sexta-feira, 6 de novembro de 2009

DICIONÁRIO DE CINEMA


BETO MAGNO


A

AÇÃO 1 Todo tipo de movimento que acontece diante da câmera. 2 Termo mais utilizado por diretores para dar início à movimentação dos atores em uma filmagem.


ADAPTAÇÃO Passagem de uma linguagem artística para outra. Exemplo: adaptação de um romance (linguagem literária) para o cinema (linguagem audiovisual).


ANÁLISE TÉCNICA 1 Relatório resultante de uma análise detalhada do roteiro. Normalmente elaborado pelo assistente de direção da obra audiovisual. 2 Reunião em que participam todos os chefes de equipe para conhecer profundamente o roteiro e discutir o que será necessário para a realização de cada cena.


ARGUMENTO Texto corrido em linguagem literária que conta, com detalhes, toda a história do filme. Normalmente o argumento é desenvolvido antes do roteiro.


ASSISTENTE DE ARTE Profissional que trabalha diretamente para o diretor de arte.


ASSISTENTE DE CÂMERA Profissional da equipe de fotografia que realiza funções técnicas diretamente relacionadas à câmera.


ASSISTENTE DE DIREÇÃO ver texto O Assistente de direção.


B


BATER O BRANCO Recurso da câmera digital utilizado para balancear corretamente a luz de acordo com a cor e a iluminação que incide no local onde será realizada a filmagem.


BITOLA Medida da largura da película cinematográfica (8mm, 16mm, 35mm, 70mm). A largura da película determina o tamanho das imagens do filme na tela durante a sua exibição. Também usado para o vídeo (VHS, Beta, MiniDV, etc.)


BOOM Haste para deixar o microfone suspenso.


C


CABEÇALHO Elemento da escrita do roteiro. É utilizado para introduzir cada uma das cenas do roteiro e tem a função de informar o local (INTERNO ou EXTERNO) e o período do em que elas acontecem (dia, manhã, tarde, noite, etc.) Exemplo: INT. QUARTO DE EDIVALDO – DIA.


CÂMERA DE CINEMA Câmera para captação de imagens em movimento que utiliza rolos de filmes em película (8mm, 16mm, 35mm, 70mm).


CÂMERA DIGITAL Câmera que utiliza processo digital para captação das imagens em movimento (mini DV, DV CAM, HIGH 8, HD, DVD, cartões de memória).


CÂMERA OBJETIVA Posicionamento da câmera que capta a imagem de um ponto de vista mais externo à ação. Simula o ponto de vista do público.


CÂMERA SUBJETIVA Câmera que simula o olhar de um personagem. É mais participante da ação que acontece na cena.


CENA Unidade de lugar e de tempo na narrativa dramática. Uma ou mais ações que se desenvolvem sem saltos de tempo, num mesmo lugar, constituem uma cena.


CENOGRAFIA Técnica de criar e construir os cenários de um filme.


CENOTÉCNICO Profissional responsável pela construção dos cenários.


CINECLUBES Salas de exibição de obras audiovisuais de caráter não comercial, com programação alternativa às salas do grande circuito.


CINEMATÓGRAFO A partir do aperfeiçoamento do Cinetoscópio de Edison, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo, em 1895. O invento permite projetar imagens ampliadas numa tela, para vários espectadores ao mesmo tempo. Assim nasce o Cinema.


CINETOSCÓPIO Inventado em 1890 por Thomas Edison e William Kennedy Dickson. O aparelho utilizava um filme de celulóide perfurado que era exibido no interior da máquina acionada à manivela. Em 1892, Edison funda nos Estados Unidos a "Kinetoscop's Company". Em 1893, constrói o primeiro estúdio de cinema, o Black Maria, em New Jersey, e roda uma série de pequenos filmes. Em 1894, a exploração comercial do seu invento é um negócio próspero, atraindo multidões. Na França, Charles Pathé, e Antoine Lumière também compram estes aparelhos.


CLAQUETE Dispositivo que tem a função de registrar cada take de cada cena filmada. A claquete é colocada diante da câmera com algumas informações escritas: número da cena, número do plano, número do take, informações de câmera, etc. Além disso, a batida da claquete produz um som que auxilia no sincronismo entre som e imagem do filme. É um instrumento fundamental para garantir um bom trabalho na montagem do filme.


CLÍMAX É o momento alto do filme. Exemplo: o vilão morre, o herói se casa.


CLOSE-UP Plano que mostra o rosto de um personagem.


COADJUVANTE Atores que fazem desde segundos papéis até pequenos papéis. Também chamados de atores de composição.


CONTRA-REGRA Membro da equipe de arte responsável pelos objetos de cena no set de filmagem.


CONFLITO Todo fator, de natureza interna ou externa, que dificulta a trajetória dos personagens numa história. Tudo o que se impõe como barreira para os personagens alcançarem seus objetivos.


CONTINUIDADE Relação entre os elementos que compõe as cenas de maneira lógica para que se torne crível a narrativa. Exemplo: Em um plano o personagem acende um cigarro. No próximo, caso não haja passagem de tempo, é necessário que o cigarro esteja do mesmo tamanho.


CONTRA-PLANO Tomada efetuada com a câmera na direção oposta à posição da tomada anterior. É muito utilizado na filmagem de diálogos.


CONTRA-PLONGÉE O inverso da plongée. A cena é mostrada de baixo para cima.


CORTE FINAL Última versão da montagem do filme.


CORTE LARGO É uma versão mais longa do filme, feita pelo montador. A partir dela o montador retira os excessos e faz os ajustes para chegar ao corte final.


CORTE SECO Passagem direta de um plano para outro, sem o uso de efeitos de transição como fade in, fade out ou fusão.


CRONOFOTOGRAFIA Inventada em 1887 por Étienne-Jules Marey. Era a técnica gráfica da fixação por fotografias de várias fases de um corpo em movimento, como o andar do homem ou vôo dos pássaros.


CURTA-METRAGEM Normalmente é um filme com duração máxima de 30 minutos. A ANCINE, algumas mostras, festivais e editais consideram o curta-metragem como um filme de duração igual ou inferior a 15 minutos.


D


DECUPAGEM A palavra decupar vem do francês découper que significa “cortar em pedaços”. Na prática, é a divisão do roteiro do filme em planos. A decupagem é feita pelo diretor e inclui posições de câmera, lentes a serem usadas, mise en scène, diálogos e duração de cada cena. Consiste na transposição da linguagem de roteiro para a linguagem da imagem.


DECUPAGEM DE PRODUÇÃO Detalhamento das necessidades de produção para realizar o filme.


DESPRODUÇÃO Etapa que acontece logo depois de qualquer filmagem. Consiste na devolução de todo o material utilizado nas filmagens e também na devolução das locações a seus proprietários em perfeito estado.


DIÁLOGO Conversa entre dois ou mais personagens. Num roteiro de cinema são escritos diálogos, rubricas e cabeçalhos.


DOLLY Carrinho que transporta a câmera e o operador e que permite a realização fluída de movimentos de câmera.


DOLLY BACK Movimento de câmera. A câmera se distancia do objeto filmado.


DOLLY IN Movimento de câmera. A câmera se aproxima do objeto filmado.


DRAMATURGIA Termo utilizado para designar a narrativa dramática. A história não é contada para o público, mas o público acompanha o desenvolvimento da história através das ações dos personagens (normalmente interpretados por atores).


DUBLAGEM Inclusão do diálogo sobre uma cena anteriormente gravada. A gravação dos diálogos para uma dublagem normalmente é feita num estúdio de som, depois de realizada a filmagem.


E


EIXO O eixo é uma linha imaginária que estabelece a relação de olhar entre dois personagens em cena e/ou a direção (esquerda ou direita do quadro) para onde acontece uma ação. Na transmissão de uma partida de futebol, por exemplo, é estabelecido um eixo na transmissão (as câmeras são posicionadas de um lado do campo). Caso essas câmeras sejam invertidas e passem a transmitir o jogo do outro lado do campo, o espectador ficará confuso, pois o mesmo time, como por mágica, começa a atacar para o lado invertido da tela da tv. No cinema o princípio é o mesmo. É importante manter o eixo na movimentação dos personagens e nos diálogos. No caso dos diálogos existe uma importante relação de olhar entre os personagens que conversam. Manter o eixo, nesse caso, é manter a relação de olhar, assegurar-se de que cada personagem olhe para o lado da tela correspondente á posição do outro personagem. Quebrar o eixo significa modificar o sentido do movimento e/ ou do olhar de um personagem e desorientar o espectador. Em algumas propostas quebrar o eixo pode ser bastante interessante.


ELIPSE Passagem de tempo. Exemplo: Em uma cena o personagem entra em seu escritório. Há um corte e na próxima cena o personagem já está sentado em sua mesa, falando ao telefone.


ENQUADRAMENTO Imagem que aparece dentro dos limites do quadro (laterais, superior e inferior). Imagem que se vê no visor da câmera.


ESTÚDIO 1 Lugar construído e preparado para a realização de filmagens. 2 Local com isolamento acústico e equipamentos para realizar a gravação de sons.


ESTRELA Dispositivo que mantém a firmeza das pernas de um tripé.


EXTERIOR Termo utilizado para definir o ambiente em que se passa uma cena. Nesse caso, a cena acontece num local externo. Utiliza-se normalmente a abreviação EXT.


F


FADE IN Aparecimento gradual de uma imagem a partir de uma tela escura ou clara. Pode ser utilizado no início de um filme e/ou como transição de uma cena para outra.


FADE OUT Escurecimento ou clareamento gradual de uma imagem, até que ela desapareça. Pode ser utilizado no final de um filme e/ou como transição de uma cena para outra.


FENACISTOSCÓPIO Inventado em 1832 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau. Era um aparelho formado por um disco dentado com um objeto desenhado em posições levemente diferentes. Ao girar o disco em frente a um espelho, faz com que a imagem adquira o movimento. Plateau é o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana. Calcula que para a ilusão de movimento, é necessário que se as imagens se sucedam à razão de um décimo de segundo.


FESTIVAIS DE CINEMA Eventos realizados periodicamente em diversas cidades do mundo, onde são exibidas obras audiovisuais. Normalmente, além de exibidos, os filmes competem entre si pelos prêmios oferecidos pelo festival. Cada festival determina os formatos aceitos (vídeo, películas, digital, etc.) e a duração (curtas, médias ou longas metragens) dos filmes. Além disso, muitos também são temáticos. Exemplo: Festival de Cannes (França), Festival de Brasília (Brasil), Festival de Gramado (Brasil).


FIGURANTES Pessoas/atores que apenas figuram no filme. Podem ser as pessoas que aparecem na fila de um banco, na rua, em uma festa.


FIGURINISTA Membro da equipe de arte responsável pelo figurino.


FIGURINO Conjunto de roupas e acessórios utilizado pelos atores e figurantes para a caracterização dos personagens na obra audiovisual.


FILTRO Material translúcido utilizado pelo diretor de fotografia na lente da câmera com o intuito de modificar a cor e a intensidade da luz a ser captada.


FLASHBACK Cena que revela algum fato ocorrido no passado, tendo como referência o tempo presente em que acontece a ação numa narrativa.


FLASH-FOWARD Cena que revela algum fato que acontecerá no futuro, tendo como referência o tempo presente em que acontece a narrativa.


FOCO Uma imagem está em foco quando aparece em sua completa nitidez, com seus contornos bem definidos.


FONÓGRAFO Inventado por Thomas Edison em 1877. O aparelho movido à manivela tinha um cilindro coberto por papel alumínio, onde era registrado o som. Uma agulha fazia a leitura do cilindro e o som era reproduzido através de um bocal.


FOQUISTA É o assistente de câmera responsável pela medição e controle do foco nas lentes da câmera.


FORA DE QUADRO Está fora de quadro qualquer ação que acontece fora dos limites do enquadramento. Naturalmente, o que acontece fora de quadro não pode ser visto pelo espectador. Apenas sugerido ou ouvido.


FOTOGRAFIA ANIMADA Inventada em 1870 por Henry Renno Neyl. O espetáculo de fotografia animada utilizava uma Lanterna Mágica de Kircher, com um disco de 18 aberturas.


FOTÔMETRO Aparelho que mede a intensidade de luz que incide em determinado local utilizado pelo fotógrafo para adequar as necessidades específicas da câmara com as necessidades do filme.


FUSÃO Aparecimento gradual de um novo plano e desaparecimento gradual do plano anterior. Por um breve momento os dois planos se confundem. É uma forma de transição.


FUZIL FOTOGRÁFICO Inventado em 1878 por Étienne-Jules Marey. Consistia em um tambor forrado com uma chapa fotográfica circular que permitia a fotografia em série.


G


GAFFER É o chefe de elétrica. Coordena a equipe de iluminação e eletricidade. Compõe a equipe de fotografia e está subordinado ao diretor de fotografia.


GRUA Movimento de câmera onde esta é colocada sobre um guindaste e desloca-se na vertical.


I


IDENTIDADE VISUAL Conjunto de elementos visuais (cores, figurinos, maquiagens, enquadramentos, cenários) que dialogam entre si e criam a unidade estética da obra audiovisual.


ILHA DE EDIÇÃO Conjunto de equipamentos (computadores com softwares específicos) utilizados na edição (montagem) de um filme.


INSERT É a inserção de uma imagem que enfatiza algum acontecimento específico em uma cena maior. Exemplo: Um homem caminha pela cozinha. Pára diante da geladeira. Aproxima o rosto da porta da geladeira. INSERT: Preso a um ímã há um bilhete.


INTERIOR Termo utilizado para definir o ambiente em que se passa uma cena. Nesse caso, a cena acontece num local interno. Utiliza-se normalmente a abreviação INT.


K


KINESCOPIA Processo inverso à Telecinagem. Passagem do filme do formato digital para a película de cinema. Também chamado de Transfer.


L


LÂMPADA INCANDESCENTE Inventada em 1879 por Thomas Edison. Parte importante nos projetores cinematográficos. É um dispositivo eléctrico que transforma energia eléctrica em energia luminosa e energia térmica.


LENTE Equipamento utilizado para captar e exibir imagens utilizando princípios óticos. Seu formato interfere diretamente na qualidade da imagem captada ou exibida.


LOCAÇÃO Local, que não seja um estúdio, previamente escolhido para filmar uma ou mais cenas do roteiro.


LOCUÇÃO EM OFF Texto narrado que acompanha alguma ação de um filme, pronunciado por um locutor ou um personagem que não está em cena. Também é chamada de narração em off, voz off ou simplesmente off ou voz over (VO).


LONGA-METRAGEM Filme com duração superior a 70 minutos.


LUZ ARTIFICIAL Luz proveniente de refletores ou qualquer outra fonte elétrica.


LUZ DIFUSA Também chamada de luz suave. É a luz que incide sobre um objeto proveniente de uma fonte ampla, esparsa. Gera poucas sombras. Exemplo: Luz de um dia nublado.


LUZ DURA É a luz que incide sobre um objeto proveniente de uma fonte bem definida. Gera sombras bastante marcadas. Exemplo: Luz do sol.


LUZ NATURAL Luz que não é gerada por fontes artificiais. Exemplo: Luz do dia.


M


MAQUIADOR Membro da equipe de arte responsável pela maquiagem do elenco. Seu trabalho vai da maquiagem mais simples até a construção de sofisticados efeitos visuais.


MARCAÇÃO DE LUZ Tratamento da imagem (cor e luz) realizado pelo diretor de fotografia numa cópia do filme durante a pós produção.


MICROFONISTA Técnico da área de som que opera o Boom e os microfones.


MEDIA-METRAGEM Filme com duração superior 30 e inferior a 70 minutos. A ANCINE, algumas mostras, festivais e editais consideram o média-metragem como um filme de duração superior a 15 minutos e inferior a 70 minutos.


MOSTRAS DE CINEMA Programas de exibição de filmes. Podem ser temáticas (como a retrospectiva de um cineasta ou o retrato de uma época) e normalmente não possuem caráter competitivo.


MOVIOLA Máquina usada para a montagem de filmes diretamente na película. Pouco utilizada nos dias de hoje.


MUTOSCÓPIO Inventada em 1894 pelo americano Herman Casler. A máquina utilizava cartões impressos. Os cartões passavam diante dos olhos, fazendo a figura mover-se. Geralmente eram cenas eróticas; e ostentavam o cartaz "O que foi que o mordomo viu?"


N


NARRATIVA Exposição de uma série de acontecimentos encadeados, reais ou imaginários, utilizando palavras ou imagens.


NEGATIVO DE IMAGEM Película contendo imagens impressas, que passará pelo processo de revelação.


NEGATIVO ÓTICO Negativo onde fica impresso o som.


NICKELODEONS Salas de exibição surgidas nos EUA em 1905. “Nickel” é o equivalente a 5 centavos de dólar americano. Este era o preço da entrada. “Odeon” significa teatro em Grego. Eram locais rústicos e abafados onde o divertimento barato era a principal atração para as classes trabalhadoras e para os milhares de imigrantes que entravam todos os anos nos EUA.


NOITE AMERICANA Técnica de iluminação que cria um efeito noturno numa filmagem realizada durante o dia através do uso de filtros.


O


OBJETO DE CENA Todos os objetos utilizados para compor e decorar um cenário. Exemplo: garrafas de bebida, cinzeiros, vasos, etc.


OBTURADOR Peça da câmera e do projetor de cinema. Consiste numa chapa metálica recortada que controla a incidência da luz sobre a película.


OPERADOR DE VIDEO ASSIST É o assistente de câmera responsável pela operação do monitor de vídeo utilizado para visualização das imagens capturadas durante a filmagem.


ORDEM DO DIA Documento que contém o cronograma diário (horários, cenas de que serão filmadas e em que ordem, elenco e equipe) e todas as informações necessárias para organizar cada dia de filmagem.


P


PALHETA DE COR Conjunto de cores definidas como guia pelo diretor, pelo diretor de fotografia e pelo diretor de arte para criar a identidade visual da obra.


PANORÂMICA Movimento de girar a câmera sobre seu próprio eixo, da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, sempre em sentido horizontal.


PELÍCULA Material de que é feito o rolo de filme para a impressão da imagem na câmera de cinema.


PLANO 1 A menor parte da obra audiovisual, cada fragmento a ser filmado. Um plano é o espaço de imagem gravada entre os atos de disparar e interromper a gravação de uma câmera. 2 Perspectiva visual dentro da imagem, mais próxima ou mais distante do ponto vista da câmera.


PLANO DE PRODUÇÃO Definição das datas de todas as etapas da realização do filme.


PLANO AMERICANO Plano que enquadra o personagem da altura dos joelhos para cima.


PLANO DE CONJUNTO Plano que mostra um grupo de personagens.


PLANO DETALHE Plano bastante fechado, que enquadra detalhes de personagens ou objetos. Exemplo: O olho do personagem, a mão do personagem, o relógio do personagem, etc.


PLANO GERAL 1 Plano que enquadra grandes dimensões, vastas paisagens (desertas ou com alguns personagens), grande número de pessoas. 2 Plano que enquadra um ou mais personagens de longe, inseridos no conjunto do cenário que compõe a cena.


PLANO MÉDIO Plano que mostra o personagem de corpo inteiro.


PLANO SEQUÊNCIA Imagem captada em seqüência, sem cortes. Exemplo: Festim Diabólico (Rope), de Alfred Hitchcock e A Marca da Maldade (Touch of Evil), de Orson Welles.


PLONGÉE Palavra francesa que literalmente significa “mergulho”. A posição da câmera filma os acontecimentos de cima para baixo.


PRAXINOSCÓPIO Inventado em 1877 por Émile Reynaud. É um aparelho que projeta na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento. O invento recebe uma menção honrosa na exposição de Paris de 1878. A partir de 1880, Reynaud efetua algumas apresentações públicas do seu evento. Em 1892, inicia a exploração comercial das projeções no Museu Grevin, de Paris. Suas "Pantominas Luminosas" foram vistas por mais de meio milhão pessoas, entre 1892 e 1895.


PRIMEIRO PLANO 1 Plano que enquadra o personagem da cintura para cima. 2 Posição ocupada por uma pessoa ou objeto mais próximo da câmera com relação aos demais elementos que compõe o quadro.


PRIMEIRÍSSIMO PLANO Plano que enquadra apenas o rosto de uma figura humana.


PRODUTOR DE ARTE Membro da equipe de arte responsável pela produção do departamento de arte: administra o orçamento, contrata técnicos e organiza o cronograma de trabalho de seu departamento.


PRODUTOR DE OBJETOS Membro da equipe de arte responsável pela pesquisa, aluguéis e empréstimos dos objetos de cena utilizados na obra audiovisual.


R


ROAD MOVIE Filme em que a história se desenvolve, normalmente, na estrada, com personagens em trânsito.


ROTEIRO Peça escrita que contém a história, a descrição das cenas e os diálogos do filme ou de qualquer outra obra audiovisual.


ROTEIRO FINAL Último tratamento do roteiro. Texto aprovado entregue para a equipe para o início do trabalho.


RUBRICA Descrição dos lugares, dos personagens, dos objetos e das ações num roteiro cinematográfico.


S


SINCRONISMO Simultaneidade precisa entre imagem e som no filme. Exemplo: Em um diálogo é necessário que as palavras ditas pelos personagens estejam no tempo exato de seus movimentos labiais. Também chamado de sinc.


SEQUÊNCIA Conjunto de cenas onde é desenvolvida uma mesma história/situação. Exemplo: Em um filme a sequência do casamento pode ser formada por uma cena no carro da noiva (pouco antes do casamento), uma cena dentro na igreja (durante o casamento) e uma cena fora da igreja (pouco depois do casamento).


SET Espaço reservado para a realização das filmagens.


SHOT Termo em inglês para plano.


SINOPSE Breve texto que resume a história do filme, contendo o início, o meio e o fim.


SOM DIRETO Processo de captação do som em tempo real, enquanto a cena está sendo filmada.


SOM ÓTICO Registro sonoro feito pela conversão das modulações do som em uma imagem fotográfica que é reconvertida em modulações sonoras.


SLOW MOTION Câmera lenta.


STORYBOARD Conjunto de desenhos ou fotos que ilustram cada plano da cena a ser filmada. É planejado pelo diretor do filme, mas pode ser realizado por um desenhista profissional.


STORY-LINE Síntese da história de um roteiro em uma ou duas frases curtas. Esta frase deve conter a idéia central, a essência da história.


SUPER 8 Película cinematográfica com largura de 8mm.


T


TAKE Tomada. Começa no momento em que a câmera é disparada para gravar e termina no momento em que a câmera pára de gravar.


TÉCNICO DE EFEITOS ESPECIAIS Profissional especializado responsável pela realização dos efeitos especiais durante as filmagens. Exemplo: tiros, explosões, fogo, chuva, etc.


TELECINE Processo de transferência do material captado em película para suporte digital.


THAUMATRÓPIO Inventado por Willian Fitton em 1825. O aparelho era um disco de papelão onde em um lado havia o desenho de uma gaiola e no outro o de um passarinho. Ao fazê-lo rodar sobre um fio esticado, as duas imagens fundiam-se dando a impressão de que o pássaro estava dentro da gaiola.


TIME CODE É utilizado para registrar a localização de cada fotograma do filme para sincronizar o som.


TILT Movimento de erguer ou baixar a câmera sobre seu próprio eixo. É sempre realizado no sentido vertical.


TOMADA Take. Começa no momento em que a câmera é disparada para gravar e termina no momento em que a câmera pára de gravar.


TRANSFER processo de transferência de imagens do formato digital para a película cinematográfica.


TRANSIÇÃO Passagem de um plano para outro plano e de uma cena para outra cena.


TRAVELLING Movimento físico da câmera que se desloca no espaço. O movimento pode ser realizado com a ajuda de um carrinho, de trilhos, ou pela mão do operador.


TRILHEIRO Responsável pela composição e/ou compilação da trilha sonora de uma obra audiovisual.


V


VARRIDO Movimento rápido da câmera, mudando a imagem de lugar rapidamente. Também chamado de chicote.


Z


ZOOM-IN Aumento na distância focal da lente da câmera durante a captação. O zoom-in causa no espectador a impressão de aproximar-se do objeto que está sendo filmado.


ZOOM-OUT Diminuição da distância focal da lente durante a captação. O zoom-out causa no espectador a impressão de afastar-se do objeto que está sendo filmado.


ZOOPRAXINOSCÓPIO Inventado em 1872 por Eadweard Muybridge. O aparelho era composto de 24 máquinas fotográficas postadas em intervalos regulares ao longo de uma pista de corrida. Com a passagem do cavalo, fios eram rompidos, desencadeando disparos sucessivo que decompõem o movimento do animal em fotogramas. O experimento prova que há um momento em que nenhuma das patas toca o solo. É a origem da fotografia em série.


ZOOTRÓPIO Inventado em 1833 por Willian George Horner. Trata-se de um tambor giratório com frestas em toda a sua circunferência. Em seu interior, montavam-se seqüências de imagens produzidas em tiras de papel, de modo que cada imagem estivesse posicionada do lado oposto a uma fresta. Ao girar o tambor, olhando através das aberturas, assiste-se ao movimento.




quarta-feira, 28 de outubro de 2009

SET DE FILMAGEM


SET DE FILMAGEM

RED ONE

Luz de Cinema

Por Julio Xavier

Não sei por que ainda existe no meio publicitário, um preconceito inexplicado pelo uso do video. Coisa de país subdesenvolvido. Muitos do publicitários que assitiram a filmes como Colateral, ou Pequenos Espiões 1,2 e 3 sequer desconfiaram que foram gravados e não filmados. Isso há quantos anos atrás.

Hoje já temos no Brasil tecnologia mais moderna ainda, como a câmera digital RED equipada com lentes de cinema. Leiam este texto curioso, de 2007, a respeito da RED escrito por Fernando Caprio.

camera-red-final.jpg

“Não sei se vocês já ouviram falar da Red One. A Red One é uma câmera de filmar que está sendo desenvolvida e promete resoluções HD absurdas, de 4,520 x 2540 pixels por 17.5 mil dólares. Desde que essa notícia surgiu na Internet, já aconteceu de tudo. Primeiro o protótipo foi roubado e foi oferecida uma recompensa de $100.000 para quem “achasse” e devolvesse. O mesmo foi então recuperado. Apenas recentemente, no entanto, foram divulgadas do que parece ser a versão final da câmera. Em uma conferência na NAB (National Association of Broadcasters), eles fizeram uma demonstração de um vídeo filmado com a tão famosa câmera. Esse vídeo foi disponibilizado na Internet com 1/4 da resolução. Vale apena dar uma olhada, pois a qualidade é incrível”

Acabo de dirigir para a Novagência a segunda leva de cinco filmes para o DETRAN de Goiás, feitos com essa câmera (entram no ar na próxima semana) fotografados pelo Walter Carvalho, com luz moderna e textura de película. Aliás ele também fotografou com a mesma camera o especial RIOBALDO E DIADORIM dirigido por Willy Biondani exibido recentemente pela TV Record.

ESCOLA DE CINEMA CUBANA

ESCOLA DE CINEMA DE CUBA

SELEÇÃO DE ESTUDANTES BRASILEIROS
PARA A ESCOLA INTERNACIONAL
DE CINEMA E TV DE CUBA

Anualmente ocorrem no Brasil, em locais previamente
divulgados, os exames de seleção para o curso regular
da Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio
de los Baños, Cuba.

Os candidatos brasileiros selecionados se
integrarão a um grupo multinacional de estudantes
da América Latina, Caribe, Estados Unidos e
Comunidade Européia.

Condições exigidas dos candidatos:

1) Nacionalidade brasileira.
2) Idade entre 22 e 28 anos.
3) Ter concluído pelo menos dois anos de estudos
universitários.
4) Responder às três provas escritas e, os aprovados
na prova escrita, à entrevista oral.
5) Conhecimentos de espanhol.
6) Os candidatos de todas as especializações deverão
apresentar materiais em cinema, vídeo, fotografia ou
artes gráficas nos que tenha participado como
realizador ou membro da equipe de produção; assim
como roteiros, trabalhos escritos, ensaios, publicações
que tenha produzido e que exprimam a sua sensibilidade
literária, consistência intelectual e cultura geral.
Os candidatos de Roteiro deverão apresentar
qualquer
material escrito (publicado ou inédito) ilustrativo
da
sua capacidade narrativa (roteiro, novela, conto,
etc). Os candidatos de Fotografia deverão apresentar
algum trabalho em foto fixa.
7) Pagamento da taxa de inscrição,

Os Exames:

A Escola Internacional de Cinema e TV oferece sete
especializações - Produção, Roteiro, Direção,
Fotografia, Documentário, Som e Edição - e os
candidatos devem optar por duas destas
especializações.

Em Belo Horizonte, o exame é realizado há seis anos
consecutivos.

Cada candidato responde as 3 provas escritas: uma
prova de conhecimentos gerais e duas provas
correspondentes às duas especializações que
escolheu.
Os candidatos aprovados nas provas escritas são
entrevistados no dia seguinte pela comissão
julgadora,
que realiza uma pré-seleção indicando os melhores
candidatos para cada especialização. O Conselho
Docente da EICTV, sediado em Cuba, faz a seleção
final.

A matrícula para os dois anos custou, em 2003, doze mil
dólares
(no primeiro ano cinco mil dólares e no segundo ano
sete mil dólares). A forma de pagamento do primeiro
ano é a vista (em setembro) ou em duas parcelas
(setembro e fevereiro).

Os estudantes que ingressam ao curso regular tem
direito a hospedagem em quartos individuais,
alimentação, transporte entre Havana e San Antonio
de
los Baños, assistência médica primária e de
emergência, material escolar e produção integral dos
trabalhos em cinema e vídeo.

As inscrições para os exames em Belo Horizonte podem
ser feitas pelo telefone (31)
3277-4869, pelo e-mail
provadecubabh2003@yahoo.com.br

CORAÇÃO VAGABUNDO

Por Leonardo Freitas

Em 2006, durante a turnê do álbum “A Foreign Sound”(único do cantor em inglês), o diretor Fernando Grostein Andrade documentou a passagem de Caetano Veloso por países como Brasil, Estados Unidos e Japão. A ideia era fazer um grande making of, porém o material bruto resultou em 57 horas de gravação e o resultado dessa edição pode ser conferido em Coração Vagabundo (2009), que estreia no país dia 24 de julho.

Revelando a intimidade do cantor e compositor baiano, o documentário acompanha incessantemente o músico durante a visita a cidades como São Paulo, Nova York, Tóquio e Kyoto, além de contar com a participação de cineastas como Pedro Almodóvar e Michelangelo Antonioni, da modelo Gisele Bündchen, da atriz Regina Casé e do músico escocês David Byrne.
coracao
Produzido por Paula Lavigne e Raul Doria, Coração Vagabundo se concentra em mostrar o reconhecimento de Caetano Veloso no exterior, dando margem para criar uma maior proximidade com sua vida íntima e profissional.

Percorrendo ruas e lugares dos países pelos quais passou, desvendamos certas curiosidades dessas culturas ao mesmo tempo em que suas declarações tocam em diversos temas, como cinema, MPB e a fama – tanto nacional como internacional. Inclusive, isso é visto nas pessoas que cruzam seu caminho fora do Brasil, reconhecendo-o pela sua importância histórica musical, seja nas ruas de Nova York ou, até mesmo, em um templo budista no Japão.
coracao 01
Com seu jeito naturalmente humilde, calmo e elegante, o filme é um deleite para os ouvidos, em que acompanhamos Caetano cantando em inglês, espanhol e italiano, sendo entrevistado por emissoras norte-americanas e se apresentando em locais como o Carnegie Hall, na qual dividiu o palco com David Byrne, grande admirador não só de Caetano, mas da música brasileira em si.

A intimidade com a ex-mulher Paula Lavigne também é retratada, exibindo um Caetano bem-humorado, brincalhão, com uma alma quase infantil algumas vezes. Tais registros são, em certos momentos, tomados por períodos de melancolia do artista, que interage boa parte do tempo com diretor e câmera, quase como um bate-papo com os espectadores. À vontade, Caetano discorre de assuntos mais complexos, como a impressão que as pessoas têm dele, de imaginarem que vão encontrar uma estrela inatingível quando, na verdade, ele é apenas um cara comum.

Mas o ponto principal do filme, acredito, é tratar da música (seja ela brasileira ou não) em relação ao mundo e ao próprio Brasil. Em uma declaração polêmica, Caetano afirma, por exemplo, que a música norte-americana é a mais importante do século 20. A declaração lhe rendeu uma crítica formal do músico Hermeto Pascoal, que discordou completamente de sua opinião.

Recheado de canções como “Proibido proibir”, “Michelangelo Antonioni” (música em italiano que Caetano dedicou ao cineasta), “O estrangeiro” e “Terra”, o filme conta com as internacionais “Blue skies”, “If it´s Magic”, “So in Love”, “Nothing but flowers”, além da canção que dá título ao filme, em versões interessantes e que misturam ritmos musicais como o reggae e pitadas de música eletrônica.
coracao_vagabundo_blog
No entanto, Coração vagabundo perde pontos pela sua câmera frenética, que causa incômodo ao espectador, com imagens tremidas que ultrapassam o suportável. Nos quesitos favoráveis, temos a proximidade com o músico, a escolha musical da trilha e, especialmente, as considerações de Caetano sobre essa não-aceitação dos estrangeiros em relação à música popular brasileira (que existe, mesmo não sendo explicitada no documentário).

Simples, com uma boa edição e musicalmente interessante, Coração Vagabundo merece ser conferido.

4º FESTIVAL DE CINEMA DO PARANÁ


Da esquerda para direita (alto) - Beto Rodrigues da Panda Filmes Distribuidora, Paulo Nascimento (diretor) e Fernanda Moro (atriz) do longa metragem hors concours "Em Teu Nome" , Franc Planas (distribuidor) do curta metragem "Porque Há Coisas Que Nunca Se Esquecem", Claudio Valentinetti (curador) Mostras "Eros Inteligente" e "Pietro Germi", Beto Schultz (diretor) e Dany Olliveira (atriz) do longa "Um Dia de Ontem", Sylvia Abreu (produtora), Fernando Belens (diretor) do longa "Pau Brasil", Monica Rischbieter e Gil Baroni (diretores) do longa "Brasil Santo - Retratos da Fé", Laurinha Delcanale (produtora) do curta "Inverno", Teresa Prata (diretora) do longa "Terra Sonâmbula", Silvio Tendler (diretor) e Fabiana Tendler (produtora) do longa "Utopia e Bárbarie", Thiago Luciano (diretor) e Lucy Ramos (atriz) do longa "Um Dia de Ontem". Da esquerda para direita (baixo) - Pablo Siciliano e Eugenio Lasserre (diretores) do longa "O Bosque", Tonchy Antezana (diretor) do longa "Cemitério dos Elefantes", Daniela Escobar (presidente do Júri de Curtas), Ittala Nandi (realizadora do Festival), Juan Moreno (produtor) do curta "Socarrat", Bertrand Duarte (ator) do longa "Pau Brasil", Felipe Pipo Grytz (produtor trilha sonora) do curta "Monkey Joy, Caco Ciocler (ator) e Marina Previatto (diretora de arte) do longa "Um Dia de Ontem".

FILMES BAIANOS SÃO PREMIADOS NO FESTIVAL DE CINEMA DO PARANÁ

Doido Lelé
Pau Brasil

Duas produções baianas foram contempladas no 4ª Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino.

O longa "Pau Brasil", dirigido por Fernando Beléns, ganhou em três categorias: Melhor Ator (Bertrand Duarte), Melhor Atriz Coadjuvante (Fernanda Belling e Milena Flick) e Melhor Direção de Arte (Moacyr Gramacho).

Já o curta-metragem "Doido Lelé", escrito e dirigido pela jornalista e cineasta Ceci Alves, levou o prêmio de Melhor Ator (Vinícius Nascimento).


Veja a lista completa de vencedores do 4º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino:

Vencedores do prêmio Araucária de Ouro na categoria longa-metragem:

Melhor Direção (R$ 110 mil) – Silvio Tendler, "Utopia e barbárie"

Melhor Filme (R$ 80 mil) – Teresa Prata, "Terra sonâmbula"

Melhor Ator (R$ 8 mil) – Bertrand Duarte, "Pau Brasil"

Melhor Atriz (R$ 8 mil) – Grazia Cesarini Sforza, Marina Cacciotti, Maria Cali e Valeria De Franciscis, "Almoço em agosto"

Melhor Ator Coadjuvante (R$ 5 mil) – Fernando Peredo, "Cemitério de elefantes"

Melhor Atriz Coadjuvante (R$ 5 mil) – Fernanda Belling e Milena Flick, "Pau Brasil"

Melhor Roteiro (R$ 8 mil) – Teresa Prata, "Terra sonâmbula"

Melhor Fotografia (R$ 8 mil) – Pablo Alberti e Pablo Yannielli, "O bosque"

Melhor Direção de Arte (R$ 8 mil) – Moacyr Gramacho, "Pau Brasil"

Melhor Trilha Sonora (R$ 8 mil) – Monica Besser e Felipe Prazeres, "Um dia de ontem"

Melhor Som (R$ 8 mil) - Eugenio Lasserre, "O bosque"

Melhor Montagem (R$ 8 mil) - Bernardo Pimenta, "Utopia e barbárie"


Vencedores do prêmio Araucária de Ouro na categoria curta-metragem

Melhor Direção (R$ 15 mil) – Lucas Figueroa, "Porque há coisas que nunca se esquecem"

Melhor Filme (R$ 10 mil) – Lucas Figueroa, "Porque há coisas que nunca se esquecem"

Melhor Ator (R$ 3 mil) – Vinícius Nascimento, "Doido Lelé"

Melhor Atriz (R$ 3 mil) – Milena Toscano, "Inverno"

Melhor Roteiro (R$ 3 mil) - David Moreno, "Socarrat"

Melhor Fotografia (R$ 3 mil) – Juan Hernández, "Socarrat"

Melhor Montagem (R$ 3 mil) – Lucas Figueroa, "Porque há coisas que nunca se esquecem"

Melhor Direção de Arte (R$ 3 mil) - Lucas Figueroa, "Porque há coisas que nunca se esquecem"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

ENSAIO SOBRE A SEGUEIRA

Cena do filme Ensaio sobre a Segueira

Por Beto Magno

José Saramago, autor laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, vetou inúmeras tentativas de adaptação de sua obra Ensaio Sobre a Cegueira, alegando que "o cinema destrói a imaginação".

O autor português não deixa de ter razão: ao assistir a uma adaptação de qualquer obra para as telas é inevitável que as imagens que você criou em sua mente sob a condução do texto deixem de existir, substituídas pela "realidade" filmada.

Por outro lado, é tentador observar o choque de criações, de visões, entre dois tipos de criadores - o contador de histórias textual e o visual. Ainda mais quando se trata de um cineasta que não teme o estilo e sabe usá-lo, como Fernando Meirelles (Cidade de Deus). Assim, gosto de acreditar que esse foi um dos motivos pelos quais Saramago finalmente cedeu: a curiosidade de ver outro grande talento dando sua visão particular a uma obra pré-existente.

Meirelles não decepciona. O filme Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, 2008) tem visual esmerado, resultado do que aparentam ter sido muitas (e longas) conversas sobre como se representa a cegueira para o público, capaz de ver. A resposta vem em três frentes. Além da direção de Meirelles há a soberba fotografia de César Charlone (que além dos dois mais recentes filmes de Meirelles fez também O Banheiro do Papa) e a edição irretocável e inspiradíssima de Daniel Rezende (Cidade de Deus, Tropa de Elite).

A trama narra uma inexplicável epidemia de cegueira e se passa em grande parte dentro de uma estrutura de confinamento para os que perderam a visão. Nos claustrofóbicos interiores, o Ensaio Sobre a Cegueira do trio vale-se de superexposição, foco e abstracionismo sensível, mas usando apenas variações tonais dessaturadas que levam ao branco, com surpreendente resultado. Nos vazios exteriores do terceiro ato, um amálgama urbano formado por partes de São Paulo e Montevidéu, encontramos outro tipo de contraste e, enfim, o preto - na seqüência mais "cega" do filme, excepcional.

Em uma nota menos positiva, o livro é mais sujo, chafurda, literalmente, mais em excrementos, em degradação. Mas, convenhamos, o filme nem poderia ser tão grotesco. Um violento estupro coletivo, uma imundície física e psicológica, já é suficientemente difícil de ser imaginado. Não precisa de representação gráfica explícita. De qualquer maneira, as situações não são minimizadas, mas sua representação emprega a cinematografia para ficar menos agressiva.

Técnica à parte, o roteiro adaptado por Don McKellar (que também atua como o Ladrão) é bem-sucedido ao manter os principais elementos do difícil livro intactos, sem escorregar para o horror comercial, uma das maiores preocupações de Saramago. Seria muito fácil transformar o livro em um filme de zumbi convencional, já que a obra original, como nas melhores produções do gênio da metáfora social George A. Romero, usa o inexplicável para experimentar com as reações humanas ante a falta de ordem. Ensaio sobre a Cegueira parte dos mesmos princípios, mas oferece vários outros - e o ótimo elenco, liderado por Julianne Moore (a Mulher do Médico) e Mark Ruffalo (o Médico), cuida para deixar a desumanização sob controle. Não há monstros ali, apenas pessoas e seus extremos.

Cabe aqui também uma última defesa do filme, que dividiu a crítica e gerou algumas pérolas incompreensíveis de gente normalmente bastante coerente (o que, particularmente, acho formidável). Para ficar em apenas um caso, um crítico britânico escreveu "não há espaço para a meditação, o que é um desastre para um fime cuja história pede que a sociedade recoste-se, respire e 'veja' o que está fazendo consigo mesma". Bobagem - o tempo de recostar-se já passou. Enérgico, Meirelles joga a merda na cara, e que choraminguem os modorrentos.

domingo, 25 de outubro de 2009

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E TELEJORNALISMO


CURSOS DA CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

1) CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV / TELEJORNALISMO em Salvador (atores, jornalistas, comunicadores em geral) com Rada RezedaConteudo:
Dicção (respiração/voz/fala); Expressão corporal; Memorização e interpretação de textos ;Gravação; Noções sobre set de filmagem, direção de fotografia e mercado de trabalho.No 5º mês de curso é gravado um vídeo com a turma que fará parte do projeto "Baianos que Brilham". INICIO OUTUBRO – toda quarta-feira das 19 as 22h LIGUE :(71) 9167.82742)

2) CURSO DE ROTEIRO em Salvador DIAS: 16,17,18,19 e 20 de Novembro VALOR: R$ 350,00 (2x de R$150,00) A vista R$ 300,00 PROFESSORA: Marlu Chaves (mestre em teledramaturgia) OBS: OS ALUNOS QUE TIVEREM SEUS ROTEIROS PRODUZIDOS EM CURSO APROVADOS PELA PROFESSORA SERÃO CONVOCADOS A ESCREVER PARA O PROGRAMA ABRAKAM QUE ESTRIA EM BREVE NA TV BRASIL. NA ULTIMA TURMA, DE AGOSTO, A PROFESSORA APROVEITOU 2 ALUNOS PARA ESCREVER PARA O ABRAKABAM.

3) CURSO DE PRODUÇÃO E DIREÇÃO PARA TV em Salvador (turma para iniciantes) TURMA PARA A SEGUNDA QUINZENA DE JANEIRO reservas de vagas antecipadamente atraves do mail capescoladetvemsalvador@gmail.com assunto: reserva curso de produção e direção VALOR: R$ 300,00 (a vista R$ 260,00) PROFESSOR: Rada Rezedá e professor convidado da área LIGUE: (71) 9167.82744)

4)CURSO DE LOCUÇÃO em Salvador TURMA PARA A SEGUNDA QUINZENA DE JANEIRO reservas de vagas antecipadamente atraves do mail capescoladetvemsalvador@gmail.com assunto: reserva curso locução VALOR: R$ 300,00 ( a vista R$ 260,00) PROFESSORES: Rada Rezedá e Jai Luna

5) OFICINA PARA CINEGRAFISTA em Salvador (turma para iniciantes) TURMA PARA A SEGUNDA QUINZENA DE JANEIRO reservas de vagas antecipadamenteatraves do mail capescoladetvemsalvador@gmail.com assunto: reserva curso cinegrafista VALOR: R$ 250,00 a vista ou 2x R$ 150,00

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

DO PONTO DE VISTA NA ESTRUTURA DO FILME

Por André Setaro

O ponto de vista adotado pela narrativa fílmica é sempre – e simultaneamente – objetivo e subjetivo, nunca redutível a uma única perspectiva por causa da dupla e concomitante ação realista e irrealista do cinema. O que não exclui, em todo caso, a hipótese de a narrativa abraçar uma ótica em detrimento de outra em relação ao desenvolvimento global da narração. Um filme, portanto, nunca pode narrar um acontecimento inteiramente visto de dentro – a coisa que o romance pode fazer, mas tem a necessidade de recorrer a um ângulo de observação que permita unificar a matéria representada a fim de não gerar confusões de perspectiva. No filme-ensaio (vide Meu tio da América/Mon oncle d’Amerique, 1979), do imenso Alain Resnais, que esteve em cartaz recentemente com Medos privados em lugares públicos (Coeurs), esta ótica se identifica com a do autor que seleciona e ajuíza. No filme de ficção, esta ótica segue o olhar de um dos protagonistas, procurando, no entanto, não se confundir completamente com ele.

A perspectiva da câmera é diferente da do olho humano e, como demonstram inúmeros filmes, a lente pode ocupar o olhar de um gato (Um dia, um gato, filme tcheco no qual, em alguns momentos, tem-se a perspectiva do olhar do gato que vê as pessoas de uma localidade segundo o seu caráter, dando-lhes as cores correspondentes). O objeto focalizado também pode ser totalmente deformado – e, nesse particular, o expressionismo alemão é farto de exemplos – O Gabinete do Dr. Caligari, 1919, de Robert Wiene, Nosferatu, o vampiro, 1922, de Friedrich Murnau, etc. Em Cidadão Kane, 1941, de Orson Welles, filme com forte influência expressionista, o cineasta usa tetos baixos para dar uma dimensão insólita aos personagens e, na sequência do palácio de Xanadu, Susan Alexander, a mulher de Kane, é vista em pequena silhueta diante de uma gigantesca lareira. Dentro da mesma obra, um jogo tipo quebra-cabeça – um puzzle que, no final das contas, é a própria chave para a compreensão da obra – tem suas peças em dimensão enorme. Welles, nestes casos, deforma os objetos com a lente com um propósito estético contextual.

Henri Angel, ensaísta francês, acha que o ponto de vista de um filme deve ser sempre o que é adotado pelo cineasta, quer este decida ver o mundo através dos olhos de um dos protagonistas, quer decida manter-se o mais possível exterior à ação narrada. Um caso de identificação autor-personagem é representado por O deserto vermelho (Il deserto rosso, 1964), de Antonioni, onde a realidade é vista pela câmera não como efetivamente é mas como se apresenta aos olhos do protagonista.

Outro caso de identificação autor-personagem está representado em Repulsa ao sexo (Repulsion, 65), de Roman Polansky, onde os pesadelos da protagonista (Catherine Deneuve), apresentados como objetivos, não são mais que o fruto da personagem psicopata, uma manicure sexualmente reprimida que se isola em seu apartamento e vai enlouquecendo.
No polo oposto situam-se, pela sua objetividade extrema, filmes como Nashville, de Altman, uma crônica de cinco dias da vida de uma cidade no Tennessee, Nashville, na hora do show business e de uma campanha eleitoral que serve como um testemunho à beira do desespero sobre os Estados Unidos contemporâneos. Também Lancelot, de Robert Bresson, e Nicht Versohnt, 65, de Jean-Marie Straub, obras centradas numa radical objetividade e construídas de modo a esvaziar qualquer identificação personagem-espectador e, também, redutíveis ao ponto de vista exclusivo do realizador onisciente.

Existem também filmes nos quais os pontos de vista são contraditórios ou contrastantes entre si. Rashomon, 1950, de Akira Kurosawa, filme que projetou o cinema japonês no mercado internacional, é um exemplo bem marcante. A fábula se passa no século XV numa floresta perto de Tóquio, quando um bandido afirma que matou um samurai depois de violentar a mulher dele. A mulher, porém, diz que foi ela quem matou seu próprio marido. Surge, então, a alma do morto que conta a todos, estupefatos, como se suicidou. Mas um açougueiro que a tudo ouvia, dá uma quarta versão. Em Rashomon, portanto, são fornecidos três pontos de vista diferentes do mesmo fato, todos igualmente espectáveis, até emergir deles um quarto que é o verdadeiro.

Há o caso de a ação ser contada por um morto que relata do além a sua história trágica – não existem nem realizador oculto nem personagem visível. É o que acontece em Crepúsculo dos deuses (Sunset Boulevard, 1950), de Billy Wilder, no qual o encenador protagonista conta da sua situação de defunto, o como e porque de sua morte devida à atriz famosa da qual tinha sido hóspede. A ex-estrela é Glória Swanson que, vivendo esquecida num suntuoso palácio antiquado de Hollywood, acompanhada de seu fiel criado (Erich von Stroheim), contrata um roteirista fracassado que se torna seu amante e que ela mata quando ele se recusa a continuar a relação.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

ATORES NO ESTUDIO DA CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Talis Castro, (Ator) Rada Rezedá (Diretora da Cap Escola de Tv em Salvador, Rafa Medrado (Ator "Os Cafajestes") e Ewerton Matos ( Ator, Locutor da Globo FM)

NOVA OFICINA


A nova Oficina Elementos de Apreciação Cinematográfica, por circunstâncias alheias à vontade de seu organizador (o autor deste blog), tem seu início adiado para 4 de novembro. Com isso, o seu término fica marcado para 16 de dezembro, mas, para não entrar nas festas de fim de ano, a última aula, a oitava, fica para o dia seguinte, 17. Excetuando-se esta, todas as aulas devem ser realizadas às quartas, das 20 às 22 horas, na EngenhArt, molduraria que fica localizada na rua da Paciência, perto do Largo de Santana, bairro do Rio Vermelho. Para a efetivação das inscrições, os interessados devem fazer um depósito de 250,00 (duzentos e cinquenta reais) na conta 648.427-1, agência 3457-6, Banco do Brasil, em nome de ANDRÉ OLIVIERI SETARO.

FICÇÃO NO SERTÃO DA BAHIA

"A LENDA DA LAGOA VERMELHA"

Tive a oportunidade de estar presente no lançamento do curta-metragem “A Lenda da Lagoa Vermelha” do diretor baiano Eutímio Carvalho (mais conhecido como o Zé do Caixão do Sertão) que ocorrida no dia 23/05 às 20:00 horas na Sala Walter da Silveira nos Barris. O filme que é uma produção do próprio Eutímio e do Produtor Cinematógrafico Jorge Mello (JM) do Pólo de Cinema da Bahia, tem aproximadamente 30 minutos e conta em seu elenco com o ator pernambucano Jorge Baía, os atores baianos Ed Almeida (Almeidinha), Arinaldo Silva e o próprio Eutímio Carvalho.Sinopse: Dois irmãos saem para caçar em pleno sertão baiano sem levar em conta o aviso da mãe sobre uma lenda da região que diz que não se deve caçar no mês de agosto.
No caminho, se perdem e começam a perceber que terão de lutar muito por suas vidas.

Ficha Técnica:

Direção: Eutímio Carvalho
Roteiro: Eutímio Carvalho e Luiz Augusto
Argumento: Eutímio Carvalho (baseado em lenda popular)
Produção: Eutímio Carvalho e Jorge Mello (JM)
Fotografia e Câmera: Walter Freire Casting: 4-0-2 Produções Artísticas
Onde: Sala Walter da Silveira Dia: 23/05 (quarta-feira) Hora: 20:00 Entrada Franca (Projeto Quartas Baianas) Duda Falcão Produtor de Elenco.

sábado, 17 de outubro de 2009

ZUZU ANGEL


Zuzu Angel

Direção: Sérgio Rezende

por Livia de Almeida Nascimento

Zuzu Angel foi sem dúvida uma daquelas mulheres fortes que marcam toda uma geração. Sua história envolve fatos políticos graves e ela pôde, mediante o sumiço do filho, usar seu trabalho para combater problemas que todo brasileiro desejaria não ter. Não é difícil perceber então como pôr na telona parte da biografia de alguém que se destaca é algo delicado, devendo ser cuidadosamente estudado para que não falte credibilidade no filme. Toda a pesquisa é essencial e os demais aspectos cinematográficos devem estar em sincronia, porém como o que mais aparece é o que os atores defendem em cena, atenção especial deve ser dada à humanização dos fatos frente às câmeras.
Na maior parte do tempo, o que constrói o suspense de Zuzu Angel é a trilha sonora, não a atuação. Só vemos Patrícia Pilar de fato quando Zuzu se exalta, mas infelizmente antes disso os diálogos são construídos demais, faltando emoção à maioria dos personagens. Daniel de Oliveira também só aparece como Stuart ao chorar dizendo que Sônia foi presa, enquando Leandra Leal faz seu papel de forma expressiva desde antes, contrastando com o namorado. Quem se destaca nesse meio é Alexandre Borges, que imprime no advogado Fraga a paixão que não foi instruída ou permitida aos atores e que falta, por exemplo, na cena em que Zuzu pega o microfone no avião para falar do filho. Aliás, inclusive entre os dois isso é bem perceptível: no baile, Fraga é tão mais convincente que mesmo quando avisa que vai falar de Stuart, o espectador fica vidrado nele, enquanto é a expressão facil de Zuzu que muda.

O roteiro é bom, mas Zuzu declarar o que escreve de forma forçada para a câmera já indica que há ali uma dose extra de intenção dramática. Parece funcionar como um risco mal calculado, pois ilude o espectador a esperar ver a mesma intensidade ao longo do filme. Falta informação visual também, como quando vemos que na construção da trama, Zuzu vai em apenas dois lugares à procura do filho e isso basta para que ela tome providências maiores, alegando que a “todos os lugares” que vai, não encontra Stuart.

Há ainda escolhas duvidosas, como a imagem da água descendo pela mão de Zuzu, que toma banho ao saber da morte do filho, tornando visualmente bonita uma cena de total tortura para a personagem. Porém, há boas sacadas, como a presença de Elke Maravilha cantando em alemão, sendo observada por Luanna Piovanni, que interpreta seu papel Ou o desfile em que todas as modelos estão de branco, enquanto Zuzu aparece de preto. Isso, no entanto, tem cara de ter sido uma verdade bem bolada por ela, mais do que idéia de cinema. Além disso, a música nessa hora não é tão bem vinda, e o silêncio presente em outras partes do filme seria melhor nessa cena.
A equipe é experiente em cinema, e os mais de 40 cenários do filme estão bem representados, sendo parte gravado em Juiz de Fora (MG), aproveitando por exemplo a locação da UFJF para construção de vários espaços. O figurino e a maquiagem tiveram grande base de pesquisa no próprio trabalho de Zuzu, prato cheio que colaborou imensamente para a estética do filme, culminando em reuniões entre Sérgio, o produtor Joaquim Vaz Pereira, a figurinista Kika Lopes e o diretor de arte Marcos Flaksman para pensar visualmente o roteiro. Patrícia Pillar conta que aprendeu a costurar, ficando em Juiz de Fora direto para aprofundar a personagem, estudá-la e talvez racionalizá-la até demais. Sérgio pretendia contar a história de mãe e filho, mas só entendemos isso assistindo ao Making Of, pois o foco a todo momento parece ser Zuzu. O Extra do DVD acrescenta qualidade ao trabalho pelo cumprimento simples de sua função, apresentando entrevistas, cenas espontâneas de gravação, fotos e um mosaico com a imagem dos atores, de onde cada um fala um pouco.

Uma história forte, com bons atores e texto, mas que é mostrada de forma quase artificial, onde o potencial criativo do elenco não parece ter sido explorado. É como se Sérgio tivesse que ser lembrado do valor dos atores, cedendo espaço a eles mais do que realmente dirigindo a cena. Mesmo sutilidades e ironias de seu roteiro junto com Marcos Bernstein passam por vezes desapercebidas pelas falhas de sensibilidade ao fazer o filme. Zuzu Angel provavelmente foi mais forte em vida do que na sua representação, assim como fica no ar que a leitura em grupo com todo o elenco antes da filmagem tem grande chance de ter sido dramaticamente melhor do que o resultado final.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

EXPRESSO BAIANO

Esse é o Caminhão que transporta os Equipamentos Cinematográficos da equipe do Expresso Baiano...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Rada Rezedá e alunos da Cap Escola de Tv em Salvador

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR oferece os cursos:

1) CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E CINEMA EM SALVADOR

2) CURSO DE TELEJORNALISMO EM SALVADOR

3) CURSO DE LOCUÇÃO EM SALVADOR

4) CURSO PARA CINEGRAFISTA EM SALVADOR

5) CURSO DE ROTEIRO EM SALVADOR

ESSSES CURSOS PARA TV ESTÃO COM MATRICULAS ABERTAS PARA 2010.
CURSO PARA APRESENTAÇÃO EM AUDITÓRIO EM SALVADOR

CURSO DE INTERPRETAÇÃO PARA TV E CINEMA EM SALVADOR

CURSO DE TELEJORNALISMO EM SALVADOR

CURSO DE LOCUÇÃO EM SALVADOR

CURSO PARA CINEGRAFISTA EM SALVADOR

CURSO DE ROTEIRO EM SALVADOR

OS TELEFONES DA CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR SÃO:(71) 9167.8274 / 8774.8870 / 4102.6852 ou 8142.4182OU PODE ENVIAR UM MAIL: capescoladetvemsalvador@gmail.com

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Tuna e Cajaíba, "o fazendeiro do ar"


Tuna Espinheira no Museu Cajáiba em Vitória da Conquista

Por André setaro

Tuna Espinheira, cineasta baiano, realizador de Cascalho, seu primeiro longa, e mais de duas dezenas de curtas, acaba de voltar de Vitória da Conquista, cidade interiorana da Bahia que realiza todos os anos, nesta época, um exitoso festival de cinema. Tuna não perde tempo e está sempre antenado com as últimas da cinematografia. Ele me informou que O cisne também morre, filme de 1982 que assinala sua primeira incursão no terreno ficcional, foi encontrado. Digo isso, porque, modéstia à parte, tive a honra de ser um dos atores do filme. Vou transcrever, aqui, a mensagem que recebi do realizador.
"Velho, (sim estou velho, pois a fazer, hoje, 59 primaveras - nota de AS)
"Estive na V Mostra Conquista de Cinema, aproveitei para visitar o museu ao ar livre, concebido, trabalhado, pelo artista plástico, CAJAIBA. Nesta foto estou à beira do túmulo do próprio Cajaiba. Ele conseguiu ser enterrado no cenário em que sempre expos as suas esculturas. Outrora foi um ponto de grande afluxo de visitantes, turistas,artistas, gente das mais variadas espécies. Hoje sobrevive a duras penas, à mercê do abandono do poder público, resistindo graças a dois dos seus filhos, abnegados, cuidando, como podem, daquelas peças, um mostruario de vultos históricos, em tamanho natural, esculpidos em cimento e ferro.
Estou recuperando o filme que fiz, décadas atrás, quando ainda vivia o escultor. Com a parceria dos fotografos, Carlos Rizério (hoje morando em Conquista) e Claude Santos e mais um grupo da comunidade conquistense, planejamos, em tempo, o mais breve possivel, fazer uma exibição, no próprio local, do filme, Cajaiba... Lição de Coisas... O Fazendeiro do AR. A idéia é chamar a atenção sobre o sítio artístico ao Deus dará, com o objetivor de recuperar os estragos imposto pelo tempo e abandono. Caso o referido filme possa vir a ajudar neste sentido, teremos uma cinematografica chance de brindar este acontecimento."
CAJAÍBA, LIÇÃO DAS COISAS...O FAZENDEIRO DO AR foi fotografadopor Antonio Luis Mendes Soares. Roteiro, Montagem, Direção, Tuna Espinheira. Narração de Fernando Coni Campos. Ano de produção: 1976. P&B. 13m.
Forte abraço, Tuna

ARGUEIRO VELOSO PRODUTORES ASSOCIADOS

Chico Argueiro e Xeno Veloso (Expresso Baiano)

PONTO DE VISTA

Beto Magno e Xeno Veloso

CAP ESCOLA DE TV EM SALVADOR

Por Serge Daney


2 de Dezembro 1989 – Velho princípio da “nossa” cinefilia: o ponto de vista. Para mim, o ponto de vista é precisamente o que vem no lugar de um corpo que é elidido na imagem, o que pode ser visto do ponto cego. O ponto de vista refere-se ao que pode ser visto por um personagem que estaria sempre no lugar da câmera. Persistir com esse ponto de vista diretamente significa confrontar problemas de mise en scène (desde que haja imagens proibidas, o que não seria consistente com o ponto de vista único). A questão do “ponto de vista” vem para perguntar quem está olhando. Quem é o personagem adicional? Por exemplo, no filme de Depardon, outro guarda, o guarda “que saberia”. O cinema do ponto de vista único está desaparecendo/ausentando-se (em ambos sentidos do termo) em sua (mística, pictória) relação com o “real”. Ele abole a si mesmo. Ele nunca teve muito sucesso, visto que confisca para si mesmo o imaginário (e priva a audiência disto: Antonioni, Depardon). Obsessivo.


O cinema do ponto de vista duplo é o cinema popular por excelência, visto que este acampa firmemente entre o plano e o contraplano (leia o livro de Warren), bancando o “pequeno objeto a” ( petit objet a) entre dois objetos capturados numa luta de forças (veja minha velha idéia sobre Tubarão: o tubarão e a perna da criança). É popular porque cria uma identificação vertiginosa entre dois pólos: ativo/passivo, caçador/caça, torturador/vítima, etc. Histeria.


Isto deixa o cinema com n pontos de vista; no fim, é isso o mais importante. Algumas vezes é popular, mas não necessariamente. Ele tem que brincar/fazer malabarismo com a paranóia, a lei, a loucura. Não consigo imaginar um filme melhor que The Night of the Hunter nessa categoria, a categoria da polifonia, do carnaval (talvez junto com Ivan o Terrível, 2001, alguns filmes de Ford).




Tiebreak (set de desempate): o cinema sem nenhum ponto de vista é possível? Não. Nós teríamos que analisar televisão não com metáforas visuais mas táteis (“ponto de toque”, acolchoamento tátil) e proxêmica1.



23 Julho 1988 – DEMY (tv). O fim de Duas Garotas Românticas. Estúpido, devastado, emoção definitiva. Uma emoção tão forte que tudo que eu sempre pensei – e escrevi – sobre Demy continua verdadeiro. Um cineasta difícil, não completamente sentimental, mórbido e alegre.



Só uma “idéia”. Melancolia não é nostalgia. O mundo de Demy (o meu também, suponho) é melancolia instantânea. Não há mundo perdido, nenhum ideal que se foi, nenhum estado prévio pelo qual nos lamentamos. Pela simples razão (perversion oblige 2) que não queremos saber nada desse mundo “do qual viemos” (mais aliança do que parentesco, etc). Melancolia é instantânea como uma sombra. Coisas se tornam melancólicas imediatamente, graças à música e à música do diálogo. É a boa disposição ( good mood) com a qual os personagens falham em tudo (exceto talvez no essencial) que é terrível e comovente ao mesmo tempo. Um não falha nas coisas porque não as vê mas porque ele descobriu muito rapidamente um jeito de esvaziá-las do seu conteúdo, de circular ao redor delas, de dançar. Darrieux descobre quem é o sádico e diz: “E ele comandava tudo enquanto cortava o bolo!”



O essencial era o amor mas este seguiu perdendo suas cores. Já nesse filme a beleza do “último minuto” porque todo final feliz é puro voluntarismo. Porém, mais tarde (Pele de Asno, etc) este se atrita mais e mais. E voluntarismo é precisamente o assunto de Une chambre en ville.
A força absoluta de Demy é relacionar tudo de um ponto de vista perfeito: o da mãe. A mãe que nunca cresceu, que é frívola, que esqueceu de parar de ser uma garotinha. O mundo é organizado a partir desse ofício cego


A dançar: Gene Kelly.


26 Março 1988 – Ontem, entre a tarde e a noite, em frente à TV. Abandono rapidamente 8 ½, mesmo que nunca o tenha visto, mas me exaspera e me pego assistindo até o fim um filme que objetivamente acho mal feito, mal contado, mal tudo: O Veredicto de Sidney Lumet. Esquizofrenia da televisão: nós não só assistimos o que não é bom (não é bem feito), mas nós vemos até melhor do que no cinema (edição, por exemplo), e mesmo assim nós preferimos ver um filme mal feito do que um bem feito. Ou ainda: os conceitos de “bem feito” e “mal feito” não são relevantes na televisão. Ou o filme tem uma força tamanha que se impõe ou nós estamos na relatividade de um mundo de imagens, numa banheira do imaginário, onde tudo é interessante. Isso depende do clima do momento.



Ontem eu preferi assistir Mason e especialmente Newman compondo com idade, com tudo. Lumet é o arquetípico cineasta que filma do ponto de vista de ninguém, portanto com uma eficiência abstrata, tão abstrata que é reduzida ao nonsense de roteiro. Ele acelera quando não há razão pra isso. Um belo momento. Newman finalmente encontrou a enfermeira que “sabe” o que aconteceu. Ela cuida de crianças em Chelsea. Ela tem uma bela face de santa de sindicato. Ela está no playground; Newman, que chegou de Boston, está abordando-a desajeitadamente. Close-up no bilhete Boston-Nova Iorque, que cai de seu bolso. E lá, um pequeno truque do velho Lumet, um pouco da verdadeira velocidade: contracampo em Newman que não está mais aparecendo: "Você vai me ajudar?" Ela vai ajudá-lo, não porque o roteiro exige isso, mas porque nós fomos colocados no lugar dela (pela mise en scène) e ela no nosso, e porque o desejo de que ela o ajude foi inscrito no filme. Coisas velhas mas existentes, pelo amor de Deus!



O exemplo do filme de Lumet, uns dias atrás (“Você vai me ajudar?”) soma tudo isso. É impuro ( ou pouco refinado) mas suficiente. O plano de Newman – de um Newman que pede ajuda e pede duas vezes: para o outro personagem (off) e a mim que – por um instante – fui capaz de me colocar no filme no lugar desse personagem ausente da imagem. E ele será ajudado duas vezes: no roteiro e por mim (neste momento, eu aceito seguir com o filme, e então fazê-lo funcionar).



Notas:


1.O termo proxêmico foi cunhado pelo antropologista Edward T. Hall em 1966. Consiste no estudo de distâncias mensuráveis entre as pessoas à medida em que interagem. “Como a gravidade, a influência recíproca entre dois corpos é inversamente proporcional, não apenas ao quadrado de sua distância mas até possivelmente ao cubo da mesma”.



2.Paráfrase da expressão clássica em francês Noblesse oblige ( Nobreza exige, ou obriga), referindo-se a regras fundamentais e imprescindíveis de etiqueta. No caso, de perversão.


Traduzido do livro L'exercise a eté profitable, monsieur. Tradução original do francês para o inglês por Laurent Kretzschmar.


Traduzido do inglês para o português por Luan ales.