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quinta-feira, 2 de março de 2023
CARGOS E POSIÇÕES NA PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
COISAS DE POÇÕES
Florisvaldo Rodrigues
( O MARQUÊS DA SERRA PRETA )
Em um certo lugar não muito distante da sede do municipio. No povoado de Duas Vendas, onde há o cemiterio no meio do povoado. Tendo ruas de um lado e do outro, comercio, residências, escola e até igreja. Tudo junto. (no meio do cemiterio existe um poço artesiano que abastece a comunidade) Na porta do cemitério tem um butéco, do seu Manoel do bigode. Que tem tambem a sua clientela. Dentre eles, figuras como o Zé de Naninha que tem horário marcado todos os dias, na mesma hora ele chega e pede para o seu manoel uma talagada de pinga, depois sai na porta do cemitério, que fica em frente, e diz para os defuntos: defuntada, é servido tomar uma? Os defuntos não responde, ele gola o copo. O seu manoel, católico e respeitador dos mortos, chamava ele sempre atenção. E ele dizia: Ta tudo certo. Ta tudo certo. Todo mundo aí é meu amigo. E isso durou muito tempo, ele fazendo isso todo dia, sem falta. Eis que, numa dessas, apareceram uns estudantes no cemiterio no mesmo horario da sua cachaça e apreciou toda sua prosopopeia com os defuntos... Aí então resolveram pregar uma peça no Zé de Naninha, combinados com o seu Manoel do buteco. Foram em casa e pegaram Lençóes brancos, fizeram furos nos olhos, e se esconderam nas sepulturas para espera-lo no outro dia. No mesmo horario, foi batata, chegou o Zé de Naninha, pediu uma cachaça para o seu Manoel, foi à porta cemetrio e disse: Saúde defuntada, vamo tomar uma? Os estudantes levantaram de Lençóis brancos na cabeça e pau nas maõs, gemendo uuuuuuuuuu e agarraram o Zé com copo e tudo e jogaram pra dentro cemiterio, deram lhe uma sova de cacete das boas, e sairam gemendo novamente uuuuuuuuuu se escondendo no cemitério. O Zé foi socorrido por seu manoel e levado para fazer curativos. No outro dia, no mesmo horario quem aparece no boteco, todo cheio de esparadrapo e mercurio cromo, perna e braço machucado... O Zé de Naninha... E pediu outra pinga. O seu Manoel do Bigode que lhe disse: voce foi avisado, mas não quis ouvir... por isso ta todo quebrado. Ele respondeu: “Ta tudo certo. Ta tudo certo! "O que não ta certo é enterrar defunto com pedaço de pau na mão." Bebeu a pinga, mais uma vez, e nunca mais ofereceu cachaça aos defuntada.... Moral da historia: "Pobre do zé, até hoje não sabe que foi vitima das crendices do seu Manoel do bigode, e da traquinagem dos estudantes." ...
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
VADINHO BARRETO ( UM HERÓI DA RESISTÊNCIA )
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
ACADEMIA DE CULTURA DA BAHIA
Respectivamente, das Instituições: Academia de Cultura da Bahia, Academia de Letras da Bahia (e ALAS), Academia de Letras de Porto Seguro (e ACB) e Academia de Cultura da Bahia, em evento memorável da ALAS no IGH, Salvador, Bahia. Intercâmbio.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
DRA. ANA ISABEL OLIVEIRA FALA SOBRE O MUSEU DE KARD
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
EU DE VERDADE / ROBERTA BARBOSA
Eu de Verdade
A mulher que se reconstruiu assusta é óbvio.Porque ela já comeu o pão que o diabo amassou, mas, hoje, ela escolhe a própria dieta emocional.
A mulher que já foi triturada emocionalmente, e que foi capaz de se refazer, não está preocupada em ter alguém ao lado apenas para prestar contas a quem quer que seja, não mais. Ela é livre, ela quebrou as amarras da busca pela aprovação alheia, ela se pertence.
A mulher que encontrou o próprio caminho, passou a ser guiada pela bússola da própria alma; ela abandonou os caminhos que não lhe seduzem. Ela carrega cicatrizes dos espinhos que pisou ao andar fora do seu propósito, mas ela segue plena, percebendo essas marcas como símbolos de um aprendizado.
A mulher que saiu do fundo do poço entende de humilhação, mas optou pelo perdão aos outros, e, principalmente, a si mesma. Ela aprendeu a se abraçar, a se colocar no colo, e a dizer "não se culpe, você fez o que conseguiu fazer naquela época".
Ela foi subestimada, criticada e alimentada com migalhas, mas decidiu se levantar do chão, sacodir a poeira e iniciar um novo caminho. Ela experimentou a metamorfose de sair do casulo, ela percebeu suas asas nascendo, ela se deu conta de que o chão não é o seu lugar. Contudo, ela mantém os pés no chão, ela sabe que é fundamental saber onde está pisando.
Se tem uma coisa que essa mulher tem de sobra é orgulho de si mesma, então, ela não vai pensar duas vezes antes de abandonar situações e pessoas que ameacem o sagrado dela. Ela tem clareza do que pode negociar, e daquilo que ela jamais vai abrir mão.
Ela aprendeu que nenhuma companhia compensa se ela tiver que deixar de ser ela mesma. A liberdade de ser quem ela é não caiu do céu, foi conquistada sangrando, e essa conquista não será negociada, que fique claro. Ela não quer guerra com ninguém, ela sabe o que quer, e o que merece.
Dra. Roberta Almeida Santos Barbosa é pisicologa e diretora responsável técnica pelo INSTITUTO SELF DE PSICOLOGIA
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
VADINHO BARRETO O (HERÓI DA RESISTÊNCIA)
sábado, 4 de fevereiro de 2023
EDUCAÇÃO É TUDO
Parece que o nível de inteligência, medido pelos testes, diminui nos países mais desenvolvidos. Pode haver muitas causas para este fenómeno. Um deles pode ser o empobrecimento da linguagem.
Na verdade, vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem: não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as subtilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos.
O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.
A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de "golpes mortais" na precisão e variedade de expressão.
Apenas um exemplo: eliminar a palavra "signorina/senhorita/mademoiselle" (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias.
Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento. Estudos têm mostrado que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras.
Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível.
Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece.
A história está cheia de exemplos e muitos livros (George Orwell - "1984"; Ray Bradbury - "Fahrenheit 451") contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.
Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras. Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional? Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro? Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e a sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu?
Caros pais e professores: Façamos com que os nossos filhos, os nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinemos e pratiquemos o idioma nas suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado. Porque nesse esforço existe liberdade.
Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem dos seus "defeitos", abolir géneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana.
Não há liberdade sem necessidade. Não há beleza sem o pensamento da beleza.
Autor: Christophe Clavé
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
HELENA IGNEZ
A pré-estreia mundial do novo filme de Helena Ignez, "A alegria é a prova dos nove", aconteceu nessa segunda-feira, 23/01, na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
"Alegria é fazer parte de uma obra tão atual, necessária, contundente.
Provocativa e amorosa ao mesmo tempo."
Viva Helena Ignez!
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
DRA. ROBERTA BARBOSA
Dra. Roberta Almeida Santos Barbosa
Baiana, natural de Vitória da Conquista - Bahia, onde se graduou em pisicologa pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), possui formação em psicanálise pela Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e em Hipnose Ericksoniana pela The American Board of Hypnotherapy (ABH) e the International Society of Hypnosis (ISH), além das especializações em Clinica Cognitivo Comportamental (Grupo Uninter) e Pisicologa do Trânsito ( Complexo de Ensino Superior Arthur Thomas - CESA).
Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social pela Fundação Visconde de Cairu (FVC) e certificações em Practitioner of Neuro Linguistic Programming pela Association for Neuro Linguistic Programming (ABNLP), COACH em PNL Programação Neurolingüística pela Coaching Division of The American Board of NLP. Detém capítulos nos seguintes livros públicados: Instrumentos Qualitativos da Pesquisa Ed. HETERA (2015) e EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO HUMANO E RESPONSABILIDADE SOCIAL Ed. HETERA (2014). Atualmente é responsável técnica do Instituto Self de Pisicologa e Análise situado em Salvador, Bahia, com capacidade de atuação em Psicologia Educacional, Clínica, Comportamental, do Trânsito, Psicanálise e Hipnoterapia.
Fonte: Uma Proposta de Intervenção Precoce Frente Às Dificuldades de Aprendizagem. ( sinais e sintomas ).
Dra. Roberta Barbosa.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2023
A VOZ DO POVO
Muito se tem dito sobre os efeitos pedagógicos do esporte na formação
de uma vida e de um caráter; o futebol, então, no nosso país e no
mundo inteiro, tem sido assim esta grande escola de homens
perseverantes e combativos, mas que também aprendem cedo a respeitar o
próximo e as regras de bem viver em sociedade. Chico Estrella Dantas é
um exemplo destes homens que, criado no mundo do futebol, soube trazer
para a vida pública e familiar as lições que aprendeu no "fair-play"
de uma longa vida de companheirismo e disciplina dentro das quatro
linhas dos gramados! Com um aguçado senso de companheirismo e
solidariedade, Chico tem se destacado no cenário político da sua
cidade, Vitória da Conquista, como um daqueles craques que está sempre
com um conselho, uma palavra de ânimo e, ao mesmo tempo, com a firmeza
e a liderança de quem veste a camisa do seu povo e, se um dia o
técnico se ausentar, pronto para assumir o comando e conduzir nosso
escrete na conquista do campeonato. Campeonato este, explica-se, como
uma metáfora da batalha que nossa terra trava todos os dias para
vencer o subdesenvolvimento e subir para a primeira divisão das
cidades evoluídas, prósperas e de um povo feliz e bem amparado. A esta
exitosa experiência, outras vieram se somar na gestão de uma liderança
política autêntica e promissora que Chico Estrella representa: Uma
família exemplar capaz de refletir a integridade e a força dos
princípios cristãos e uma longa e idônea atividade como empresário,
honesto e agente da prosperidade financeira da nossa cidade. Parece
pouco, embora raro hoje em dia, homens qualificados assim para a vida
pública, mas é o suficiente para participar com humildade no
enfrentamento dos grandes problemas que nossa terra irá enfrentar
nessa década que transcorre. Chico Estrella, como já dito acima, é um
atleta do coletivo, das mãos unidas, e sabe que sua modesta
competência, quando somada com a vossa, caro leitor, será capaz de
conduzir uma corrente de entusiasmo e energia suficientes em acordar
nossos líderes da letargia e do desânimo, ouvindo e apresentando
ideias, projetos, soluções e atitudes que arrastará a todos nós para
os trilhos do progresso e da vida feliz que é o destino desta cidade,
conforme os sonhos e as esperanças dos nossos ancestrais que
construíram esse município. Somos o futuro deles, somos o fim de todos
os seus esforços, e, nas lutas políticas que doravante travaremos ao
lado desse vigoroso atleta que é o Chico Estrella, poderemos imaginar
estes nossos ancestrais na arquibancada do Paraíso, vibrando com cada
golaço, cada jogada, cada lance criativo e empolgante, goleando sem
perdão o time adversário da decadência, da corrupção e do abandono!
Passa a bola, lança na área e deixem o Chico cabecear... E corram para
o abraço!
C.R.S
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Mostra “Nordestern: bangue-bangue à brasileira” abre agenda gratuita do ano na Cinemateca
ARTE MODERNA, SEM RIMA E SEM MÉTRICA
Allan de Kard
ZOOANTROPIA
Eu sou filhote da arte moderna.
Já nasci rompido com a métrica e o academicismo.
Minha arte vagueia no livre pensar, e num mergulho na intuição, constrói narrativas mitológicas, que quando iluminada pela razão se faz filosofia.
Religa com o Divino, não é fé Dogmática, pois é Fé raciocinada,
Jamais se perde nos labirintos da Ciência, pois é puro sentimento.
Minha arte é Sã, minha fé não é vã.
Allan de Kard Verão de 2022
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
PONTO DE VISTA: OS SINGULARES "TERRORISTAS " DE BRASÍLIA
Por Joaci Góes
Ao General Marcelo Guedon, que ontem aniversariou.
Entre os quase 1.600 “terroristas” detidos no último domingo em Brasília, um grande número era composto por mulheres, crianças e idosos, empregados, patrões e profissionais liberais, sem qualquer antecedente criminal. Mais uma característica marcantemente singular é que nenhuma arma, branca, de fogo ou outro artefato bélico qualquer, foi encontrado com os “terroristas”. Para alguns segmentos da mídia brasileira, porém, trata-se de “mercenários fascistas a serviço da destruição dos sólidos pilares de nossa democracia, duramente conquistada”.
Tão logo deparou esse surpreendente panorama humano da multidão que acabara de predar as sedes dos três poderes, as autoridades policiais cuidaram de libertar a grande maioria, permanecendo detidos por mais algum tempo menos de 20% do grupo original, a serem liberados, logo em seguida, para se defenderem em liberdade, se a lei brasileira se sobrepuser ao voluntarismo ora reinante no Brasil, através de práticas ditatoriais de membros do Poder Judiciário, com a parceria criminosa do Poder Legislativo, comprovando o ominoso compadrio entre poderosos grupos marginais que reciprocamente se protegem. A perplexidade do difícil momento que atravessamos, com a temível tendência a se aprofundar, confere atualidade à avaliação de Rui segundo a qual “Toda a capacidade dos nossos estadistas se esvai na intriga, na astúcia, na cabala, na vingança, na inveja, na condescendência com o abuso, na salvação das aparências, no desleixo do futuro.”
A verdade que não quer calar é que esta rebelião coletiva, utilizando métodos que reprovo, constitui uma miniatura do grande contingente nacional que não aceita o retorno de um peculatário, o maior de que se tem conhecimento no Planeta, depois de exaustivamente comprovadas e punidas suas enormes responsabilidades, ao mesmo posto que desonrou, graças à indecorosa e prostituída iniciativa de membros da Suprema Corte de anular o processo, exaustivamente acompanhado pelas tvs, que o condenou, com o propósito evidente de assegurar-lhe a impunidade pelas estradas largas da prescrição. Esta, sim: uma violência muitas vezes maior do que a quebradeira de Brasília. Como nos ensinou Rui “Se os fracos não têm a força das armas, que se armem com a força do seu direito, com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de existência na comunhão internacional.” Afinal de contas “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!”
Não há vergonha maior na história do judiciário dos povos decentes do que a praticada por nosso Pretório Excelso, cuja credibilidade popular, na atualidade, é a menor de todos os tempos. Atos ou decisões inconstitucionais não se convalidam com a aprovação de chefes de poderes desertores do dever.
Com a soltura de Sérgio Cabral, em nome da mínima moralidade, deveríamos soltar a totalidade de nossa população carcerária. Basta comparar os anos de condenação atribuídos a Sérgio Cabral com os de Fernandinho Beira-Mar e Marcola, meros trombadinhas.
Para mostrar sólida coerência de princípios, em sua disposição de atropelar quem quer que se oponha ao seu arbítrio, o Ministro Alexandre de Moraes deveria mandar prender, também, os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica que, em nota conjunta, denunciaram os seus excessos; bem como os Generais que acompanharam com simpatia democrática o cerco que por dois meses sofreram das populações que lhes pediam para intervir. Caso contrário, crescerá o prestígio do aforismo que ensina que “boi sabe onde arrombar a cerca”, bem como o acicate de Rui: "Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde."
Sem dúvida, a autoridade da justiça é moral, e sustenta-se pela moralidade das suas decisões.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
ABELHAS PROCURAM FLORES
domingo, 8 de janeiro de 2023
UM BAIANO NO EXÉRCITO DE NAPOLEÃO
Um baiano no Exército de Napoleão.
Caetano Lopes de Moura (1780-1860) Nasceu na cidade de Salvador, aos 7 de Agosto de 1780, sendo filho de Maximiano Lopes de Moura, mestre carpinteiro, homem de côr, “sisudo e de sãos costumes”.
Em 1797, com apenas dezoito anos de idade, envolveu-se com a “Conspiração dos Búzios”, assim chamada porque seus adeptos usavam um pequeno búzio prezo à corrente do relógio. Descoberto o movimento revolucionário, Caetano Moura foge para Portugal e, depois de muitas agruras, matricula-se na Universidade de Coimbra.
Abandonando posteriormente a ideia de estudar em Portugal, partiu Lopes de Moura para a França, onde depois de grandes dificuldades conseguiu concluir o curso medico em Paris. Tolhido pela necessidade, ingressou Lopes de Moura no exercito francês, como ajudante de cirurgia, passando-se depois para a Legião Portuguêsa que servia sob as ordens de Napoleão Bonaparte. Tendo-se demitido do exercito, quando começou a decadência do imperio napoleônico, fixou Lopes de Moura a sua residencia em Grenoble, onde se dedicou á pratica da medicina.
Ao cabo de algum tempo, notabilizou-se pela competência, e pela cultura.
Com a derrota de 1814, Napoleão foi exilado e Caetano Moura caiu no ostracismo.
Sempre em luta com a adversidade, foi Lopes de Moura socorrido em Paris pela generosidade do imperador Pedro II, que lhe concedeu uma pensão, de maneira que o ilustre brasileiro pudesse continuar, sem embaraço, os seus trabalhos científicos e literarios. Já octogenario, faleceu em Paris, a 3 de Dezembro de 1860.
Caetano Lopes de Moura deixou numerosos trabalhos de historia, geografia, literatura e diversas traduções de obras estrangeiras. Deixou tambem uma interessante Auto-biografia, cujo autógrafo pertence ao Instituto Historico, que o possue por oferta que lhe fez o Marquês de Sapucaí.
Entre os seus trabalhos mais conhecidos, destacam-se a História de Napoleão Bonaparte e Harmonias da Criação. Lançou também várias obras didáticas, Mitologia da Mocidade, Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil, Epítome cronológico da História do Brasil.
Escrevendo em 1846, Caetano Lopes de Moura, exprimiu a sua profunda admiração pelo imperador francês na sua Histoire de Napoleon - uma biografia em que os gloriosos acontecimentos do passado foram celebrados segundo um certo modelo de historiografia do século XIX.. Na época da publicação do livro, ele morava na França há algum tempo. Relatando a Batalha de Wagram refere que 'esteve presente nesta inesquecível batalha como cirurgião-mor da Legião Portuguesa'. Em seu breve relato do encontro com Napoleão em Ebersdorf, ele observa com entusiasmo que "seus olhos eram tão cheios de vida que qualquer um que olhasse para eles era obrigado a abaixar os olhos até o chão, tal era o fogo emitido".
O entusiasmo é ainda mais manifesto ao descrever a queda do imperador francês: 'O grande homem caiu... glória, todo o seu gênio e toda a sua grandeza moral.' Caetano Lopes de Moura nunca mais voltou ao Brasil e passou o resto da vida na França. Morreu em 1860, depois de uma vida dominada por duas grandes figuras, Napoleão e Pedro II, Imperador do Brasil.
O exemplo de Lopes de Moura é sugestivo do poderoso fascínio que Bonaparte exerceu sobre vários intelectuais e políticos luso-brasileiros e , através deles, sobre Portugal e seu império. Pela profunda mudança que produziu nas histórias da França, da Europa e de suas colônias - redesenhando o mapa político, introduzindo o Code Civil e derrubando várias dinastias - Napoleão criou o arquétipo do herói moderno.
Ao mesmo tempo, suas ações também tiveram repercussões distintas nos impérios ibéricos, incluindo o de Portugal, receptivos ao contexto mais amplo de crise do Antigo Regime ou de uma época de revoluções. No mundo luso-brasileiro, o difícil período das invasões francesas (1807-1814 ) deu origem a representações e opiniões contrastantes sobre Napoleão e a França Imperial.
Caetano Lopes de Moura pertence ao numero dos mestiços brasileiros de origem modesta, que á custa de esforços proprios souberam elevar-se dignificando o nome de sua terra nativa. Aliás, no Brasil não foi pequeno o numero desses descendentes da raça negra que contribuiram com os frutos de sua inteligencia para a grandeza das artes e das letras patricias.
E o velho cirurgião do exercito bonapartista está, sem duvida, incluído neste numero.
FONTE: PARANHOS, Haroldo. História do romantismo no Brasil. São Paulo: Edições Cultura Brasileira, 1937.