VM FILMES: Transformando Ideias em Realidade Na VM FILMES, criamos, planejamos e executamos projetos para TV e cinema, oferecendo soluções criativas e inovadoras. Produzimos filmes publicitários, documentários, longas-metragens e séries para TV. Também realizamos co-produções. Contatos: E-mail vmfilmes269@gmail.com - Tel / WhatsApp (71) 99211 - 4554 / (77) 99815 - 2848 - ANCINE 37269 Esperamos colaborar com você em sua próxima produção.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
COOPERCINE-BAHIA
Chico Argueiro (Diretor e Produtor ) falando sobre cooperativismo na primeira reunião de fundação da Cooperativa de Cinema da Bahia 09/08/2012 no teatro do IRDEB Salvador Bahia
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
"NA ESTRADA" FILME DE WALTER SALLES
NA ESTRADA – O mérito cinematográfico de Walter Salles é nos dizer, desde as primeiras imagens, que mostram os pés de Sal Paradise, em travellings, andando na estrada de barro que o conduzirá ao amor de Terry e aos campos de algodão da Califórnia, que o conceito de road movie, antes mesmo de ser um subgênero cinematográfico, já estava inserido, como reflexo de uma jornada interior, no fluxo memorialístico de nomes como Virginia Woolf, James Joyce e Marcel Proust, as principais influências de Kerouac. A presença de No Caminho de Swann (primeiro volume de Em Busca do Tempo Perdido, obra romanesca definitiva de Proust), passeando pelas mãos de Sal e outros personagens do filme, orquestra esse conceito, esse sinal. Na Estrada é um filme superior porque corre no sentido de colocar o cinema no nível da litaratura e da grande arte. Walter Salles pode estar enganado, talvez ele seja mesmo pretensioso, mas suas imagens são sintomáticas. Leia mais sobre Na Estrada.
Ficha Técnica
Diretor: Walter Salles
Elenco: Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart, Amy Adams, Tom Sturridge, Danny Morgan, Alice Braga, Marie-Ginette Guay, Kirsten Dunst, Viggo Mortensen
Roteiro: Jose Rivera
Baseado no romance de Jack Kerouac
Direção de fotografia: Eric Gautier
Direção de arte: Carlos Conti
Trilha sonora: Gustavo Santaolalla, com Charlie Haden e Brian Blade
Figurino: Danny Glicker
Montagem: François Gedigier
Duração: 2h20min
Classificação: 14 anos
domingo, 5 de agosto de 2012
OS FILMES DO CHICO
Há mais críticos e comentaristas de cinema no espaço virtual do que gafanhotos no Egito. A maioria dos blogs, no entanto, reflete um entusiasmo de fã sem a necessária base referencial, um conhecimento de causa, uma visão mais abrangente não somente da arte mas também do mundo, ou mehor dizendo, uma visão do cinema e uma visão do mundo. Por outro lado, há blogs (ou blogues?) que revelam profundidade na exegese da arte do filme. E um deles é o de Chico Fireman, que mergulha no cinema para buscar tesouros do pretérito da história do cinema e um atento espectador-crítico do cinema contemporâneo. O trabalho imenso de Fireman no resgate de títulos do passado pode ser visto na Liga de Blogues Cinematográficos, coordenado por ele (http://ligadosblogues.wordpress.com/), que brinda o amante do bom cinema com rankings cada vez mais surpreendentes. Mas o que se quer ressaltar aqui é que Fireman inaugura hoje, dia 20 de julho, o seu novo blog, mais limpo visualmente e livre de gralhas. A conferir: http://filmesdochico.com.br/
sábado, 4 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
JORGE AMADO E A SÉTIMA ARTE
Por André Setaro.
Recebi este release, que publico abaixo, anunciando o lançamento do livro Jorge Amado e a sétima arte, organizado por Bohumila S. de Araújo, Maria do Rosário Caetano e Myriam Fraga. Considerando a comprovada competência das organizadoras, um livro para comprar, ler e guardar.
Duas sessões de autógrafos em Salvador marcam lançamento de livro que integra as comemorações do centenário de nascimento de Jorge Amado
No mês em que se comemora o centenário de nascimento de Jorge Amado, a Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA), em coedição com a Casa de Palavras, apresenta o livro Jorge Amado e a sétima arte, de Bohumila S. de Araújo, Maria do Rosário Caetano e Myriam Fraga (Org.). No dia 8 de agosto, quarta-feira, às 18h30, durante o VIII Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (ENECULT), acontece o pré-lançamento do livro. No dia 10, sexta-feira, às 18h, evento na Fundação Casa de Jorge Amado concretiza o lançamento.
Um híbrido entre trabalho acadêmico e livro de depoimentos, Jorge Amado e a sétima arte contém diversos relatos sobre a relação do escritor baiano com o cinema. Conta com declarações e entrevistas com autores, cineastas, atores, roteiristas e diretores, além de bibliografia e filmografia completas, reunindo um rico material sobre Amado. José Calasans Neto, Guido Araujo, Walter da Silveira, Sonia Braga, Maria do Rosário Caetano, Bohumila Araujo, Myriam Fraga, Hélio Pólvora, Germano Tabacof, Ana Rosa Ramos, José Umbelino, Marise Berta, Guido André Araujo, Nelson P. dos Santos, Cacá Diegues, Nélia Belchote e João Carlos Sampaio são alguns dos nomes que contribuíram com textos, ensaios, depoimentos e entrevistas.
Nascido no dia 10 de agosto de 1912 no município de Itabuna, no interior baiano, e falecido em 6 de agosto de 2001, Jorge Amado, ao lado de Nelson Rodrigues, é o autor brasileiro com maior número de adaptações para o cinema e para a televisão. Seus romances foram traduzidos para 49 idiomas e são conhecidos e premiados mundialmente. Foi um grande disseminador da cultura baiana, que ganhou dimensão nacional e mundial através de sua obra.
Por André Setaro
Pré-lançamento de Jorge Amado e a sétima arte
Onde: Auditório do PAF III da UFBA (Campus de Ondina, Salvador, Bahia)
Quando: 08 de agosto, quarta-feira, às 18h30
Mais informações: www.enecult.ufba.br
Lançamento de Jorge Amado e a sétima arte
Onde: Fundação Casa de Jorge Amado (Largo do Pelourinho, Salvador, Bahia)
Quando: 10 de agosto, sexta-feira, às 18h
Realização: Fundação Casa de Jorge Amado/ Editora Casa de Palavras
Informações adicionais sobre o livro
ISBN: 978-85-232-0976-6
Formato: 16 x 23 cm
Número de páginas: 216
Ano: 2012
Preço especial de lançamento: R$ 30,00
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
RECEBENDO O LIVRO "A GÊNESE DE DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL"
Recebendo das mãos do Consul do Japão o Dr. Emilton Rosa o livro: "A Gênese de Deus e o Diabo na Terra do Sol".
segunda-feira, 30 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
O QUE É CINEFILIA?
Beto Magno e Jorge Mello (JM).
Para os que nasceram na era do vídeo, e, agora, do disquinho mágico, nada muito surpreendente. Mas para aqueles, como eu, que nasceram em priscas eras, em meados do século passado (1950, para ser mais preciso), com o tempo passando rápido - ó, tempo, suspende o teu vôo! -, o advento do VHS foi uma surpresa, e a do DVD, com tantos dreyers e bergmans, minnellis e langs, hawks e fellinis, espalhados por aí, quase um assombro.
Alguém já disse que foi pelo assombro que o homem começou a filosofar, mas, isto, outra história. Acontece que, antigamente, as imagens em movimento somente eram possíveis de ser contempladas no escurinho das salas exibidoras, havendo, para isso, de se pagar um ingresso. A televisão, naquela época, era muito ruim em termos de imagem.
Assim, havia duas características no que diz respeito à psicologia da recepção: a inacessibilidade e a impossibilidade de o espectador intervir na temporalidade. Na primeira, quando dentro do cinema, e sala enorme, com quase dois mil lugares, verdadeiros palácios, a imagem que se via na tela era algo mágico, inacessível. Lembro-me que havia um senhor que vendia fotogramas de filmes na Praça da Piedade (aqui em Salvador), e que também oferecia para compra uma lata que, devidamente furada, continha, em uma de suas extremidades, uma lente de óculos que permitia ver os fotogramas com mais nitidez do que a olho nu.
Se um determinado filme era exibido e, por acaso, estivesse doente ou viajando, retirado de cartaz, podia perdê-lo para sempre, excetuando-se os grandes sucessos que sempre eram recolocados. E, na segunda característica, a impossibilidade de intervenção na temporalidade. Projetado o filme, este se desenrolava na tela - ou no écran, como se dizia então, e ninguém podia pará-lo, retrocedê-lo, avançá-lo, salvo se entrasse na cabine de projeção e, revólver em punho, ameaçasse o operador.
Mas a inacessibilidade e a temporalidade se tornaram favas contadas com o surgimento do VHS e do DVD. Há, inclusive, creio, uma perda da aura cinematográfica. Se os disquinhos funcionam como o resgate do cinema, por outro lado, no entanto, perdeu-se a magia do espetáculo, visto em comunhão numa platéia. O indivíduo hoje já nasce vendo imagens em movimento e, por isso, elas se tornaram vulgares no sentido de corriqueiras.
Quando me contaram que, nos Estados Unidos, inventaram um aparelho pelo qual se podia ver filmes, que ficavam dentro de uma caixinha, não acreditei. Era o vídeo que então estava inventado e restrito ao território de Tio Sam. Precisei, como São Thomé, ver para crer, o que aconteceu em torno da metade dos anos 80, quando comprei o meu primeiro aparelho de VHS, um Sharp, que me deu muito trabalho de sintonizar. E as cópias eram péssimas. Precisou-se esperar que o DVD surgisse para que o cinema recebesse uma punhalada nas costas (na região pulmonar).
E atualmente ir ao cinema é entrar num festim diabólico onde reinam as pipocas, as conversinhas fora de hora, os celulares que, atendidos, infernizam o espectador que queira contemplar o filme. O público de cinema, no Brasil, pelo menos, se tornou uma espécie de patuléia desvairada. Repito sempre que o ir ao cinema hoje é uma das fases do shoppear. Não se vai mais ao cinema, esta a verdade, mas aos shoppings. Até mesmo nas salas ditas alternativas o público se comporta com apatia e as pessoas gostam mais de aparecer, porque, na sua grande maioria, pseudo-cinéfilos, pseudo-intelectuais. Mas vou contar uma história.
Corria o ano de 1973. Estava no Rio de Janeiro a passar as férias de julho. O jornal da época era o Jornal do Brasil, com seu excelente Caderno B. Neste, tomei conhecimento que Ladrões de bicicleta ia ser exibido na Cinemateca do Museu de Arte Moderna numa única sessão pela tarde. Conhecia muitos filmes, nesta ocasião pré-vídeo, de ouvi dizer e de leitura, alguns importantes com muitas informações. Era o caso de Ladri di biciclette, de Vittorio De Sica, que nunca tinha visto por falta de oportunidade e, também, porque nunca foi exibido em Salvador durante o meu itinerário existencial (depois passou algumas vezes). Assim, fiquei a postos, esperando o horário, com certa expectativa, aliás, que não tenho mais para quase nada. Chovia fino. Entrei na sala da saudosa Cinemateca. Mas, quando saí, um toró se abateu sobre a cidade, que ficou completamente engarrafada. Difícil pegar um táxi. Depois de algum padecimento embaixo da marquise do museu, resolvi ir andando do Flamengo, onde fica este, até Laranjeiras, onde estava hospedado. Cheguei encharcado e, no outro dia, com febre alta, ameaçado de pneumonia. Mas estava feliz por ter visto Ladri di biciclette. Atualmente, tenho-o em VHS e DVD, que fica guardado, parado.
Não seria mais possível um sacrifício tal para ver um filme. Tenho um amigo, por exemplo, que ia sempre a Paris para se meter na Cinematheque Française e ficar o dia todo vendo obras clássicas. Hoje tem um home theater em sua casa e há anos que não viaja. Viajava somente para ver filmes.
A cinefilia, como se praticava antigamente, está morta, e bem enterrada.
André Setaro
sexta-feira, 13 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
ENCONTRO DE MESTRES
Orlando Senna, Ricardo Miranda, José Walter Lima, Roberto Farias, Miguel Littin e Zelito Viana. Foto histórica de um almoço realizado em São Paulo
Por André Setaro
Uma constatação no momento presente é a de que, desde os anos 80, o cinema perdeu o status político que tinha nas décadas de 50, 60, principalmente, e na de 70. Havia uma vontade de conscientizar platéias e, com o cinema, mudar o mundo. Na Argentina, Fernando Birri (Mi hijo El Che), Fernando Solanas (no seu antológico Hora de los hornos: Notas y testimonios sobre el neocolonialismo, la violencia y la liberación, 1968, Perón: La revolución justicialista, 1971)), no Chile (Miguel Littin), na Italia (Francesco Rosi, Elio Petri, entre tantos), no Brasil (Glauber Rocha, Ruy Guerra...). A indústria cultural de Hollywood engoliu, porém, a cinematografia italiana, por exemplo, e o ímpeto transformista perdeu o seu ânimo, ainda que existam, atualmente, vozes isoladas que clamam por um cinema de denúncias, a exemplo do americano Michael Moore. Ir ao cinema, nos efervescentes anos 60, era um ato político, e o travelling, segundo Godard, uma questão de moral.
Descendente de imigrantes gregos e palestrinos, o chileno Miguel Littin, que esteve há poucos meses no Brasil para o lançamento de Dawson Ilha 10, pode ser considerado uma das reservas morais do bom cinema político latinoamericano. Seu cinema é um cinema de denúncia, sim, mas sem apelar para o panfleto, e sempre à procura de um tom para a disposição de sua fabulação. Salvador Allende, o presidente que foi assassinado durante o golpe em setembro de 1973, foi quem o indicou para a direção da companhia cinematográfica Chile Films, depois do grande sucesso alcançado por seu primeiro longa O Chacal de Nahueltoro, de 1969, que causou grande impacto na sociedade chilena por denunciar a situação de marginalidade dos homens do campo.
Com a intervenção armada, patrocinada por Kissinger & Nixon, Littin se viu obrigado a abandonar o seu país, levando nos braços os negativos de La tierra prometida, cuja finalização somente foi conseguida em território cubano. Um homem de esquerda, portanto, um cineasta enragé, mas que, nos seus filmes, demonstra a ideologia por meio do poder de convencimento de suas imagens. Uma característica bem acentuada de suas constantes temáticas é a recriação de fatos reais para mostrar, sempre, a opressão sofrida pelo seu povo. No exílio após a ascensão de Pinochet, estabeleceu-se primeiro no México e depois na Espanha. A sua carreira cinematográfica, no entanto, ainda que enfrentando muitos obstáculos, continuou, chegando, inclusive, a ter, em 1981, seu filme Alsina e el condor indicado para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Miguel Littin, num ato de bravura e coragem, apesar dos conselhos dos amigos, que o desestimulavam, resolveu voltar ao Chile e durante dois meses, escondido, conseguiu filmar a vida de seus compatriotas sob a opressão de uma ditatura sanguinária naquele que é talvez a sua obra-prima: Acta general del Chile. A experiência, inclusive, virou tema de um livro-reportagem do colombiano Gabriel García Márquez, que escreveu nos anos 80 A aventura de Miguel Littín clandestino no Chile. Feito com a colaboração de equipes estrangeiras, Acta general del Chile resultou numa película em duas versões: uma de quatro horas, para ser exibida, em partes, na televisão, e outra, de duas horas, para o cinema.
Cineasta do figurativo, realista, que procura, em seus filmes, ser fidedigno ao real que reconstrói, o cinema de Miguel Littin , sobre conter um potencial ideológico e de denúncia de um estado de coisas, prende-se mais ao elo semântico do que ao elo sintático (compreendido este como a linguagem, a maneira de o realizador articular a sua narrativa). Antes de passar o recado em suas obras, Littin persegue a consciência da verdade, a exatidão dos fatos narrados, ainda que reconstituídos. Um western marxista, como Atas de Marusia (Actas de Marusia, 1975), é exemplar nesse sentido. No México, além deste, realizou mais quatro filmes de sucesso e iniciou, junto com Luis Buñuel e outros cineastas, um movimento para afirmação de uma identidade para o cinema latino-americano, de que resultou o Festival do Cinema Iberoamericano de Huelva.
Segundo palavras de Antonio Skarmeta, "Miguel Littín teve uma vida excepcional como criador de uma filmografia marcante na história cinematográfica latino-americana. Ele esteve permanentemente comprometido com uma visão autêntica de questões e personagens chilenos, utilizando-se de uma linguagem original e bela. As críticas nacionais e internacionais avaliaram seu trabalho algumas vezes e indicaram-no para Palma de Ouro, em Cannes, e para o Oscar em duas ocasiões."
"Seu filme El Chacal de Nahueltoro é uma inquestionável obra-prima na história da cinematografia mundial e ainda hoje é considerado como uma importante forma de militância contra a pena de morte nos centros internacionais judiciais, universais e políticos que discutem a causa."
Em Dawson - Ilha 10, uma co-produção entre Brasil (leia-se José Walter Lima e sua produtora VPL), Chile e Venezuela, baseado no livro Isla 10, de Sergio Bitar, que foi aprisionado na ilha quando do golpe de Pinochet no Chile, Littin procura mostrar o sofrimento de ministros e ex-colaboradores de Allende que foram aprisionados na ilha após a intervenção militar. Mas o que poderia ter resultado num filme maniqueísta, ainda que a notória aversão do autor à ditadura instalada, desdobra-se numa espécie de estudo de comportamentos de homens numa situação-limite, procurando sempre o viés do humanismo. Afinal de contas, Littin vê todos os seus personagens como chilenos que se debatem numa desumana guerra civil. O acúmulo de personagens, todavia, faz com que o filme se disperse e se dilua, perdendo, com isso, uma maior estruturação psicológica dos alguns personagens chaves, como o arquiteto, interpretado pelo baiano Bertrand Duarte (O homem que não dormia, O Superoutro), o próprio Bitar, feito pelo ator chileno Benjamin Vincuña, entre outros. Em alguns momentos, o acúmulo citado prejudica a clareza da exposição.
Há, por outro lado, momentos de humanismo, quando um soldado oferece uma fruta a um dos prisioneiros, a se ver no gesto, a solidariedade e, ao mesmo tempo, a brutalidade a que foram conduzidos chilenos obrigados, mesmo sem vontade explícita, a representar o papel de opressores. Ou na cena em que o sargento pede ao arquiteto para ir buscar um presente que sua esposa lhe mandou - um pote de geléia com pão - e ambos, sentados na escadaria da igreja, solidarizam-se no compartimento do alimento. Ou, pouco antes, quando os dois pulam na escada da igreja reconstruída e riem como crianças. No campo de concentração da Dawson, cada prisioneiro é despersonalizado e recebe o nome de Ilha. O nome do filme, Ilha 10, refere-se ao nome do prisioneiro com este número, que é o ministro das Minas e Energia, Sergio Bitar, que, quando na ilha escreveu um diário no qual Littin se baseou para fazer o filme.
Entre a narrativa e a fábula, Miguel Littin, em Dawson - Isla 10, dá mais impulso à segunda, e a utilização dos elementos da linguagem cinematográfica é feita de um modo suave a fim de que o aspecto figurativo do real seja preponderante. A beleza da ilha é flagrada com especial sentido de composição pela iluminação discreta de Miguel Littin Ioan (filho do diretor). Mas como ressalta o seu pai: "A presença visual de três níveis de realidade é uma parte fundamental da narrativa de Dawson Ilha 10. Passado, presente e futuro fazem parte de uma mesma verdade: dignidade. Isso aparece através da presença humana no primeiro nível da história. A verdade se torna evidente através de uma fotografia que olha para o ser humano com uma aproximação lúcida. Realismo, mas não naturalismo. Busca e recriação, não é imitação sem expressividade. "Se história conta o heroísmo diário daqueles que resistiram e derrotaram a pressão, a abordagem visual deve ser rigorosa e de acordo com a natureza do relato."
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
OLHOS DE ÁGUIA (O FILME)
OLHOS DE ÁGUIA: Walasi è um rapaz recém chegado do Brasil e vai morar num apartamento conturbado cheio de usuarios de drogas. Ele vai a uma festa e conhece um vidente que lhe transmite uma mensagem , por conicidencia vai a uma igreja evangelica e conhece o irmao do vidente que diz a mesma mensagem que o confunde. Walasi sai do apartamento onde eh atinjido por um grande crime. Filme que mistura mesagens religiosas e a epidemia do craque da comunidade brasileira que vive nos EUA.
Dirigido por Alex Ferro.
com Robson Lemos,Claudia Beleli,Leila Ribeiro,Simoneide Almeida,Wendel Kuat Ferrari,Ze Pereira.
terça-feira, 27 de março de 2012
FILME FEITO POR ATORES BRASILEIROS NOS ESTADOS UNIDOS
http://www.youtube.com/watch?v=dxLrG5Rhht0&feature=shareo
RAZOR é a obra de PLINIO MARCOS: NAVALHA NA CARNE traduzida em ingles, este trailer é da peça que o filme será gravado em junho de 2012.
RAZOR é a obra de PLINIO MARCOS: NAVALHA NA CARNE traduzida em ingles, este trailer é da peça que o filme será gravado em junho de 2012.
DOCUMENTÁRIO SOBRE RAUL SEIXAS
Elenco: Depoimentos de Paulo Coelho, Nelson Motta, Tom Zé, Pedro Bial e Caetano Veloso.
Direção: Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel
Gênero: Documentário
Duração: 100 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Estreia: 23 de Março de 2012
Sinopse: Documentário sobre vida e obra do maior ícone do rock brasileiro, desvendando suas diversas facetas, suas parcerias com Paulo Coelho, seus casamentos e seus fãs, que ele continua a mobilizar 20 anos depois de sua morte
sexta-feira, 16 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
CURSO DE CINEGRAFISTA / OPERADOR DE CAMERA DE VIDEO PROSSIONAL
CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA
CURSO CINEGRAFISTA / OPERACAO DE CAMERA PROFISSIONAL
Inicio: 19 / 03
Datas do curso: 19/03 – 20/03 – 21/03 – 22/03 – 23/02 ( de segunda a sexta das 19 as 22h) e 24/03 (sábado das 9 as 13h)
Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV;planos e movimentos de câmera; lentes, noção básica de iluminação, etc.
Professor: Kleiton Cintra
Investimento: R$ 450,00
Forma de Pagamento:
* em até 2x de R$ 225,00 (cheque ou cartão)
* R$ 385,00 a vista
Kleiton Cintra, gravando projeto do governo da Bahia
CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA (71) 3240.3964
CURSO CINEGRAFISTA / OPERACAO DE CAMERA PROFISSIONAL
Inicio: 19 / 03
Datas do curso: 19/03 – 20/03 – 21/03 – 22/03 – 23/02 ( de segunda a sexta das 19 as 22h) e 24/03 (sábado das 9 as 13h)
Conteúdo: curso prático – o aluno aprende a operar câmera profissional de TV;planos e movimentos de câmera; lentes, noção básica de iluminação, etc.
Professor: Kleiton Cintra
Investimento: R$ 450,00
Forma de Pagamento:
* em até 2x de R$ 225,00 (cheque ou cartão)
* R$ 385,00 a vista
Kleiton Cintra, gravando projeto do governo da Bahia
CAP ESCOLA DE TV E CINEMA DA BAHIA (71) 3240.3964
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
WALTER LIMA
Por André Setaro
Cineasta, pintor, e, principalmente, agente cultural, José Walter Pinto Lima, mais conhecido como Waltinho, já está a fazer quase meio século de vida cinematográfica na província da Bahia. Conheço-o desde meados dos anos 60, quando participava ativamente de grupos ligados a cinema e era frequentador das sessões do saudoso Clube de Cinema da Bahia. Para ser exato, vim a conhecê-lo quando de um curso de cinema na Escola de Sociologia e Política (fechada logo depois pela ditadura), em 1967, que ficava logo no princípio da Ladeira da Barra. Um curso de um mês, mas que reuniu quase todas as pessoas interessadas pela arte do filme. Yves de Oliveira, sociólogo, diretor da escola, aceitou a sugestão de Carlos Alberto Vaz de Athayde e cedeu uma sala para a realização do curso, que foi ministrado pelo próprio Athayde, Orlando Senna, e Carlos Vasconcelos Domingues. Walter Lima, nesta época, estava envolvido com as filmagens de O carroceiro, de seu amigo Ney Negrão, que se encontrava em processo de pós-produção.
Assistente de direção do consagrado Meteorango Kid, o herói intergalático, de André Luiz Oliveira, no qual também aparece como ator, Walter Lima pautou sua vida no desejo de fazer cinema. E o fez, apesar de todas as dificuldades da expressão cinematográfica numa cidade como Salvador. Foi o primeiro a gravar em VHS um documentário de collage chamado Brasilianas. Seu registro sobre o músico Walter Smetak, O alquimista do som, é hoje um documento sobre o extraordinário instrumentista. Outro filme de Walter, uma ficção meio godardiana, Nós, por exemplo, tem Edgard Navarro como um dos intérpretes. E, recentemente, reconstituiu um longa que estava inacabado há vinte anos: O império do Belo Monte, com acréscimos atuais, mas conservando as tomadas do pretérito, que mudou de nome e foi apresentado como Antonio Conselheiro, o taumaturgo do sertão.
O cinema de José Walter Pinto Lima é um cinema com fortes acentos de Glauber Rocha e Pier Paolo Pasolini, como pode ser observado em Antonio Conselheiro, o taumaturgo do sertão, obra poemática, cujo ritmo se estabelece mais pela retórica do que pela fabulação. Admirador de Jean-Luc Godard, a influência deste não se faz notar na obra citada, porque uma temática mais chegada aos arroubos glauberianos, que pedia um discurso cinematográfico mais retumbante em sua sintaxe, que acumula materiais de procedências diversas: animação, fotos, narração em off em alguns momentos, declamações poéticas etc.
Mas o que gostaria de ressaltar em José Walter Pinto Lima é seu lado de gestor cultural. Muita gente não sabe (ou finge não saber), mas Waltinho, desaparecido o Clube de Cinema da Bahia sob a regência de Walter da Silveira (que morreu em novembro de 1970), foi quem deu continuidade à sua proposta de difusão do bom cinema através da exibição de filmes no Auditório da Biblioteca Central, que depois, em 1986, viria a se chamar Sala Walter da Silveira.
Iniciadas as exibições no Auditório da Biblioteca Central em 1977, a princípio feitas na bitola de 16mm e apenas uma vez por semana, os primeiros anos foram tímidos em termos de programação, ainda que, no ano seguinte, já se projetasse em 35mm e de quarta a domingo. Foi a partir do advento de Walter Lima como Coordenador da Imagem e do Som (antigo nome para o diretor do atual DIMAS) que houve um impulso considerável. Walter Lima conseguiu ampliar os dias de exibição e trazer para a Bahia mostras de cineastas como Jean-Luc Godard, Luis Buñuel, Robert Bresson, Sergei Eisenstein, entre tantos, e, principalmente, a partir da denominação de Sala Walter da Silveira, esta virou um cinema lançador de filmes raros e expressivos que não interessavam ao mercado exibidor.
Naquela época, anos 80, não havia ainda o DVD nem mesmo o VHS, e a nova geração não conhecia os filmes de um Godard, de um Buñuel, de um Bergman etc. O cinéfilo ficava ao sabor das circunstâncias do mercado exibidor. Conhecia-se mais cinema pela leitura de livros e revistas (falo do cinema mais autoral) do que pela visão dos próprios filmes. Se hoje, por exemplo, é muito fácil se ver qualquer filme (basta baixá-lo da internet em 5 minutos com computador de banda larga com 2MB) ou ir à locadora mais próxima, há vinte anos, perdido o filme no seu lançamento, dificilmente se teria a oportunidade de vê-lo novamente. Quando Walter Lima exibiu, por exemplo, Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, o público lotou completamente o auditório, com gente saindo pelo ladrão.
José Walter Pinto Lima, promotor cultural, realizou um grande trabalho à frente da Coordenação da Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Ninguém mais, depois dele, ousou tanto e promoveu tantos eventos. Os concursos de roteiros, outro exemplo, foram iniciados por ele, antes dos editais governamentais do terceiro milênio. A origem do tão festejado Três histórias da Bahia está num concurso de roteiros para a premiação de uma trinca de curtas que depois foram reunidos no longa citado.
E, para não esquecer, Walter Lima conseguiu solucionar um impasse quase intransponível para que a Sala Walter da Silveira pudesse lançar filmes. A burocracia estatal, como se sabe, trabalha na base de empenhos e demora para pagar. E as distribuidoras não aceitavam lançar filmes na sala dos Barris. Walter conseguiu uma reformulação para que fosse aberta uma exceção e da renda da bilheteria pudesse ser retirada a parte que cabia a distribuidora sem a necessidade do pachorrento empenho. A gestão seguinte, porém, desfez a exceção tão necessária, ocasionando a decadência da Sala Walter da Silveira, que não pode mais lançar filmes novos nem velhos de distribuidoras comerciais, contentando-se com filmes de embaixadas e consulados, apesar dos esforços do atual programador Adolfo Gomes, crítico e estudioso do cinema. Sobre a Sala Walter da Silveira e essa questão do empenho, e a tentativa de desburocratixzação de Walter Lima, escreverei um artigo à parte.
E o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, que agora se chama Cine Futuro? É simplesmente o maior festival de cinema da Bahia e um dos eventos mais importantes do Brasil. Quem, senão Walter Lima, conseguiria trazer nomes tão importantes como Costa-Gavras, Miguel Littin, o biógrafo de Truffaut, o redator-chefe do Cahiers du Cinema, entre tantos outros. Na última noite do seminário do ano passado, impressionado fiquei com o depoimento de Bertolucci, que, convidado para o Cine Futuro, não pôde comparecer, mas mandou uma gravação que foi exibida. Ele diz: "Fiquei triste em não poder aceitar o convite de meu velho amigo Walter Lima!"
Com esta, acho que disse tudo.
P.S: José Walter Pinto Lima foi um dos produtores de Dawson - Ilha 10 (Dawson - Isla 10), do chileno Miguel Littin, uma produção internacional
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
WORKSHOP NO RIO DE JANEIRO
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