quinta-feira, 29 de março de 2018

A PROCURA DE UM CINEMA INTELIGENTE.



Sim, falar sobre Cinema inteligente é falar sobre todas as coisas. Não me refiro à abordagens mais técnicas, que envolvem a análise de um roteiro consistente ou à beleza dos enquadramentos e movimentos de câmera. Me refiro à falar sobre o conteúdo fílmico e da sua linguagem quando ela diz respeito e está a serviço do conteúdo.
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre política, tanto nas macro como nas micro estruturas da sociedade. Política vai muito além de falar sobre impeachment, corrupção passiva e os escândalos variados que animam os nossos governos e governantes. Falar sobre política inclui analisar os mecanismos de poder da sociedade, que perpassam todas as instituições existentes: as políticas, as econômicas, as religiosas, as educacionais e a familiar.
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Cena do filme Milk: a voz da igualdade
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Cena do filme Dúvida
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Cena do filme Beleza americana
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Cena do filme Um dia de fúria
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Cena do filme Um estranho no ninho
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre cultura. E quando falo cultura não me refiro apenas a museus e óperas. Não me refiro à cultura como cultura erudita ou alto grau de instrução. Me refiro a cultura sob o viés da semiótica da cultura: cultura como um gigantesco conjunto de códigos comunicacionais que expressa todos os nossos modos de pensar, sentir, fazer e comunicar. Falo de cultura como nossos costumes, crenças e valores mais arraigados. Falo de cultura como as nossas dicotomias mais estridentes, nossa hipocrisia mais pútrida, nossos jogos mais perversos, nossos passatempos mais ingênuos, nossa absurda capacidade de sermos fascinantes e asquerosos em medidas praticamente iguais.
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Cena do filme A massai branca
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Cena do filme A partida
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Cena do filme Lanternas vermelhas
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Cena do filme Miss Julie
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Cena do filme Como água para chocolate
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre Psicologia e Psicanálise. Félix Gattari já havia nomeado o cinema como o divã do pobre em um artigo sobre as estreitas e íntimas relações entre Cinema e Psicanálise. Mais do que mostrar variados distúrbios emocionais e diferentes padrões comportamentais, o Cinema não deixa de realizar uma espécie de terapia com espectadores abertos para esta experiência.
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Cena do filme Garota exemplar
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Cena do filme A janela secreta
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Cena do filme O inquilino
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Cena do filme Garota interrompida
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Cena do filme Atração fatal
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Cena do filme Refúgio do medo
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre Filosofia. Gilles Deleuze e Julio Cabrera defenderam o cinema como uma forma de fazer pensar do mesmo calibre da Filosofia.
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Cena do filme A suprema felicidade
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Cena do filme Violência gratuita
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Cena do filme Clube da luta
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Cena do filme O palhaço
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Cena de Pulp Fiction
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Cena do filme A estrada
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Cena do filme Fahrenheit 451
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Cena do filme Brilho eterno de uma mente sem lembrança
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre História. Quantos filmes não permitem que não nos esqueçamos de personalidades e momentos trágicos , impactantes e decisivos para o entendimento do nosso tempo presente?
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Cena do filme O grande ditador
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Cena do filme As irmãs Madalena, traduzido para o Português como Em nome de Deus.
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Cena do filme Adeus, meninos
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Cena do filme Pra frente Brasil
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Cena do filme A língua das mariposas
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre ética e estética. É por em debate os valores morais da nossa sociedade. É questionar o próprio conceito de beleza em sua multiplicidade.
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre o amor e seus mecanismos de estranhamento , redenção e condenação. Falar sobre Cinema inteligente é dissecar a raça humana com suas contradições, impulsos, paixões e misérias. Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre a sexualidade em suas múltiplas faces.
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Cena do filme Menina bonita
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Cena do filme A bela da tarde
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Cena do filme Veludo azul
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Cena do filme O morro dos ventos uivantes
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Cena do filme Fim de caso
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Cena do filme Uma nova amiga
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Cena dos filmes Os sonhadores
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre as Artes de um modo geral. Cinema é uma arte síntese, que reverenciou e reverencia muitos artistas.
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Cena do filme Sylvia: paixão além das palavras
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Cena do filme Frida
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Cena do filme Cazuza, o tempo não para
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Cena do filme Coco antes de Chanel
Falar sobre Cinema é falar sobre as Ciências e suas idas e vindas. Avanços e retrocessos. É falar sobre as mudanças na forma de pensamento.
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Cena do filme A teoria de tudo
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Cena do filme Giordano Bruno
Sim, falar sobre Cinema inteligente é falar sobre todas as coisas. Que pena que para a maioria das pessoas ver um filme é um mero passatempo e estudar e conversar sobre cinema seja apenas um sintoma de uma personalidade lunática. Os exemplos dados no artigo são meramente ilustrativos. A quantidade de filmes importantes é inúmera.


© obvious: http://obviousmag.org/cinema_pensante/2015/12/falar-sobre-cinema-inteligente-e-falar-sobre-todas-as-coisas.html#ixzz5B6RuBLCo 
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quarta-feira, 21 de março de 2018

CÓDIGO ELEITORAL ATUALIZADO

http://www.tse.jus.br/hotsites/catalogo-publicacoes/pdf/codigo_eleitoral/codigo-eleitoral-anotado-e-legislacao-complementar-12-edicao-atua

Por Fernanda Caprio

Depois de muita discussão e espera por parte de todos os envolvidos no processo político, finalmente temos a Reforma Política. Para alguns, não foi bem uma reforma. Para outros, foi satisfatório.
A Reforma Política, da forma como ocorreu, não alterou questões constitucionais. Seu campo de alcance foi na esfera infraconstitucional, razão pela qual foram modificados alguns pontos do Código Eleitoral, da Lei das Eleicoes (Lei 9.504/97) e da Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95).
Com relação aos prazos, temos alterações na data de filiação partidária (6 meses antes da eleição, portanto, até 02/04/2016), de convenções partidárias (de 20/07/2016 a 05/08/2016), do registro de candidatura (15/08/2016), do início da propaganda eleitoral (após 15/08/2016), da propaganda de TV e rádio (35 dias antes da eleição).
Com isso, o tempo de campanha eleitoral (propaganda) foi encurtado para 45 dias, e a forma da propaganda também sofreu limitações. O tamanho das placas foi reduzido para 0,5 metro quadrado (mais ou menos 70 cm de cada lado) e os cavaletes e bonecos foram proibidos. Quanto aos veículos, não poderão ser envelopados, só serão admitidos perfurados no parabrisa traseiro e adesivos laterais de no máximo 50cm x 40cm. A participação de candidatos a vereador na propaganda de TV e rádio também ficou reduzida: não participarão dos programas em bloco e nas inserções utilizarão 40% do tempo.
No entanto, a Reforma Política trouxe uma novidade muito positiva: a pré-campanha. Todos sabem que até a última eleição (2014) não era admitida menção à futura candidatura antes do início do período de propaganda eleitoral, sob pena de se incorrer nas penalidades da propaganda antecipada.
Com a atual Reforma Política, alguns atos de pré-campanha estão autorizados. No entanto, é preciso observar bem o limite entre que está permitido e o que está vedado, para não utilizar mal a permissão legal.
Pelo teor do artigo 36-A, da Lei das Eleicoes (Lei 9.504/97), é permitido:
· declaração pública de pretensa candidatura;
· exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos em público, em meios de comunicação e/ou redes sociais;
· pedido de apoio político (desde que não haja pedido de voto);
· participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos;
· realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos (proibida a veiculação ao vivo);
· divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos (desde que não se faça pedido de voto);
· divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais;
· a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias (proibida a veiculação ao vivo);
· os eventos partidários devem ser realizados em ambiente fechado (encontros, seminários ou congressos) e são destinados à organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação intrapartidária.
A lei deixa bem claro alguns pontos vedados, que valem a pena ser destacados:
· não confundir pedido de apoio, com pedido de voto; em nenhuma hipótese a lei permite que se peça voto ou se faça menção a número ou faça banners para postagem na internet ou panfletos/impressos individuais.
· em qualquer tipo de evento partidário, é vedada a cobertura jornalística ao vivo;
· os profissionais de comunicação (jornalistas, comentaristas, radialistas, artistas, apresentadores, etc) estão proibidos de utilizarem de seu veículo de trabalho (TV, rádio, jornais, revistas), para anunciar pré-candidatura;
· a partir de 30/06/16 os profissionais de comunicação não podem mais apresentar, participar ou comentar os programas aos quais estavam profissionalmente vinculados;
· será considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte de detentores de cargos públicos, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou instituições.
Portanto, pré-candidatos, neste momento, muito pode ser feito para divulgação de sua imagem. Observem atentamente as regras para a exposição de sua pré-candidatura, de modo a não descumprir a lei. E pautados nesta premissa, usem as redes sociais para manifestar posicionamento político, econômico, social. Criem um blog. Participem dos grupos sociais de sua comunidade, dos encontros e reuniões do partido, mas tenham sempre uma postura séria, ética e procurem apresentar sugestões para melhoria das situações apresentadas. Para isso, leiam as notícias diariamente. Fiquem atentos com o que está acontecendo em seus Municípios, em seus Estados e em seu País.
No cenário político atual temos um povo irritado com a política, intolerante com os políticos, insatisfeito com a economia. A tecnologia faz com que qualquer situação percorra grandes espaços em poucos segundos. Por esta razão, cuidar da própria imagem, e preservar a imagem do partido, é vital para o sucesso de sua campanha.lizado.pdf

segunda-feira, 19 de março de 2018

."ESTAMOS VIVENDO UMA ÉPOCA DE OURO DO CINEMA BRASILEIRO". AFIRMA DIRETOR CACÁ DIEGUES.

Por Bruno Carmelo 

O diretor Cacá Diegues tem uma vida inteira associada ao cinema brasileiro - "desde os 18 ou 19 anos", ele lembra. Desde então, o cineasta de 77 anos de idade comandou alguns dos maiores clássicos da nossa cinematografia: Joana Francesa (1973), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1979), Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999), Deus é Brasileiro (2003)... Atualmente, finaliza um novo filme, O Grande Circo Místico.
O artista é tema de uma grande retrospectiva, no cinema Caixa Belas Artes, em São Paulo, entre os dias 7 e 20 de setembro. A mostra Cacá Diegues - Cineasta do Brasil trará todos os filmes do diretor alagoano, incluindo longas-metragens e curtas-metragens, além de uma master class com o cineasta.

Como percebe a evolução de seu trabalho, desde os anos 1960?
Cacá Diegues: Eu não vejo muito os meus filmes depois que são feitos. Enquanto estou fazendo, tenho que ver muito, é claro, mas depois não tenho o costume de ver mais. Por isso, fica difícil refletir sobre o que fiz antes. Mas sempre faço filmes sobre o presente, não penso no passado, nem no futuro. Faço algo que possa interessar aos meus contemporâneos. Os temas são sempre escolhidos de acordo com o momento em que são feitos. Não estou realmente preocupado com a evolução pessoal como cineasta, o que me interessa é falar sobre o Estado do mundo em que vivo.
ucos diretores conseguem produzir de maneira tão regular, durante tanto tempo.

Cacá Diegues: É por causa do meu esforço, meu empenho. Eu adoro fazer cinema. Gosto muito de todas as etapas, até mesmo procurar dinheiro, porque sei que isso faz parte da minha vida. Procurar dinheiro não é uma coisa que me desgasta muito. Então eu gosto de cuidar de tudo, desde a preparação até a filmagem e o lançamento. Sempre trabalhei no cinema com muito prazer, e isso permitiu que as coisas acontecessem. Para mim, a primeira razão é o meu empenho. Ao mesmo tempo, não posso me subestimar: sei que continuei fazendo filmes porque muitos deles tiveram sucesso. Uma coisa leva à outra.
Como percebe a evolução do cinema brasileiro como indústria?

Cacá Diegues: Estou no cinema desde que tenho 18, 19 anos, faz mais de 50 anos. Não só no tempo que vivi mas de modo geral, posso dizer que estamos vivendo uma época de ouro. É um momento em que o cinema brasileiro se torna uma atividade permanente no país. Produzimos cerca de 150 filmes por ano, algo nunca antes visto, com diversidade regional e de temas incrível. É claro que com o número maior de produções, teremos mais filmes ruins também. Mas de qualquer maneira, esta é a melhor época para o nosso cinema, por causa dos jovens cineastas que estão estreando. Esse momento prova que o cinema brasileiro existe e deve existir. Hoje a economia está entregue aos distribuidores, e nem sempre eles agem corretamente em relação aos filmes.
Qual seria a solução? Recorrer a medidas do governo, reforçar a cota de tela?

Cacá Diegues: Cota de tela para o cinema brasileiro [obrigação legal dos cinemas de exibirem filmes nacionais durante determinado número de dias no ano] é algo inevitável, indispensável. Mas não penso em cercear a produção. Precisamos de políticas de distribuição mesmo, não cabe a eles escolher quais filmes vão dar certo e fazer dinheiro. Precisamos de uma visão mais generosa com o nosso cinema. O distribuidor competente vai fazer o filme alcançar o público ao qual foi destinado, mas isso não acontece atualmente porque não estamos interessados. Esse problema não pode ser corrigido com nenhuma lei, não tem governo nenhum que arrume. Tem que fazer a cabeça dos distribuidores, inclusive pela via dos produtores.

José Wilker em Bye Bye Brasil
2017 tem sido um ano desfavorável ao cinema nacional. Produções de porte considerável como O Filme da Minha VidaMalasartes e o Duelo Com a Morte e Bingo - O Rei das Manhãs tiveram uma bilheteria muito abaixo do esperado. Como vê a conjuntura atual?

Cacá Diegues: São duas questões: uma é supra estrutural, da distribuição mesmo. A outra é infra estrutural, diz respeito à crise política, econômica e ética que transformou a realidade brasileira num inimigo. Nossa autoestima acabou, as pessoas recusam tudo que é produto brasileiro. Essa autoestima está sobretudo na classe média que vai ao cinema. Filmes que não dão certo nas bilheterias depois funcionam bem na TV, viram um sucesso extraordinário, e isso acontece com frequência cada vez maior porque o público não é o mesmo.
A questão não é tanto que o espectador recusa o cinema brasileiro, é que ele não está indo ao cinema de modo geral. Quem vai é a classe média alta, que paga pipoca caríssima, a Coca-Cola mais cara do mundo, o estacionamento caro e depois escolhe o blockbuster americano. Essa é a recusa de entender o nosso país, o nosso cotidiano. Por menos que você analise o que está acontecendo na tela, ainda é um filme brasileiro, ele reproduz uma vida que essas pessoas não querem ver. A queda nas bilheterias é consequência natural disso. Mas é importante lembrar que o filme médio americano também tem resultados fracos nas bilheterias. Agora só dá certo Mulher-Maravilha, porque o público que ia várias vezes ao cinema agora só escolhe um filme para ver por mês.
Qual é o papel dos festivais de cinema neste contexto?

Cacá Diegues: Eles são muito importantes. Hoje em dia você tem no mundo inteiro, com exceção dos Estados Unidos, três formas de cinema ocupando o mercado: o primeiro é o americano, que encontrou uma linha de conteúdo que agrada o mundo inteiro, da China à Coreia, da Europa à América do Sul. Tem o cinema nacional, que reage a isso. Ele se concentra principalmente na comédia, capaz de absorver os temas locais, mas que não viaja para para outros países porque não é compreensível em outros lugares. Minha Mãe é Uma Peça jamais vai funcionar fora daqui, na França, por exemplo. São filmes domésticos.
Existe um terceiro cinema, que tenta abrir portas a novas formas de fazer cinema, de narrar e contar uma história. São filmes de alto risco, e são esses que circulam em festivais. Os festivais são os centros de difusão deste terceiro cinema que existe no mundo inteiro. Tem Abbas Kiarostami no Irã, que é sucesso nos festivais, mas não passa no mundo inteiro comercialmente porque é uma forma de cinema arrojada. É um cinema indispensável.
Quando vamos ver O Grande Circo Místico nos cinemas?

Cacá Diegues: Esse filme é o maior problema que eu tive, é o mais difícil que fiz na vida. Tive problemas de falta de dinheiro, problemas técnicos... Primeiro eu queria fazer o filme no Brasil, mas pelo tema não deu, então precisei fazer em Portugal, porque não era possível usar animais aqui. E como falar de circo naquela época sem animais? Tive outros problemas, como o financiamento prometido que nunca chegava, até os produtores portugueses ajudarem. Depois tive problemas com a técnica de efeitos especiais, que nunca ficavam do jeito que eu queria. Mas o filme deve ficar prontinho em outubro. Não vou lançar no fim do ano, porque não faria sentido. Mas deve ser em 2018.
Quais são os próximos projetos em vista? Fala-se sobre a biografia da Hebe Camargo, que você teria abandonado.

Cacá Diegues: Na verdade, eu nunca disse que ia fazer o filme da Hebe. Fui convidado para ele, mas nunca confirmei o trabalho, e nem estava interessado para falar a verdade, embora ache que o projeto tem potencial. Antes, eu preciso acabar o Grande Circo Místico para me empenhar em outros projetos. Tenho duas ou três ou quatro ideias em mente, mas isso fica para depois.

domingo, 18 de março de 2018

O CINEMA QUE O BRASIL DESCONHECE .


Entre todos os filmes lançados mundialmente em 2018 até agora, um deles está muito à frente dos concorrentes: Pantera Negra, da Disney, surpreende com excelentes US$1,1 bilhão arrecadados até agora.
No entanto, olhando o resto da lista - presente em sites especializados como o Box Office Mojo - percebemos que três filmes do top 5 são desconhecidos pelos brasileiros. Trata-se de filmes chineses: o segundo maior sucesso do ano é Detective Chinatown 2 (com US$495 milhões arrecadados), o terceiro colocado é Operation Red Sea (US$472 milhões) e o quinto colocado é Monster Hunt 2 (US$348 milhões), pouco atrás de Cinquenta Tons de Liberdade, em quarto lugar (US$360 milhões).
1. Pantera Negra: US$1,1 bilhão
2. Detective Chinatown: US$495 milhões
3. Operation Red Sea: US$472 milhões
4. Cinquenta Tons de Liberdade: US$360 milhões
5. Monster Hunt 2: US$348 milhões

quinta-feira, 15 de março de 2018

DENDÊ NA MOCHILA - SBT - TV ARATU.

Matheus Boa Sorte, o produtor Chocolate produzindo uma bela matéria com a artista plastica Valeria Vidigal para o programa DENDÊ NA MOCHILA .

A FORMA DA AGUA

Sinopse

Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e bélicos e grandes transformações sociais ocorridas nos Estados Unidos, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, conhece e se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa no local. Para elaborar um arriscado plano de fuga ela recorre a um vizinho (Richard Jenkins) e à colega de trabalho Zelda (Octavia Spencer).

Créditos e distribuição

ElencoMichael Stuhlbarg, Doug Jones, Michael Shannon, Octavia Spencer, Sally Hawkins, Lauren Lee Smith, Richard Jenkins, David Hewlett
DireçãoGuillermo del Toro
RoteiroVanessa Taylor, Guillermo del Toro
ProduçãoJ. Miles Dale, Guillermo del Toro

UM PARCEIRO DE FÉ

                                                 O grande fotografo Inácio Teixeira

AGORA EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

                                                                      VM FILMES

SALA DE EXIBIÇÃO NA FAZENDA VIDIGAL

VM FILMES exibe 2 filmes na sua inauguração em Vitória da Conquista: "Alô Boys" de Anselmo Vasconcellos e "A arte existe por que a vida não basta" de Zelito Viana

O TREM CAIPIRA

                            Beto Magno, Valéria Vidigal, Vera De Paula e Zelito Viana. Tela de Valéria Vidigal em homenagem a Ferreira Gular

EU BRINDO O NOVÍSSIMO CINEMA NOVO

                                                                   Saúde Beto Magno

CINEMA



Cinema puro

FESTA DE INAUGURAÇÃO DA VM FILMES EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

Beto Magno, Lázaro Faria, Gianno Brito, Allan De Kard, Inácio Teixeira, Sergio Ramos, Armenio Santos, Zelito Viana e Afrânio Garcez.

CINEMA NOVÍSSIMO!

Sergio Ramos, Lázaro Faria, Xeno Veloso, Valéria Vidigal, Beto Magno, Vera de Paula, Zelito Viana e Allan De Kard  no restaurante Chef Jack.

VM FILMES E FAZENDA VIDIGAL

Gianno Brito, Valeria Vidigal, Lázaro Faria, Beto Magno, Allan De Kard, professor Benival Junior e alunos do IFBA já programando ações na área do audiovisual em Vitória da Conquista - Bahia - Brazil.

FAZENDA VIDIGAL

BETO MAGNO, MATHEUS BOA SORTE (TV ARATU), ALLAN DE KARD, CHOCOLATE (TV ARATU) E GIANO BRITO.

PRIMEIRO PLANO

XENO VELOSO, VALÉRIA VIDIGAL, LÁZARO FARIA, BETO MAGNO E O "MARIO CRAVO DOS SERTÕES" ESCULTOR ALLAN DE KARD. 

BOX 111

BETO MAGNO, ZELITO VIANA E DR. VALDIR BARBOSA

ABELHAS PROCURAM FLORES.

Por Valdir Barbosa


 Quando, nos idos setenta e cinco fui indicado para assumir minha primeira delegacia, fato que ocorreu em Itapetinga no alvorecer do ano seguinte, jamais poderia supor seriam os caminhos difíceis da carreira que abracei com sofreguidão, desde o início, pontes capazes de me fazer realizado e, sobretudo, percorrer trilhas deveras cintilantes. Sim, porque como digo ultimamente pude plantar desde então, principalmente na serrana Vitória da Conquista, aonde cheguei naquele tempo, antes mesmo de aportar na terra que foi a rainha da pecuária baiana, amores e amigos. Os especialíssimos frutos desta semeadura, filhos e cúmplices, posto verdadeiros amigos, nada mais representam senão parceiros do bem, me têm ofertado momentos de emoção indescritíveis. Confesso, quando engatinhava no mister que me tornou um caçador de infratores, atividade pela qual conheci os quatro cantos deste imenso país, bem como outras plagas fora de nossas fronteiras, buscando conhecimento, ou laborando na atividade fim, seria imponderável crer que se transformariam os episódios vividos, em obra que escrevi. Inimaginável crer que Saques e Tiros na Noite - Sonhos, Estórias e Histórias de um Homem de Polícia - teria o condão de reconduzir este calejado investigador, tal qual raposa velha que perde o pelo, perde os dentes, mas não perde o faro, aos palcos em que os dramas ocorreram, sem riscos nem dor, mas, tão somente, no dorso do corcel alado chamado emoção. Depois, mudando a biruta, ao invés de redigir novo elenco de memórias consegui grafar um romance - Surfando em Pipelines - e assisti serem publicadas, também, diversas crônicas que irão compor Divagares Ligeiros, justo a compilação destas divagações. Enfim, passei a rabiscar versos que têm sido iluminados, não pela inspiração deste poeta, mas pelas obras do fenomenal Ed Ribeiro, consagrado artista plástico baiano cujos quadros empresta, para ilustrar  os sonetos do que virá a ser, Poemas Iluminados. Todas estas nuances vindas num crescendo fazem com que este Homem de Polícia creia no caráter transcendente da existência, assim como na belíssima dinâmica da vida que a faz ser tão fascinante. E é justo sobre mais um feixe de emoções que estas linhas pretendem considerar. A convite do jovem e talentoso cineasta Beto Magno aporto ontem na estação que renovada trará o nome de um dos seus maiores inspiradores, Glauber Rocha. Cineasta, publicitário, conhecedor e amante das artes em geral, Beto reúne uma plêiade de notáveis, para lançar seu novo empreendimento e estou entre os convidados. Induvidosamente, a VM FILMES elevará sobremaneira o nome desta terra de tantos luminares, na musica, no cinema, na literatura, na escultura, na arte em geral, nos esportes, na política, destarte, sou privilegiado por participar do evento. De saída, o ambiente escolhido para a solenidade abriga energia de elevada magnitude. A fazenda Vidigal, de nossa cidadã conquistense e baiana, Valéria, cujas pinturas encantam, e do esposo Giano Brito, palco onde a pedra fundamental da VM FILMES foi fincada dispensa comentários. Por seu turno, quaisquer adjetivos serão incapazes de descrever as virtudes incomensuráveis do casal anfitrião. Apesar de amalgamados, na liga de um amor que brilha ao entorno de ambos revelando o geminar das suas almas, cada um deles tem, todavia, papel definido no exercício das responsabilidades profissionais, pessoais e sociais que desempenham, dentro da família e da comunidade onde pontuam. Mas, e acima de tudo, na medida em que entendo serem duas as razões que diferenciam os mortais de seus pares - inteligência e sensibilidade -, por certo, Giano e Valéria estão bem acima da média, nestes quesitos fundamentais. A diferença no particular é que nele, reservado por natureza, reside a fonte onde ela, personalidade intensa busca o combustível que queima na sua permanente arte de entrega.  Como exemplo há de referir, suas férias serão oportunidade de trabalho para levar a jovens desta terra, o milagre da transformação que apenas pode ser alcançado, nas profundas águas da cultura. Naquele sítio encantado, depois de abraçar os donos da casa pude rever velhos conhecidos e reencontrar, decerto, figuras de um passado imemorial a quem deveria rever neste plano do agora. Enquanto cumprimentava Dr. Armenio, Cassiano, Dr. Garcez, o grande escultor Allan de Kard, retratista local, J.C. de Ameida, levado a todos eles pelos sentidos elétricos de Beto, ladeado por João Luis e Vitória Magno, seus lindos filhos - mote da VM - revi alguém a quem não encontrava há anos, Luciano, amigo de meu querido irmão Valnei que voltou ao etéreo e matamos saudades. Justo sua esposa, D. Fátima cuidava de ofertar aos chegados, cadinhos magníficos, petiscos oriundos da Delícia da Nina e cachaça artesanal alambicada em Iguaí. Enquanto o profissional local e diretores de fotografia para o cinema, Xeno Veloso e Inácio Teixeira interagiam comigo através suas conversas retinas e lentes, fui ao encontro do consagrado Lázaro Faria, publicitário e cineasta. Finalmente encarei a fera, Zelito Viana e sua esposa Vera de Paula, ele aplaudido produtor e roteirista brasileiro, pai do ator Marcos Palmeira, também produtor de alimentos orgânicos em Itororó, na fazenda Cabana da Ponte fundada por Sinval Palmeira, exponencial personalidade que pude conhecer, exatamente quando fiz meu “avant premiere” como Delegado naquelas paragens, com eles, o dramaturgo Sergio Ramos, nascido na cidade da carne do sol mais famosa do Brasil. Após a abertura, todos os presentes foram brindados com o curta ALÔ BOYS, lançado por Beto e pela maravilhosa película dirigida por mestre Zelito Viana e Gabriela Gastal, sob os auspícios da Mapa Filmes.  Neste momento invadiram a sala de projeção sem pedir licença - e não deveriam -, além do motivo inspirador da obra, Ferreira Goullart, Marcos Nanini, Adriana Calcanhoto, Laila Garin e Paulinho da Viola. Inebriados pela beleza do tributo ao grande e imortal artista maranhense, não restaram dúvidas acerca da máxima que intitula o filme: A ARTE EXISTE PORQUE A VIDA NÃO BASTA. Enquanto degustava o jantar supimpa, feito com esmero pela chef Cris Luna, ao som de musica leve aos acordes de Lucinho Ferraz e da voz da  jovem e excepcional cantora, Valéria lembrou episódio inusitado ocorrido quase dezoito anos atrás. Recordou que nossas famílias se encontravam, por casualidade, numa pousada às margens da barragem de Anagé, quando houve atitude tanto neurótica, própria dos profissionais de polícia, sempre que expostos a momentos de perigo. Abelha impertinente picou seu lábio, enquanto sorvia refrigerante e tendo gritado frente a dor provocou reação incontinenti deste oficial de segurança, postado próximo à mesa onde estava. Viajamos no tempo, rimos outra vez, sua filha, na época criança acompanhou o momento hilário e viajei no trem bala do pensamento até a cama de meu João, em Salvador. Assim, como a jovem estava ele ainda infante, naquele cenário recordado. Despedi-me de todos e voltei para a pousada onde me abrigo e agora escrevo estas linhas. Quando subi a serra imaginei, quanta felicidade para Conquista receber empreendimento do porte da VM Produções, bem como será exitosa e cheia de sucesso, a nova jornada que Beto enceta. Ao deitar pensei numa verdade e faço-a transmitida para Giano, Valéria, seus filhos e todos que lhes amam. ABELHAS PROCURAM FLORES. Hoje, nos revimos, ao eflúvio dos vinhos na adega, Box 111 e no sabor supimpa das iguarias feitas pelo chef Jack, estrela do Bistrô. Afinal, o que é bom acontece muitas vezes. Vitória da Conquista, 25 de novembro de 2017 valdir barbosa Enviado do Yahoo Mail no Android
ABELHAS PROCURAM FLORES Quando, nos idos setenta e cinco fui indicado para assumir minha primeira delegacia, fato que ocorreu em Itapetinga no alvorecer do ano seguinte, jamais poderia supor seriam os caminhos difíceis da carreira que abracei com sofreguidão, desde o início, pontes capazes de me fazer realizado e, sobretudo, percorrer trilhas deveras cintilantes. Sim, porque como digo ultimamente pude plantar desde então, principalmente na serrana Vitória da Conquista, aonde cheguei naquele tempo, antes mesmo de aportar na terra que foi a rainha da pecuária baiana, amores e amigos. Os especialíssimos frutos desta semeadura, filhos e cúmplices, posto verdadeiros amigos, nada mais representam senão parceiros do bem, me têm ofertado momentos de emoção indescritíveis. Confesso, quando engatinhava no mister que me tornou um caçador de infratores, atividade pela qual conheci os quatro cantos deste imenso país, bem como outras plagas fora de nossas fronteiras, buscando conhecimento, ou laborando na atividade fim, seria imponderável crer que se transformariam os episódios vividos, em obra que escrevi. Inimaginável crer que Saques e Tiros na Noite - Sonhos, Estórias e Histórias de um Homem de Polícia - teria o condão de reconduzir este calejado investigador, tal qual raposa velha que perde o pelo, perde os dentes, mas não perde o faro, aos palcos em que os dramas ocorreram, sem riscos nem dor, mas, tão somente, no dorso do corcel alado chamado emoção. Depois, mudando a biruta, ao invés de redigir novo elenco de memórias consegui grafar um romance - Surfando em Pipelines - e assisti serem publicadas, também, diversas crônicas que irão compor Divagares Ligeiros, justo a compilação destas divagações. Enfim, passei a rabiscar versos que têm sido iluminados, não pela inspiração deste poeta, mas pelas obras do fenomenal Ed Ribeiro, consagrado artista plástico baiano cujos quadros empresta, para ilustrar  os sonetos do que virá a ser, Poemas Iluminados. Todas estas nuances vindas num crescendo fazem com que este Homem de Polícia creia no caráter transcendente da existência, assim como na belíssima dinâmica da vida que a faz ser tão fascinante. E é justo sobre mais um feixe de emoções que estas linhas pretendem considerar. A convite do jovem e talentoso Beto Magno aporto ontem na estação que renovada trará o nome de um dos seus maiores inspiradores, Glauber Rocha. Cineasta, publicitário, conhecedor e amante das artes em geral, Beto reúne uma plêiade de notáveis, para lançar seu novo empreendimento e estou entre os convidados. Induvidosamente, a VM produções elevará sobremaneira o nome desta terra de tantos luminares, na musica, no cinema, na literatura, na escultura, na arte em geral, nos esportes, na política, destarte, sou privilegiado por participar do evento. De saída, o ambiente escolhido para a solenidade abriga energia de elevada magnitude. A fazenda Vidigal, de nossa cidadã conquistense e baiana, Valéria, cujas pinturas encantam, e do esposo Giano Brito, palco onde a pedra fundamental da VM produções foi fincada dispensa comentários. Por seu turno, quaisquer adjetivos serão incapazes de descrever as virtudes incomensuráveis do casal anfitrião. Apesar de amalgamados, na liga de um amor que brilha ao entorno de ambos revelando o geminar das suas almas, cada um deles tem, todavia, papel definido no exercício das responsabilidades profissionais, pessoais e sociais que desempenham, dentro da família e da comunidade onde pontuam. Mas, e acima de tudo, na medida em que entendo serem duas as razões que diferenciam os mortais de seus pares - inteligência e sensibilidade -, por certo, Giano e Valéria estão bem acima da média, nestes quesitos fundamentais. A diferença no particular é que nele, reservado por natureza, reside a fonte onde ela, personalidade intensa busca o combustível que queima na sua permanente arte de entrega.  Como exemplo há de referir, suas férias serão oportunidade de trabalho para levar a jovens desta terra, o milagre da transformação que apenas pode ser alcançado, nas profundas águas da cultura. Naquele sítio encantado, depois de abraçar os donos da casa pude rever velhos conhecidos e reencontrar, decerto, figuras de um passado imemorial a quem deveria rever neste plano do agora. Enquanto cumprimentava Armenio, Cassiano, Garcez, o grande escultor Allan de Kard, retratista local, J.D. de Ameida, levado a todos eles pelos sentidos elétricos de Beto, ladeado por João Luis e Vitória Magno, seus lindos filhos - mote da VM - revi alguém a quem não encontrava há anos, Luciano, amigo de meu querido irmão Valnei que voltou ao etéreo e matamos saudades. Justo sua esposa, D. Fátima cuidava de ofertar aos chegados, cadinhos magníficos, petiscos oriundos da Delícia da Nina e cachaça artesanal alambicada em Iguaí. Enquanto o profissional local e diretores de fotografia para o cinema, Xeno Veloso e Inácio Teixeira interagiam comigo através suas conversas retinas e lentes, fui ao encontro do consagrado Lázaro Faria, publicitário e cineasta. Finalmente encarei a fera, Zelito Viana e sua esposa Vera de Paula, ele aplaudido produtor e roteirista brasileiro, pai do ator Marcos Palmeira, também produtor de alimentos orgânicos em Itororó, na fazenda Cabana da Ponte fundada por Sinval Palmeira, exponencial personalidade que pude conhecer, exatamente quando fiz meu “avant premiere” como Delegado naquelas paragens, com eles, o dramaturgo Sergio Ramos, nascido na cidade da carne do sol mais famosa do Brasil. Após a abertura, todos os presentes foram brindados com o curta Hellow Boy, lançado por Beto e pela maravilhosa película dirigida por mestre Zelito Viana e Gabriela Gastal, sob os auspícios da Mapa Filmes.  Neste momento invadiram a sala de projeção sem pedir licença - e não deveriam -, além do motivo inspirador da obra, Ferreira Goullart, Marcos Nanini, Adriana Calcanhoto, Laila Garin e Paulinho da Viola. Inebriados pela beleza do tributo ao grande e imortal artista maranhense, não restaram dúvidas acerca da máxima que intitula o filme: A ARTE EXISTE PORQUE A VIDA NÃO BASTA. Enquanto degustava o jantar supimpa, feito com esmero pela chef Cris Luna, ao som de musica leve aos acordes de Lucinho Ferraz e da voz de  jovem e excepcional cantora, Valéria lembrou episódio inusitado ocorrido quase dezoito anos atrás. Recordou que nossas famílias se encontravam, por casualidade, numa pousada às margens da barragem de Anagé, quando houve atitude tanto neurótica, própria dos profissionais de polícia, sempre que expostos a momentos de perigo. Abelha impertinente picou seu lábio, enquanto sorvia refrigerante e tendo gritado frente a dor provocou reação incontinenti deste oficial de segurança, postado próximo à mesa onde estava. Viajamos no tempo, rimos outra vez, sua filha, na época criança acompanhou o momento hilário e viajei no trem bala do pensamento até a cama de meu João, em Salvador. Assim, como a jovem estava ele ainda infante, naquele cenário recordado. Despedi-me de todos e voltei para a pousada onde me abrigo e agora escrevo estas linhas. Quando subi a serra imaginei, quanta felicidade para Conquista receber empreendimento do porte da VM Produções, bem como será exitosa e cheia de sucesso, a nova jornada que Beto enceta. Ao deitar pensei numa verdade e faço-a transmitida para Giano, Valéria, seus filhos e todos que lhes amam. ABELHAS PROCURAM FLORES. Hoje, nos revimos, ao eflúvio dos vinhos na adega, Box 111 e no sabor supimpa das iguarias feitas pelo chef Jack, estrela do Bistrô. Afinal, o que é bom acontece muitas vezes.
 Vitória da Conquista, 25 de novembro de 2017.

INAUGURAÇÃO OFICIAL DA VM FILMES NO ESPAÇO GOURMET DA FAZENDA VIDIGAL EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

       Obrigado a todos que se fizeram presente na festa do Cinema Novo.