quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A BAHIA É VETERANA NA PRODUÇÃO CINEMATOGRAFICA BRASILEIRA!

Dois de Julho a Guerra da Independência ( O filme) do diretor Lázaro Faria. Será o mais importante filme da cinematografia Baiana... Beto Magno

XVII FESTIVAL DE CINEMA GLAUBER ROCHA COLÉGIO 2 DE JULHO

Gravação da cena da passeata uma das mais deficeis do filme " O CICLO" da turma do 2º ano "A" do Colégio 2 de Julho - Salvador -BA

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Glauber Rocha - De Lá Pra Cá - 02/10/2011


Grande homenagem ao "Profeta do inconformismo" Glauber Rocha

DEPOIS DA LUZ, CAMERA E AÇÃO




Beto Magno no estúdio da Cap Escola de Tv e Cinema da Bahia

A MISERIA CULTURAL BAIANA



Por André Setaro


Diz-se que a Bahia já teve seu Século de Péricles, uma alusão ao período efervescente que se situou nos anos 50 e na primeira metade dos 60, quando Salvador congregava o que havia de mais criativo na expressão artística. Estimuladas pela ação da Universidade Federal da Bahia, comandada, e com mão de ferro, pelo Reitor Edgard Santos, as artes desabrocharam com o surgimento do Seminário de Música, da Escola de Teatro, do Museu de Arte Moderna, dos inesquecíveis concertos na Reitoria, da porta da Livraria Civilização Brasileira na rua Chile, dos papos ao por do sol frente à estátua do Poeta, no bar e restaurante Cacique, dos debates calorosos da Galeria Canizares (no Politeama), da "boite" Anjo Azul (na rua do Cabeça), entre tantos outros pontos que faziam da Bahia um recanto pleno de engenho e arte.










Na Escola de Teatro, por exemplo, que, inicialmente, foi dirigida por Martim Gonçalves, montava-se, lá, de Bertolt Brecht, passando por Ibsen, Eugene O'Neill, entre tantos, a Strindberg, com um rigor inusitado, e tal era a excelência de seus espetáculos que vinham pessoas do sul do País, e até do exterior, vê-los encenados "in loco". No curso de preparação de ator, o estudante levava alguns anos para poder participar de uma montagem teatral, iniciando a sua trajetória como um mordomo mudo ou de poucas falas. Somente ter o seu nome no programa da peça já era um prêmio, uma alegria, um consolo.







O livro Impressões Modernas - Teatro e Jornalismo na Bahia, de Jussilene Santana, analisa a configuração do teatro como temática na imprensa baiana em meados do século XX e, pela primeira vez, faz justiça a Martim Gonçalves, o responsável pela excelência das montagens teatrais, criador da Escola de Teatro (que hoje tem o seu nome), mas muito criticado na sua época e até mesmo denegrido pelos opositores. Após a leitura deste livro imprescindível, a conclusão é única e inequívoca: sem Martim Gonçalves não se teria um teatro baiano do nível a que chegou, ainda que, décadas depois, tenha perdido todo o seu vigor, transformando-se num grande proscênio destinado à proclamação de "besteiróis", honradas as exceções de praxe.







Cinqüenta anos depois, meio século passado, a realidade cultural baiana é uma antípoda da efervescência verificada, uma época que foi chamada, inclusive, de "avant garde" pela sua disposição de inovar, pela marca de vanguarda da mentalidade de seus artistas e intelectuais. Atualmente, a Bahia regrediu muito culturalmente a um estado, poder-se-ia dizer, pré-histórico, e o "homo sapiens" do pretérito se transformou no "pithecantropus erectus" do presente. Aquele estudante do parágrafo anterior, por exemplo, não existe mais.







Na Bahia miserável da contemporaneidade, qualquer um pode pular em cima de um palco, qualquer um se sente apto a dirigir uma peça, "mexer" com cinema, fazer filmes. Com as sempre presentes exceções de praxe, o teatro que se pratica na Bahia é um teatro besteirol, que faria corar aqueles que participaram da antiga escola de Martim Gonçalves.







A Bahia não está apenas mergulhada em bolsões de pobreza, na violência diuturna e desenfreada, com seu povo excluído de tudo - e até mesmo dos cinemas, mas do ponto de vista cultural a miséria é a mesma. Miséria cultural, descalabro, ausência do ato criador, apatia, desinteresse. Eventos existem para a satisfação de pseudo-intelectuais que não possuem as bases referenciais necessárias para a compreensão do que estão a ver ou a ouvir. O momento presente, se comparado aos meados do século passado, assinala uma regressão cultural sem precedentes. Como disse Millor Fernandes, a cultura é regra, mas a arte, exceção, o que se aplica sobremaneira sobre o estado atual da cultura baiana. Cultura se tem em todo lugar, mas arte é difícil, e a arte baiana praticamente não existe.







Com o desaparecimento dos suplementos culturais e o advento de normas editoriais que privilegiam o texto curto, além da incultura reinante pela assunção do império audiovisual em detrimento da cultura literária (vamos ser sinceros: ninguém hoje lê mais nada), a crítica cultural veio a morrer por falência múltipla das possibilidades de exercício da inteligência numa imprensa cada vez mais burra e superficial.







Sérgio Augusto, crítico a respeitar, que militou nos principais jornais cariocas, em entrevista ao "Digestivo Cultural", site da internet (vale a pena lê-la na íntegra: http://www.digestivocultural.com/entrevistas/entrevista.asp?codigo=10), do alto de sua autoridade no assunto, afirmou que o jornalismo cultural está morto e enterrado, ressaltando que se fosse um jovem iniciante não entraria mais no jornalismo porque não vê, nele, perspectivas para a crítica de cultura (área de sua especialidade).







Dava gosto se ler o Quarto Caderno do Correio da Manhã com aqueles artigos copiosos, imensos, que abordando cultura e artes em geral, eram assinados por Paulo Francis, Otto Maria Carpeaux, Álvaro Lins, José Lino Grunewald, Antonio Moniz Viana, entre tantos outros. A rigor, todo bom jornal que se prezasse tinha seu suplemento cultural. Aqui mesmo em Salvador, vale lembrar o do Diário de Notícias e o do Jornal da Bahia (em folhas azuis). Atualmente, resiste o Suplemento Cultural de A Tarde (mas, mesmo assim...).







A inexistência da crítica de arte não diz respeito apenas ao soteropolitano. É uma constatação geral no jornalismo brasileiro. Mas, e os cadernos culturais e as ilustradas da vida? Caracterizam-se pela superficialidade e servem, apenas, como guia de consumo, com suas resenhas ralas. Atualmente, os cadernos dois, assim chamados, são até contraproducentes porque elogiam o que deveriam criticar, colocando na posição de artistas personalidades que deveriam, no máximo, estar no departamento de limpeza de estações rodoviárias.







A crítica de arte serve justamente para isso: para, construtivamente, sem insultos, mas com argumentos sólidos, desmontar aquilo que não presta. Que falta não faz uma crítica de teatro séria, que, semanalmente, venha a apreciar o que se está a apresentar na cidade como literatura dramática! Ou uma crítica de artes plásticas. A interferência de um crítico faria corar muitos pintores que estão expondo na Bahia e posando como artistas. Assim também uma crítica de cinema que fosse menos paternalista com os "coitados' dos cineastas baianos cujas imagens são a de "franciscanos" em busca da expressão cinematográfica, mas cujos resultados, em sua grande maioria, remetem o espectador aos braços de Morpheu, quando não à aporrinhação.







Para se ter um pequeno exemplo: a emissora de tv de maior audiência da Bahia apresenta todos os dias, em seu noticiário, grupos de pagode, de arrocha, entre outros, que passam a impressão de que os soteropolitanos não possuem talentos musicais - o que não é verdade.







Se a miséria da cultura baiana é cristalina, a miséria da crítica cultural é, também, imensa. Que esmola pode ser dada para se acabar com ela?







A imagem. Retirantes, de Portinari.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA

MATRICULAS ABERTAS PARA 2012

CAP ESCOLA DE TV E CINEMA -
15 ANOS!
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SÓ ACEITAMOS MATRICULAS COM RESERVA DE VAGA ANTECIPADA.

1) CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO / APRESENTADOR
Conteúdo: dicção/voz/fala; memorização de textos; leitura e interpretação; expressão corporal; gravação.
2) CURSO DE TV PARA ATORES
Conteúdo: dicção/voz/fala; leitura e interpretação; gravação.
3) CURSO DE PRODUÇÃO/ DIREÇÃO DE TV
Conteúdo: As 3 etapas da produção com a gravação de um vídeo de 1 minuto no final do curso.
4) CURSO CINEGRAFISTA
Professor: Kleiton Cintra (RECORD BAHIA)
5) CURSO LOCUÇÃO
Conteúdo: dicção/voz; interpretação de textos, microfones, gravação.
6) CURSO DUBLAGEM –
Professor: Flavio Back ( dublador do desenho animado BEN 10 e MENINAS SUPER PODEROSAS, PIRATAS DO CARIBE dentre outros filmes

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DEPUTADOS BAIANOS LOUVAM GLAUBER ROCHA


Recebo da jornalista Maria Olivia Soares o convite e o comunicado da homenagem que vai ser prestada, quinta, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, a Glauber Rocha pela passagem dos 30 anos de seu falecimento. Transcrevo na íntegra:
"Há 30 anos, em 1981, morria o maior de todos os realizadores cinematográficos brasileiros: Glauber Rocha. A Assembleia Legislativa da Bahia realizará uma sessão especial, proposta pelo deputado Álvaro Gomes, dia 20 de outubro, às 14 horas e 30 minutos. 'Uma justa homenagem ao cineasta de Deus e o diabo na terra do sol, um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos', afirma o deputado idealizador da sessão. Na ocasião, o escritor (autor de Glauber, Esse Vulcão, considerada a melhor biografia de GR), jornalista, intelectual, e amigo de Glauber desde a sua adolescência, João Carlos Teixeira Gomes (Joca) falará sobre a trajetória deste artista do cinema, que tem hoje dimensão internacional. Durante o encontro, o professor e compositor Fábio Paes vai cantar em memória de Glauber. 'Vamos realizar um belo encontro no plenário do Legislativo baiano, para manter viva a memória de um dos mais importantes cineastas do século XX, o baiano de Vitória da Conquista que conquistou o mundo com sua genialidade', afirma Álvaro Gomes, proponente da homenagem ao diretor de Terra em Transe, Deus e o Diabo na Terra do Sol, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, entre outros."

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PSICOSE É UMA OBRA-PRIMA

Por André Setaro

Psicose (Psycho, 1960), de Sir Alfred Hitchcock, trata-se de uma obra excepcional, que abalou o seu tempo. Realizado pelo mestre logo depois deIntriga internacional (North by northwest, 1959), e numa fase em que se dedicava a produzir e dirigir filmes de meia-hora para a televisão, o Alfred Hitchcock apresenta, o realizador teve a idéia de fazer um filme para cinema com os recursos bem inferiores das produções televisivas. Ninguém, nem mesmo seu distribuidor, poderia prever o sucesso que alcançaria. Um êxito retumbante!

Mas, antes de falar em Psycho, gostaria de dizer alguma coisa sobre os filmes televisivos, que foram veiculados no Brasil (vi quase todos há 50 anos, no início da implantação da televisão na Bahia). A memória, que é, muitas vezes, traiçoeira, apagou a maioria, mas alguns me ficaram nítidos para sempre tal a força de suas imagens. Lembro-me de um sobre um ventríloco bem apessoado, alto e elegante, que se apresentava em várias cidades dos Estados Unidos, tendo, em uma de suas pernas, sentado, um boneco. Uma mulher madura, uma senhora, apaixonado pelo ventríloco, acompanhava-o por todas as cidades. A sua idéia fixa era conhecê-lo de perto. Uma noite, finda a apresentação, toma coragem e vai até o camarim e sofre intensa emoção e decepção ao ver que o homem pelo qual tinha se apaixonado era um boneco e o ventríloco, na verdade, era um anão.

Há um outro curta feito para a televisão, de meia hora, que trata de um homem angustiado e solidário perdido na selva de pedra novaiorquina. A sua frustração é enorme e não consegue se comunicar com ninguém. As pessoas não o cumprimentam. Vive sozinho em um pequeno apartamento. Mas tenta, desesperadamente, ser alguém, ser visto, ser conhecido pelo outro. E, no final, ato extremo, resolve se suicidar. O plano derradeiro mostra um livro que contabiliza os suicídios por ano e há um acréscimo nos números. Ele é este acréscimo. Por que não vem aos disquinhos meia centena dos curtas de Hitchcock para a televisão? Uma lacuna para o conhecimento integral de um realizador excepcional que muito contribui para a evolução da linguagem cinematográfica.

Marion Crane (Janet Leigh) é uma funcionária de um escritório na cidade de Phoenix que é incumbida pelo patrão de depositar uma grande soma de dinheiro em cash. Vê-se, porém, tentado a roubá-lo e decide se evadir pela estrada, saindo da cidade. Por causa da chuva, incessante, pára num pequeno motel de beira de estrada que tem, ao lado, uma casa sinistra. Seu proprietário, Norman Bates (Anthony Perkins) a recebe tímido e gaguejante. Tem início a sucessão de choques que não vale a pena adiantar sob o risco de ser acusado de spoiler, ainda que filme muito visto e conhecido. Mas, para comentar Psycho é preciso que se descortine algumas cenas. Assim, quem ainda não viu a obra-prima que termine, agora, de ler esta coluna.

A estrutura narrativa é genial e, de certa maneira, revolucionária para a época, pois Hitchcock mata a atriz principal (na famosa sequência do chuveiro) ainda no primeiro terço do transcurso da fábula. Procedimento inusual que causou estupefação.

Na verdade, a estrutura narrativa de Psicose ao invés de ter uma uniformidade dentro da lei de progressão dramática se encontra construída como se fossem três filmes. Cada um com sua apresentação do conflito, desenvolvimento deste e desenlace. Morta Marion, esfaqueada no box do chuveiro, o filme como que parece que se extingue. Mas começa tudo novamente com a aparição do detetive Arbogast (Martim Balsam), contratado pelo amante de Marion (John Gavin) e sua irmã (Vera Miles). Arbogast, quando chega ao motel, é também esfaqueado a subir as escadas da mansão sinistra, caindo para trás. Um terceiro filme se desenvolve com a busca, desta vez, efetuada por Gavin e Miles, que encontram o motel e, neste terceiro bloco, por assim, dizer, há o desenlace definitivo. Além disso, há um epílogo, quando um psiquiatra (Simon Oakland) explica o comportamento de Norman Bates (este epílogo, longo, é um único senão que se pode fazer ao filme, pois desnecessário).

A concepção estrutural de Psycho revela, mais uma vez, o gênio hitchcockiano para a subversão do clichê narrativo. Para ele, tout est dans la mise-en-scène (tudo está na mise-en-scène) e muito mais do que a fábula em si é a mise-en-scène que produz o impacto cinematográfico, que se traduz na exposição do específico fílmico. A narrativa de Psycho é uma narrativa de emoção, de êxtase, e de assombro: a partitura de Bernard Herrmann a acentuar uma Marion dentro do carro angustiada pelo crime cometido enquanto os pára-brisas, numa noite de chuva, acentuam-lhe a agonia e os pensamentos; a clássica e antológica cena do chuveiro na qual, em menos de um minuto, há mais de cinquenta tomadas, a revelar a ilusão do cinema e o poder da montagem; no início, a colocação brincalhona da hora exata em que Marion está no quarto do hotel com o amante; o esfaqueamento de Martin Balsam que cai em câmera lenta da escada, entre muitas outras cenas antológicas e definitivas.

Um crítico mineiro, de Juiz de Fora, hitchcockiano de carteirinha, Francisco Carlos Lopes, escritor e jornalista, realizou uma exegese de Psycho, que, aqui, vai um trecho:
"A grande cena do filme todo, para mim, aliás, nem é a do chuveiro, mas aquela em que Norman leva um sanduíche para Marion e conversa com ela, falando das armadilhas particulares em que todos nós, desolados seres humanos, nos sentimos viver, em alguns momentos, e dentro das quais nos debatemos sem conseguir sair (e que angústia há em quando ele fala da loucura da mãe e dos lugares chamados "hospícios"!). Ninguém precisa ser psicótico para entender aquela alma, aquela treva que é seu néctar e veneno. O diálogo é fabuloso. Perkins será lembrado por toda eternidade por esse personagem. Não teve nenhum outro papel tão denso assim".

Continua Lopes: "Hitchcock era um neurótico consumado, mas um neurótico de bom-gosto. Não queria, por exemplo, que o filme fosse a cores para que a cena do assassinato do chuveiro, com todo o sangue escorrendo, não fosse de um realismo muito grande - achava que seria excessivo. Mas mostrava, pela primeira vez no cinema americano, uma privada, o som de uma descarga, detalhes íntimos e alusivamente sórdidos daquele motel que, por sua discrição relativa, são até hoje muito mais fortes que muitas cenas deslavadas que os filmes de suspense, depois de tanto tempo, podem mostrar a espectadores sádicos que, decididamente, não se impressionam (nem se comovem) com mais nada e com o bom-gosto não fazem nenhuma espécie de pacto".

PSICOSE (Psycho, 1960), de Alfred Hitchcock. Produção: Alfred Hitchcock (não creditado). Roteiro> Joseph Stefano, baseado no livro de Robert Bloch. Fotografia: John L. Russell. Montagem: George Tomasini. Créditos de Saul Bass. Elenco: Janet Leigh (Marion Crane), Anthony Perkins (Norman Bates), Vera Miles (irmã de Marion), John Gavin (amante de Marion), Martin Balsam (detetive Albogarst), John McIntire (xerife), Pat Hitchcock (secretária do escritório), Simon Oakland (psiquiatra), Mort Mills (patrulheiro rodoviário).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

WORKSHOP COM CIÇA CASTELLO NA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA



Ciça Castello e Rada Rezedá com alunos da CAP Escola de Tv em Salvador que participaram do Workshop sobre TV e Comportamento do ator no mercado do Rio e São Paulo.
Ciça Castello também esteve em Salvador para realizar os teste do filme Pixinguinha, de Denise Saraceni.

Os testes aconteceram na CAP Escola de Tv, no Rio Vermelho.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A MONTAGEM IDEOLOGICA

A chamada montagem ideológica ou intelectual é uma operação com um objetivo mais ou menos descritivo que consiste em aproximar planos a fim de comunicar um ponto de vista, um sentimento ou um conteúdo ideológico ao espectador. Eisenstein escreveu na justificativa de sua montagem de atrações: "uma vez reunidos, dois fragmentos de filme de qualquer tipo combinam-se inevitavelmente em um novo conceito, em uma nova qualidade, que nasce, justamente, de sua justaposição (...) A montagem é a arte de exprimir ou dar significado através da relação de dois planos justapostos, de tal forma que esta justaposição dê origem à idéia ou exprima algo que não exista em nenhum dos dois planos separadamente. O conjunto é superior à soma das partes".

Amparado nestes ditos de Eisenstein, há de se ver que, no cinema, como em quase todos os ramos das ciências, quando se reúne elementos (no sentido amplo) para obter um resultado, este é freqüentemente diferente daquele que se esperava: é o fenômeno dito de emergência. Aprende-se, por exemplo, em biologia, que pai e mãe misturam seu patrimônio hereditário para criar uma terceira personagem não pela soma desses dois patrimônios, mas, ao contrário, pela combinação deles em um novo patrimônio inédito. Em química, sabe-se ser possível misturar dois elementos em quaisquer proporções, mas não é possível combiná-los verdadeiramente em um corpo novo se não tem proporções perfeitamente definidas (Lavoisier). Da mesma forma, na montagem de um filme, os planos só podem ser reunidos numa relação harmoniosa.

A montagem ideológica consiste em dar da realidade uma visão reconstruída intelectualmente. É preciso não somente olhar, mas examinar, não somente ver, mas conceber, não somente tomar conhecimento, mas compreender. A montagem é, então, um novo método, descoberto e cultivado pela sétima arte, para precisar e evidenciar todas as ligações, exteriores ou interiores, que existem na realidade dos acontecimentos diversos.

A montagem pode, assim, criar ou evidenciar relações puramente intelectuais, conceituais, de valor simbólico: relações de tempo, de lugar, de causa, e de conseqüência. Pode fazer um paralelo entre operários fuzilados e animais degolados, como, por exemplo, em A Greve (1924), de Eisenstein. As ligações , sutis, podem não atingir o espectador. Eis, aqui, um exemplo da aproximação simbólica por paralelismo entre uma manifestação operária em São Petersburgo e uma delegação de trabalhadores que vai pedir ao seu patrão a assinatura de uma pauta de reivindicações (exemplo extraído do filme Montanhas de ouro, do soviético Serge Youtkévitch).

- os operários diante do patrão
- os manifestantes diante do oficial de polícia
- o patrão com a caneta na mão
- o oficial ergue a mão para dar ordem de atirar
- uma gota de tinta cai na folha de reivindicações
- o oficial abaixa a mão; salva de tiros; um manifestante tomba.

A experiência de Kulechov demonstra o papel criador da montagem: um primeiro plano de Ivan Mosjukine, voluntariamente inexpressivo, era relacionado a um prato de sopa fumegante, um revólver, um caixão de criança e uma cena erótica. Quando se projetava a seqüência diante de espectadores desprevenidos, o rosto de Mosjukine passava a exprimir a fome, o medo, a tristeza ou o desejo. Outras montagens célebres podem ser assimiladas ao efeito Kulechov: a montagem dos três leões de pedra - o primeiro adormecido, o segundo acordado, o terceiro erguido - que, justapostos, formam apenas um, rugindo e revoltado (em O Encouraçado Potemkin, 1925, de Eisenstein); ou ainda a da estátua do czar Alexandre III que, demolida, reconstitui-se, simbolizando assim a reviravolta da situação política (em Outubro).

O que Kulechov entendia por montagem se assemelha à concepção do pioneiro David Wark Griffith, argumentando que a base da arte do filme está na edição (ou montagem) e que um filme se constrói a partir de tiras individuais de celulóide. Pudovkin, outro teórico da escola soviética dos anos 20, pesquisou sobre o significado da combinação de duas tomadas diferentes dentro de um mesmo contexto narrativo. Por exemplo, em Tol'able David (1921), de Henry King, um vagabundo entra numa casa, vê um gato e, incontinente, atira nele uma pedra. Pudovkin lê esta cena da seguinte forma: vagabundo + gato = sádico. Para Eisenstein, Pudovkin não está lendo - ou compreendendo o significado - de maneira correta, porque, segundo o autor de A Greve a equação não é A + B, mas A x B, ou, melhor, não se trata de A + B = C, porém, a rigor, A x B = Y. Eisenstein considerava que as tomadas devem sempre conflitar, nunca, todavia, unir-se, justapor-se. Assim, para o criador da montagem de atrações, o realizador cinematográfico não deve combinar tomadas ou alterná-las, mas fazer com que as tomadas se choquem: A x B = Y, que é igual a raposa + homem de negócios = astúcia. Em Tol'able David, quando Henry King corta do vagabundo ao gato, tanto o primeiro como o segundo figuram proeminentemente na mesma cena. Em A Greve ( Strike ), quando Eisenstein justapõe o rosto de um homem e a imagem de uma raposa (que não é parte integrante da cena da mesma forma que o gato o é em Tol'able David, porque, para King, o gato é um personagem),esta é uma metáfora.

Em Estamos construindo (Zuyderzee, 1930), de Jori Ivens, várias tomadas mostram a destruição de cereais (trigo incendiado ou jogado no mar) durante o débacle de 1929 da Bolsa de Valores de Nova York, a depressão que marcou o século XX. Enquanto apresenta os planos de destruição de cereais, o realizador alterna -os com o plano singelo de uma criança faminta. Neste caso, o cineasta, fotografando uma realidade, recorta uma determinada significação. Os planos fotografados por Jori Ivens podem ser retirados da realidade circundante, mas é a montagem quem lhes dá um sentido, uma significação. Os cineastas soviéticos, como Serguei Eisenstein e Pudovkin, procuravam maximizar o efeito do choque que a imagem é capaz de produzir a serviço de uma causa.

Considerada a expressão máxima da arte do filme, a montagem, entretanto, vem a ser questionada na sua supremacia como elemento determinante da linguagem cinematográfica com a introdução - em fins dos anos 30 - das objetivas com foco curto que permitiu melhorar as filmagens contínuas - a câmera circulando dentro do plano - com uma potenciação de todos os elementos da cena e com um tal rendimento da profundidade de campo (vide Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, Os melhores anos de nossas vidas, 46, de William Wyler) que possibilitou tomadas contínuas a dispensar os excessivos fracionamentos da decupagem clássica. A tecnologia influi bastante na evolução da linguagem fílmica, dando, com o seu avanço, novas configurações que modificam o estatuto da narração - o próprio primeiro plano - o close up - tão exaltado por Bela Balazs como "um mergulho na alma humana" - com o advento das lentes mais aperfeiçoadas já se encontra, esteticamente, com sua expressão mais abrangente e menos restrita. Tem-se, como exemplo, as faces enrugadas e pavorosas de David Bowie em Fome de Viver/The Hunger, 1983, de Tony Scott, com Catherine Deneuve e Susan Sarandon.

ATOR BAIANO EM SERIADO AUSTRIACO

Julio Cesar Mello ator baiano e ex-aluno da Cap Escola de Tv e Cinema da Bahia em seriado austriaco

JULIO CESAR MELLO, ALUNO DA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA ESTRÉIA EM SERIADO AUSTRIACO




Júlio Cesar Mello ator e ex-aluno da Cap Escola de Tv e Cinema da Bahia trabalhando num seriado austriaco.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

CURSO DE DUBLAGEM EM SALVADOR É NA CAP-ESCOLA DE TV E CINEMA



CURSO DE DUBLAGEM EM SALVADOR BAHIA NA CAP ESCOLA DE TV E CINEMA





CAP ESCOLA DE TV E CINEMA - 15 ANOS!




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1, 2, 3 E 4 DE SETEMBRO ( ULTIMO DIA PARA MATRICULAR: 20 de AGOSTO )

Professor: Flavio Back ( dublador do desenho animado BEN 10 e MENINAS SUPER PODEROSAS)

Investimento: R$ 450,00

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Propaganda da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas - 2011

Propaganda da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas - 2011
Direção de Elenco: Rada Rezeda, CAP - Escola de TV e CINEMA
Assistente de Elenco: Matheus Santana
Elenco: Noel Pestana Pestana, Juliana Arize, Tony Rastelly, Thyago Mandu, Quesy Pimenta, Lícia Maria e Laise Ribeiro.

sábado, 30 de julho de 2011

'O HOMEM QUE NÃO DORMIA" DE EDGAR NAVARRO

Por André Setaro



Sexta-feira 29/07/11, às 20 horas e 30 minutos, avant-première de O homem que não dormia, segundo longa do baiano Edgard Navarro, lançamento mundial no Teatro Castro Alves (Salvador). Na foto, Fernando Neves como o implacável Coronel Abílio, o dono do lugar.


Egresso do boom superoitista, que se deu em meados do decurso da década de 70, quando das jornadas icbanas, Navarro somente após 30 anos de labuta na praxis cinematográfica, fazendo curtas (Alice no país das mil novilhas, O rei do cagaço, Exposed, Porta de fogo...), é que teve a oportunidade de incursionar no longametragismo em Eu me lembro (2004), recursos vindos de um edital governamental (Prêmio Carlos Vasconcelos Domingues). Atenuadas as suas idiossincrasias e a sua iconoclastia, Eu me lembro, o seu amarcord, é, também, o retrato de toda uma geração. O cinema de Navarro, sobre ser um cinema de transgressão, tem humor e graça. O homem que não dormia, portanto, é uma obra determinante na compreensão do universo fílmico navarriano.


O filme foi realizado em Igatu, na Chapada Diamantina, e tem no elenco Bertrand Duarte, Evelin Buchegger, Fabio Vidal, Mariana Freire, Ramon Vanne e Fernando Neves, entre outros atores baianos. O drama tem início quando, numa noite, cinco pessoas de uma cidadezinha do interior são acometidas por um mesmo pesadelo envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado. Com a chegada de um misterioso peregrino, o vilarejo é arrebatado da rotina medíocre e os personagens são lançados em uma série de acontecimentos insólitos. O Homem que Não Dormia fala do jugo perverso das hipocrisias, medos e doenças, que impedem as pessoas de assumirem as rédeas de seus destinos, reescrevendo suas vidas à luz da verdade. O Homem que Não Dormia marca o reencontro do ator Bertrand Duarte com o diretor Edgard Navarro, também como protagonista, depois da bem sucedida experiência no filme Superoutro (melhor Ator, melhor filme e melhor diretor no Festival de Gramado 1989).

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CABEÇAS ESDRÚXULAS

André Setaro e Edgar Navarro

Por André Setaro

Dissipadas as divergências do pretérito, e encarando o futuro com amizade e confiança, André Setaro dá uma cabeçada amiga em Edgard Navarro, para cumprimentá-lo devidamente pela conclusão de seu segundo longa, O homem que não dormia. Ontem, no foyer do Teatro Castro Alves, durante o Cine Futuro (como agora se chama o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual). O homem que não dormia, segundo opus navarriano no longametragismo (o primeiro o premiado Eu me lembro) tem sua avant-première sexta próxima, às 20 horas, na sala nobre do majestoso TCA, onde se concentram as principais atividades do seminário. O cineasta de O Superoutro está com fé e esperança neste filme, projeto antigo e que somente agora conseguiu colocá-lo nas imagens em movimento. Não se pode disso discordar: Edgard Navarro é o cineasta cult do cinema baiano contemporâneo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

REUNIÃO DE PRODUÇÃO DO FILME 2 DE JULHO

Beto Magno, Lázaro Faria, Zelito Viana, Rada Rezedá, Marcos Marciel, Raquel Maguinilk, Neuma Belchote, Carol Assis, Patrícia Chamon, Andreia Menezes,Vera Di Paula em reunião de produção na casa de Marcos Marciel no Empório do Oriente na Barra- Salvador -Ba.





quarta-feira, 20 de julho de 2011

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E CINEMA




CAP ESCOLA DE TV E CINEMA - 15 ANOS! DIREÇÃO: RADA REZEDÁ


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1) CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO / APRESENTADOR
Duração: 5 meses inicio: 30 de JULHO



2) CURSO DE TV PARA ATORES
Turmas para adultos ,iniciantes, adolescentes e crianças – MATRICULAS ABERTAS



3) CURSO DE PRODUÇÃO/ DIREÇÃO DE TV
Próxima turma em agosto



4) CURSO CINEGRAFISTA
Próxima turma inicio 25 de julho



5) CURSO LOCUÇÃO
Próxima turma em agosto



6) CURSO DUBLAGEM –
Próxima turma inicio 10 agosto

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O HOMEM QUE NÃO DORMIA

O excelente ator Bertran Duarte numa cena do filme O Homem que não dormia de Edgar Navarro

GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Beto Magno e Matheus Santana no estúdio da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador no dia de aula de tele-ponto para alunos de telejornalismo.


GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Thyago Mandú maqueando os alunos de telejornalismo da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador no dia de aula de tele-ponto.


GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Rada Zaverutcha Rezedá diretora da CAP - Escola de Tv e Cinema em Salvador


GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Beto Magno na Cap Escola de Tv e Cinema em dia de aula de tele-pronpt para alunos de telejornalismo.

GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Filipe Magno, Maiane, Juliana Cunha alunos de telejornalismo da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador em aula de tele-ponto.

GRAVAÇÃO COM TELE-PROMPT: ESCOLA DE TV E CINEMA

Beto Magno no estúdio da Cap Escola de Tv e Cinema em Salvador