais que tivemos, há pouco mais de um ano, se não me ponho traído pela memória. Cuido de preservar os demais integrantes do episódio que passo a narrar:
Expressivo escritório de advocacia de Salvador, composto de jovens e brilhantes advogados, dentre eles filho de ilustre figura radicada em Conquista há décadas, responsável por cuidar dos interesses empresariais de grupo que transigia com a prefeitura, me pede para tentar uma reaproximação com o prefeito, pois ele decidira não receber mais, nem autorizava o fizessem seus assessores, qualquer executivo do conglomerado, representantes e mesmo advogados.
Procuro-o neste sentido e, sob olhares céticos dos seus auxiliares mais chegados, ele autoriza que seja marcada a reunião pretendida, porém exige que me fizesse presente na ocasião e assim finda por ocorrer. No dia do encontro, em seu gabinete da Bartolomeu de Gusmão, os empresários, seus advogados e parte expressiva do secretariado, num ambiente tenso, com aquele seu jeito direto e aquela voz marcante, ele dispara: “SENHORES, ANTES DE COMEÇAR GOSTARIA DE LHES DIZER O SEGUINTE: ERA MINHA PRETENSÃO NÃO RECEBÊ-LOS MAIS, ESTAVA DISPOSTO A LEVAR ESTE ASSUNTO A QUALQUER INSTANCIA QUE FOSSE NECESSÁRIA, POIS ACIMA DE TUDO ESTÃO OS INTERESSES DO POVO DE CONQUISTA ENVOLVIDOS NELA. PORÉM, NÃO POSSO DEIXAR DE ATENDER A UM PEDIDO DE DR. VALDIR BARBOSA" - SEMPRE ME TRATOU COM ESTA DEFERENCIA, A DESPEITO DA NOSSA FRATERNA AMIZADE. "ASSIM, AUTORIZO SEJAM REABERTAS AS NEGOCIAÇÕES”.
Confesso, entre orgulhoso e emocionado, nada mais restava fazer, senão agradecer a deferência de público e assistir aos atos que se sucederam. O que resultou nisto, só a história dirá.
Neste fim de tarde de uma sexta feira triste, recluso há 13 dias, acometido por este vírus traiçoeiro, com comprometimento pulmonar, mesmo leve deixo de sofrer por isto, pois a realidade da perda irreparável é cruel, então, não posso segurar lágrimas sentidas que me brotam da alma, ao expressar minha homenagem derradeira a este amigo que segue para a senda do infinito. Faz parte da vida, sabemos que vimos ao mundo para realizar, semear, colher os frutos da semeadura e partir de volta no caminho da eternidade. Caríssimo Herzem Gusmão, você veio, realizou, semeou boas sementes, colheu belos frutos, então siga seu caminho em direção à luz.
Dia destes nos encontraremos por aí.
Abraços.

Salvador, 19 de março de 2021

domingo, 28 de fevereiro de 2021

HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO

Beto Magno

Por Daniel Santos de Castro

Menos de um ano depois dos irmãos Lumière fazerem uma exibição em Paris, aconteceu a primeira exibição de cinema no Brasil, que ocorreu na cidade maravilhosa. No ano seguinte a primeira sala de cinema é inaugurada pelo imigrante italiano Paschoal Segreto, também no Rio de janeiro. As primeiras filmagens em terras tupiniquins aconteceram por conta de Afonso Segreto que filmou em 1898 na Baía de Guanabara e no ano seguinte em São Paulo, durante a celebração de unificação da Itália. No próximo ano, o italiano Vítor di Maio abre a primeira sala de cinema em São Paulo. Nessa mesma época, passou-se a rodar vários filmes sobre o cotidiano carioca.

Os primeiros 10 anos foram mais difíceis por conta do envio de fitas e pela precariedade da energia elétrica, mas, em 1907, com a inauguração da usina hidrelétrica de Ribeirão de Lages tudo melhorou e passou-se a exibir muito mais filmes. O repertório não era muito diferente do resto do mundo. Não existiam ainda uma ampla variedade de filmes. Depois da hidrelétrica parece que algumas coisas passaram a mudar pelo Brasil. Antônio Leal, produziu o primeiro filme de ficção brasileiro, com 40 minutos de duração em 1908. Nesse mesmo ano, mais de 30 curtas e médias metragens foram produzidos, foi ai que começaram a surgir os primeiros atores de cinema, alguns vinham do teatro como Adelaide Coutinho, Abigail Maia, Aurélia Delorme e João de Deus.

Quando tudo parecia estar evoluindo no cinema nacional acontece a Primeira Guerra Mundial, isso faz com que o fornecimento de matéria-prima seja interrompido e as produções acabam por paralisadas. Entre 1912 e 1922 por exemplo, produziu-se apenas em torno de 60 filmes no Brasil, predominando o gênero documentário. Nesse mesmo período, em 1911 Francisco Serrador compra salas de exibição por todo o Brasil porém, sua política de exibição de filmes estrangeiros termina por enfraquecer o cinema nacional. A partir de 1915 é produzido um grande número de fitas inspiradas na rica literatura brasileira, como “Inocência”, “A Moreninha”, “O Guarani” e “Iracema” e o italiano Vittorio Capellaro é o cineasta que mais se dedica a essa temática. E em 1917 foi produzido "O Kaiser", do desenhista Seth, a primeira animação brasileira.

Nos anos 20, o Brasil passa a se tornar um dos maiores importadores de filmes americanos, mesmo assim o país vive uma expansão e produz cerca de 120 novos títulos, as produções ocorrem principalmente em Minas Gerais e Pernambuco, com destaque para Edson Chagas e Gentil Roiz. Outro fato importante da década de 20 é o filme "Noite de São João", de Francisco de Almeida Fleming, que surpreende por apresentar um processo de colorização manual.

A década de 30 exibe filmes sonoros e mudos e as produções com som são geralmente voltadas ao estilo carnavalesco, nesse momento atores de rádio passam a atuar também no cinema, é bem nessa época que o Brasil conhece o talento de Carmen Miranda, que em 1933 faz sua estreia em "A Voz do Carnaval", de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro. Em 1930 é criada por Gonzaga a Cinédia, o primeiro grande estúdio cinematográfico do país e em 1936 o Instituto Nacional do Cinema Educativo, por Roquete Pinto. Depois de Francisco Serrador exibir só filmes estrangeiros, é decretada uma lei em 1939, que impõe uma cota mínima de exibições de filmes nacionais.

As chanchadas, primeiro gênero de filmes criado no Brasil, ganham destaque nos anos 40. Em 41, é criada por Moacir Fenelon e José Carlos Burle, a Atlântida, que produz filmes de baixo orçamento se associa ao exibidor Luís Severiano Ribeiro para garantir espaço e promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro. Dois anos depois, estreia "Moleque Tião", dirigido por Burle com Grande Otelo como protagonista, primeiro filme da Atlântida. Em meados da década de 40 a Atlântida se consolida como maior produtora brasileira. São produzidos 12 filmes e é em 44 que Oscarito e Grande Otelo atuam juntos pela primeira vez. Em 1947 a produtora passa a ter Luis Severiano Ribeiro Jr. como sócio majoritário. Isso faz com que as chanchadas tornem-se marcas registradas da companhia. Alguns filmes sobre problemas sociais também não produzidos, mas não fazem tanto sucesso com o público.

Os anos 50 começam com duas produções musicais de Watson Macedo “Aviso aos Navegantes”, em 1950, e “Aí Vem o Barão”, em 1951 e com isso consolidou-se  a dupla Oscarito e Grande Otelo, grande fenômeno de bilheteria para o cinema no Brasil, lembrados até hoje. Em 1953 tem-se o primeiro filme nacional em cores, "Destino em Apuros" de Ernesto Remani. Também tem o primeiro filme brasileiro ganhando Festival de Cannes "O Cangaceiro". Além disso, acontece o surgimento do jovem Carlos Manga com seu primeiro filme "A Dupla do Barulho". Manga se destaca por dominar as técnicas e pela sua identificação com o cinema norte-americano. Meados dessa década vemos a Chanchada perdendo sua força e depois do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos, marca-se o início da corrente do Cinema Novo. Em 1956 é criada a Cinemateca Brasileira em São Paulo, porém no ano seguinte um incêndio destrói grande parte de seu acervo. Em 1959, outra vitória para o Brasil, o filme é francês "Orfeu Negro", dirigido por Marcel Camus, porém foi inspirado no musical Orfeu da Conceição, de Vinicius de Morais e Tom Jobim. O filme levou o Palma de Ouro em Cannes e Oscar de melhor Filme Estrangeiro nos EUA.

Os anos 60 são marcados por grandes nomes no Cinema como Nelson Pereira dos Santos, Roberto Santos, Glauber Rocha e Arnaldo Jabor com filmes que buscam uma discussão da realidade econômica, social e cultural do país, características do Cinema Novo. Esse movimento teve força em diversos países como Espanha, Itália e França. No Brasil ele se tornou uma arma contra o governo. A frase “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, foi lema dos cineastas de 60. A ideia era realizar filmes com teor social a baixo custo. Fosse discutindo problemas rurais (primeira metade dos anos 60) ou problemas políticos (segunda metade de 60), o Cinema Novo brasileiro foi de extrema importância pois tornou o Brasil reconhecido como cenário importante no cinema mundial, além de ter apontado para a população problemas importantes que até então não tinham grande relevância. Em 1966 é criado o curso de Cinema e Audiovisual em São Paulo (ECA-USP). No ano seguinte é criado o Festival de Brasília, um dos maiores festivais de cinema do Brasil até os dias atuais. Porém, em 1969, auge dos tempos de ditadura, o governo militar brasileiro cria a Embrafilme, empresa estatal, para promover e controlar a indústria cinematográfica. Ainda assim filmes eram produzidos, porém o teor deles era velado e o conteúdo tinha que ser disfarçado. Ainda assim a Embrafilmes, abre espaço em lei para filmes nacionais.

Outro movimento passa a surgir, agora no início de 70. O Boca do Lixo produz filmes de baixo orçamento com algum ou muito apelo erótico. Esse movimento, com influência italiana, nasce em São Paulo e seus filmes são conhecidos por Pornochanchadas. Vários atores hoje consagrados, iniciaram suas carreiras nesse estilo de filmes. Nessa década, tem-se o destaque de Carlos (Cacá) Diegues, que havia começado a fazer filmes e críticas aos 17 anos. Outro grande diretor que ganha destaque é Hector Babenco que iniciou sua carreira no cinema como figurante. É também na década de 70 que o fenômeno "Os Trapalhões" surgem atraindo milhões de espectadores. Em 1976 tem-se um recorde de bilheteria no Brasil. "Dona Flor e seus Dois Maridos", uma história de Jorge Amado, adaptada por Bruno Barreto, Eduardo Countinho e Leopoldo Serran, foi dirigido por Bruno Barreto e teve Sônia Braga, Zé Wilker e Mauro Mendonça nos papéis principais.

Com a chegada do vídeo-cassete e o cinema dentro de casa, tem-se a proliferação de vídeo-locadoras no país. Em 1985 com o fim da ditadura militar, o cinema no Brasil acompanha a crise financeira do país e enfrenta problemas pois a Embrafilme deixa de financiar produções fazendo- as decaírem vertiginosamente. As salas passam a receber apenas 1/3 do público. No final da década, com a obrigatoriedade de exibir curtas metragens no cinema e com o Prêmio Estímulo, surge uma grande quantidade de curtas produzidos principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Destaque para o curta "Ilha das Flores", de Jorge Furtado que em 1989 vende o Festival de Berlim e é eleito pela crítica europeia um doa 100 mais importantes curtas do século XX.

A crise só piorava e o governo Collor que privatizou muitas empresas estatais acaba com a Embrafilme e outros órgãos públicos do cinema. Com as salas quase vazias de espectadores, as produções quase não aconteciam mais e o Festival de Brasília teve que ser adiado por falta de concorrentes enquanto o de Gramado teve que abrir inscrições para filmes internacionais para poder sobreviver. A partir de 1993 há uma retomada da produção nacional através do Programa Banespa de Incentivo à Indústria Cinematográfica e do Prêmio Resgate Cinema Brasileiro, instituído pelo Ministério da Cultura. Os diretores passam a receber financiamentos para a produção, finalização e comercialização dos filmes com isso as produções de cineastas como Nelson Pereira dos Santos, Carlos Reichnbach, Sérgio Rezende, Paulo Thiago, Mauro Frias, Sérgio Bianchi vão aparecendo e e esse período fica conhecido por Cinema da Retomada. Em 1994, Carla Camurati produz o primeiro filme com verba da Lei Audiovisual. Em 1997 o filme "O que é isso Companheiro", de Bruno Barreto é indicado ao Oscar e no ano seguinte "Central do Brasil", de Walter Salles, que já havia ganhado Berlim, tem Fernanda Montenegro como indicada a melhor atriz no Oscar.

Inicia-se o século XXI e o cinema nacional passa a procurar por maior qualidade.  Em 2002 é criada a Academia Brasileira de Cinema, instituição que reúne realizadores, distribuidores, produtores, exibidores, técnicos, atores e demais profissionais do cinema e do audiovisual. O cinema nacional tenta conquistar maior participação no mercado, produzindo cada vez mais filmes com qualidade. São lançados filmes de grande sucesso de público e reconhecimento internacional. "Cidade de Deus" de Fernando Meirelles, tem grande destaque e fica mundialmente conhecido. Outros filmes como "Carandiru", de Hector Babenco e  "Tropa de Elite", de José Padilha também tornam-se destaques mundiais e o cinema brasileiro passa a ser mais visto e procurado.


Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-no-brasil/