Morre Feira Velha, nasce Dias d’Ávila
Por Fernando Gimeno*
Fernando Gimeno e Beto Magno
Após as guerras da independência, onde Dias d’Ávila teve importante e destacado papel por ter bloqueado a entrada de víveres para as tropas portuguesas, além de ter servido como QG das tropas brasileiras, os morgados da Torre foram embora para a corte onde receberam do Imperador títulos de nobreza pelos seus feitos heroicos. Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, que também foi comandante das tropas brasileiras, foi elevado a Visconde de Pirajá, e seus irmãos Francisco Elesbão Pires de Carvalho e Albuquerque, que foi governador da Bahia, foi agraciado com o título de Barão de Jaguaribe e Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, na época o morgado e senhor da Torre de Garcia d’Ávila, recebeu a comenda de Barão e depois de Visconde da Torre.
Essa retirada da família Ávila fez com que a progressista Feira de Santo Antônio de Capuame trouxe uma derrocada do antigo feudo e fez com que a importante feira colonial fosse sendo transferida para a fazenda “Olhos d’água”, hoje Feira de Santana; com isso a Feira de Capuame passou a ser conhecida como Feira Velha.
E Feira Velha permaneceu até que, em 1923, Francisco Borges de Barros enviou para a Assembleia Legislativa uma exposição de motivos para trocar o nome da estação e distrito de Feira Velha para Dias d’Ávila, em homenagem ao morgado da Torre Francisco Dias d’Ávila II, filho de Garcia d’Ávila II, neto de Francisco Dias d’Ávila Caramuru, trineto de Garcia d’Ávila e tataraneto de Caramuru e da índia Catarina Paraguaçu.
No dia 26 de abril de 1928, através da lei 2150 Feira Velha passa a chamar-se, oficialmente, Dias d’Ávila. E aí chegamos ao ponto principal de nossa história:
Neste mês de abril, no dia 26, Dias d’Ávila completará 96 anos de existência. Acredito que muito poucos moradores tenham conhecimento de tão importante data que consolidou no cenário baiano um município importante que tanto contribuiu para a proclamação de nossa independência e ainda mais, encheu de glória esse estado por ter sido outrora a mais importante Estância Hidromineral de toda a Bahia, atraindo turistas de vários estados brasileiros e até do exterior.
Seria importante para se conhecer melhor a história e fixar na memória fatos assaz relevantes, que houvesse alguma forma de comemoração para não deixar passar em branco tão importante data. A Câmara de Vereadores, principalmente poderia participar convocando uma sessão solene onde fosse relembrado esse importante fato da história de nossa querida cidade.
Fica a sugestão. Vamos nessa?
*Fernando Gimeno é membro da Academia de Cultura da Bahia e Presidente do Conselho de Cultura de Dias d’Ávila.