sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A EVOLUÇÃO DO CINEMA

Beto Magno - Produtor e Diretor

Por Lucas Pilatti Miranda
 O cinema, com seus mais de 119 anos, evoluiu, e muito! Seja terror, comédia, drama ou ação, essa arte cresceu e modificou, mas nunca deixou de encantar seus espectadores, seja em 1957 com 12 Homens e uma Sentença ou recentemente com Gravidade (2013).
O cinema é a arte que mais rapidamente se espalhou, e foi de um modo tão universal que é difícil de acreditar.
Não se sabe exatamente qual foi o exato momento de sua criação, mas o mais aceitável por diversos estudiosos foi em 1895, quando os irmãos Louis e Auguste Lumière projetaram “A saída dos operários da fábrica Lumière” para os integrantes da Société d’Encouragement pour L’Industrie Nationale, em 22 de março, e, em 10 de junho, fizeram uma demonstração particular de seus filmes no Congresso Fotográfico, em Lyon.
Em dezembro do mesmo ano, ocorreu no Hotel Scribe, em Paris, a primeira exibição de filmes de todos os tempos para um público pagante.
Em apenas 20 anos após esses acontecimentos (um segundo na história da literatura ou da arte), os filmes passaram a ser assistidos por diversos países. A popularidade era tão alta que Charles Chaplinse encorajou e postou-se diante de uma câmera pela primeira vez em janeiro de 1914. No final desse ano, já havia se tornado a pessoa mais reconhecida em todo o mundo.
Uma pergunta pode ter se formado na cabeça de vocês: como pode ter se alastrado tão facil e rapidamente?
Um dos principais aspectos que culminaram nisso foi a grande limitação até então que o cinema tinha: o silêncio. Filmes mudos eram – e são – facilmente adaptáveis e de custo baixo. Requeria alguns intertítulos traduzidos e pronto.
Os japoneses empregavam leitores oficiais que ficaram conhecidos como benshi, cuja função era ficar de pé ao lado da tela e contar a trama para quem assistia as progeções.
Outro percursor das telonas, foi Georges Méliès, ex-ilusionista que após as projeções dos irmãos Lumière criou filmes fantásticos que são estudados e discutidos até os dias de hoje. O destaque vai para “Le Voyage Dans La Lune” (Viagem à Lua) de 1902. É o predecessor de Flash GordonDestino à Lua2001: Uma Odisséia no Espaço e também Guerra nas Estrelas. Foi baseado em dois romances populares de seu tempo: Da Terra à Lua, de Julio Verne, e Os Primeiros Homens na Lua, de H. G. Wells. Tem apenas cerca de 15 minutos e vale muito a pena ser visto.

Outro pioneiro da sétima arte que vale ser lembrado é “The Great Train Robbery” (O Grande Roubo do Trem) de 1903 dirigido por Edwin S. Porter. Esse faroeste marcou o início do cinema moderno, movimentos de câmera, montagem paralela e tomadas em locução são características desse filme que mais tarde foram aperfeiçoadas por Chaplin. Vale a pena conferir.

Viajando agora para a década de 20, onde, lá em 1927, foi produzido “O Cantor De Jazz”, primeiro filme falado da história do cinema. O filme foi produzido pela Warner Bros, com o sistema sonoro Vitaphone. Al Jolson, famoso cantor de jazz da época, canta várias canções no filme. A história se baseia numa grande peça da Broadway de 1925.
Vamos pular agora para a década de 30, mais exatamente em 1935, com “Becky Sharp”, ou se preferir, “Vaidade e Beleza” que é um filme estadunidense, do gênero drama, dirigido por Rouben Mamoulian e estrelado por Miriam Hopkins e Frances Dee. Este foi o filme mais aguardado do ano por toda Hollywood, pois foi o primeiro longa-metragem totalmente em Technicolor de três cores (RGB).
A partir de 1950, com o crescimento da televisão, os estúdios começaram a investir em diversas tecnologias, um exemplo disso é o CinemaScope que foi uma tecnologia de filmagem e projeção que utilizava lentes anamórficas criada pelo presidente da Twentieth Century Fox em 1953. Foi utilizada entre 1953 e 1967 para a gravação de filmes widescreen.
Outra grande inovação foi o 3D, que teve sua primeira passagem pelas telas lá em 1915, mas sua era de ouro foi nos anos 50 também, que foi destaque nos filmes americanos. Em 1952 foi lançado o primeiro com cor estereoscópica: Bwana Devil. Confira outros filmes em 3D da época:
A partir daí, as tecnologias foram evoluindo cada vez mais, até a chegada do computador, e em 1995, foi criado o primeiro filme feito totalmente nesse tipo de máquina: Toy Story que, com certeza, acompanhou a vida de muita gente.


segunda-feira, 30 de abril de 2018


ANCINE inicia Grupo de Trabalho sobre política internacional do audiovisual


Foco é na atração de produção e coprodução internacional
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A Agência Nacional do Cinema – ANCINE realizou no, dia 20 de abril, a 1ª reunião do Grupo de Trabalho sobre Política de Atração de Produções e Coproduções Internacionais. O GT foi instituído a partir da resolução nº 6 de fevereiro de 2018, pelo Conselho Superior do Cinema, presidido pelo Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão.

O diretor-presidente da ANCINE, Christian de Castro, abriu o encontro falando das intenções da Agência para a política pública do audiovisual. “É preciso pensarmos uma política internacional estruturada, com ações que tenham uma constância. O Brasil precisa ser mais competitivo internacionalmente, ainda exportamos pouco. Por isso, queremos que a ANCINE, em parceria com outros órgãos, atue de forma mais estratégica. Uma das ações possíveis é estimular as coproduções internacionais com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual”.

O primeiro encontro foi a oportunidade de apresentar as ações atuais de coprodução no Brasil e um panorama comparativo das políticas públicas de outros países. “Este levantamento, apresentado a partir de um viés sistêmico, servirá de base aos exercícios do grupo de trabalho. Embora a gente tenha o foco na coprodução, esta é a oportunidade de olhar a política internacional como um todo”, explicou Daniel Tonacci, assessor do diretor-presidente, que conduziu a reunião.

A política internacional da ANCINE é atualmente estruturada em dois eixos principais: o estímulo a coproduções audiovisuais internacionais; e o apoio à promoção das obras e empresas audiovisuais brasileiras no exterior.

“A atuação da ANCINE no tocante a tratados de coprodução é subsidiária, uma vez que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) é o órgão do Poder Executivo que possui a competência para entabular negociações diplomáticas com vistas à assinatura de atos internacionais pelo governo brasileiro”, explicou Letícia Godinho, especialista da Assessoria Internacional da ANCINE.

O Brasil mantém acordos bilaterais de coprodução com Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, França, Índia, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido e Venezuela. É também um dos signatários do “Acordo Latino-Americano de Coprodução Cinematográfica”, acordo multilateral, que abre a possibilidade de coproduzir com 23 países.

Há também o acordo assinado pelo Brasil com a China, que ainda não entrou em vigor, e os acordos em processo de negociação com a África do Sul, Nova Zelândia, Rússia e Bélgica francófona.

O GT conta com representantes da ANCINE, do Ministério da Cultura (MinC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE); do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC); além de quatro membros do Conselho Superior do Cinema (CSC). O prazo para finalizar os estudos e apresentar uma proposta ao Conselho é até dezembro deste ano.

quinta-feira, 29 de março de 2018

A PROCURA DE UM CINEMA INTELIGENTE.



Sim, falar sobre Cinema inteligente é falar sobre todas as coisas. Não me refiro à abordagens mais técnicas, que envolvem a análise de um roteiro consistente ou à beleza dos enquadramentos e movimentos de câmera. Me refiro à falar sobre o conteúdo fílmico e da sua linguagem quando ela diz respeito e está a serviço do conteúdo.
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre política, tanto nas macro como nas micro estruturas da sociedade. Política vai muito além de falar sobre impeachment, corrupção passiva e os escândalos variados que animam os nossos governos e governantes. Falar sobre política inclui analisar os mecanismos de poder da sociedade, que perpassam todas as instituições existentes: as políticas, as econômicas, as religiosas, as educacionais e a familiar.
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Cena do filme Milk: a voz da igualdade
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Cena do filme Dúvida
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Cena do filme Beleza americana
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Cena do filme Um dia de fúria
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Cena do filme Um estranho no ninho
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre cultura. E quando falo cultura não me refiro apenas a museus e óperas. Não me refiro à cultura como cultura erudita ou alto grau de instrução. Me refiro a cultura sob o viés da semiótica da cultura: cultura como um gigantesco conjunto de códigos comunicacionais que expressa todos os nossos modos de pensar, sentir, fazer e comunicar. Falo de cultura como nossos costumes, crenças e valores mais arraigados. Falo de cultura como as nossas dicotomias mais estridentes, nossa hipocrisia mais pútrida, nossos jogos mais perversos, nossos passatempos mais ingênuos, nossa absurda capacidade de sermos fascinantes e asquerosos em medidas praticamente iguais.
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Cena do filme A massai branca
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Cena do filme A partida
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Cena do filme Lanternas vermelhas
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Cena do filme Miss Julie
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Cena do filme Como água para chocolate
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre Psicologia e Psicanálise. Félix Gattari já havia nomeado o cinema como o divã do pobre em um artigo sobre as estreitas e íntimas relações entre Cinema e Psicanálise. Mais do que mostrar variados distúrbios emocionais e diferentes padrões comportamentais, o Cinema não deixa de realizar uma espécie de terapia com espectadores abertos para esta experiência.
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Cena do filme Garota exemplar
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Cena do filme A janela secreta
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Cena do filme O inquilino
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Cena do filme Garota interrompida
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Cena do filme Atração fatal
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Cena do filme Refúgio do medo
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre Filosofia. Gilles Deleuze e Julio Cabrera defenderam o cinema como uma forma de fazer pensar do mesmo calibre da Filosofia.
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Cena do filme A suprema felicidade
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Cena do filme Violência gratuita
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Cena do filme Clube da luta
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Cena do filme O palhaço
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Cena de Pulp Fiction
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Cena do filme A estrada
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Cena do filme Fahrenheit 451
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Cena do filme Brilho eterno de uma mente sem lembrança
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre História. Quantos filmes não permitem que não nos esqueçamos de personalidades e momentos trágicos , impactantes e decisivos para o entendimento do nosso tempo presente?
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Cena do filme O grande ditador
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Cena do filme As irmãs Madalena, traduzido para o Português como Em nome de Deus.
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Cena do filme Adeus, meninos
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Cena do filme Pra frente Brasil
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Cena do filme A língua das mariposas
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre ética e estética. É por em debate os valores morais da nossa sociedade. É questionar o próprio conceito de beleza em sua multiplicidade.
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre o amor e seus mecanismos de estranhamento , redenção e condenação. Falar sobre Cinema inteligente é dissecar a raça humana com suas contradições, impulsos, paixões e misérias. Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre a sexualidade em suas múltiplas faces.
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Cena do filme Menina bonita
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Cena do filme A bela da tarde
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Cena do filme Veludo azul
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Cena do filme O morro dos ventos uivantes
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Cena do filme Fim de caso
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Cena do filme Uma nova amiga
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Cena dos filmes Os sonhadores
Falar sobre Cinema inteligente é falar sobre as Artes de um modo geral. Cinema é uma arte síntese, que reverenciou e reverencia muitos artistas.
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Cena do filme Sylvia: paixão além das palavras
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Cena do filme Frida
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Cena do filme Cazuza, o tempo não para
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Cena do filme Coco antes de Chanel
Falar sobre Cinema é falar sobre as Ciências e suas idas e vindas. Avanços e retrocessos. É falar sobre as mudanças na forma de pensamento.
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Cena do filme A teoria de tudo
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Cena do filme Giordano Bruno
Sim, falar sobre Cinema inteligente é falar sobre todas as coisas. Que pena que para a maioria das pessoas ver um filme é um mero passatempo e estudar e conversar sobre cinema seja apenas um sintoma de uma personalidade lunática. Os exemplos dados no artigo são meramente ilustrativos. A quantidade de filmes importantes é inúmera.


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